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Abaixo, a nota do partido em Pelotas:
“Neste momento de tanta tristeza para o nosso país, em especial para milhares de famílias que perderam seus entes queridos, quando chegamos aos 100 mil mortos, Pelotas está muito perto do colapso do sistema de saúde! Assim definiu a situação a Prefeita Paula Mascarenhas em entrevista à Rádio Gaúcha na manhã da última sexta-feira, 07, ao justificar a necessidade da medida radical do ‘Lockdown’ para conter o acentuado avanço da pandemia em nossa cidade.
Infelizmente chegamos em tal situação de agravamento extremo da pandemia em Pelotas, com risco iminente de lotação de leitos e de UTIs, o que pode deixar muitas pessoas sem respiradores e pode significar praticamente uma condenação de morte para muitos pelotenses, sobretudo para os mais vulneráveis à doença.
Nós, do Partido dos Trabalhadores, vínhamos alertando sobre a necessidade de um política de prevenção baseada nas orientações da ciência, o que deveria ser o norte para enfrentarmos o drama da Covid-19 em Pelotas.
Além disso, não pode haver contradição entre proteger a vida e a economia. As experiências mais bem sucedidas no enfrentamento do coronavírus no mundo mostram que a melhor forma de recuperar o dinamismo econômico se dá com medidas de proteção à vida! Sem a vida não existe a economia!
A política do chamado ‘distanciamento controlado’, sem testes em massa e baseada unicamente em medidas hospitalares – com números de leitos e UTIs – torna-se uma maquiagem para o descontrole. É uma temeridade, que coloca sob grave risco toda a sociedade, sobretudo aqueles trabalhadores e trabalhadoras que estão na linha de frente e que não têm outra opção senão sair de suas casas para trabalhar.
Uma das principais razões pelas quais o Brasil e o Rio Grande têm suas economias em dificuldades é a ausência de uma política de testagem, como fez, por exemplo, a Coréia do Sul. Neste sentido, é urgente a testagem com isolamento dos casos, junto de uma eficiente ação de vigilância sanitária e busca ativa dos casos com acompanhamento através da Estratégia de Saúde da Família, ESF, casa a casa, família a família, bairro a bairro. Só assim se poderia pensar em abertura controlada da economia.
Também é preciso que todos nos conscientizemos de que o país não está voltando ao normal. Alcançamos a marca de 100 mil mortos com uma média diária de mais de mil óbitos. No entanto, por toda parte se vê o abandono progressivo do distanciamento social. E o maior responsável pela tragédia se chama Jair Bolsonaro. Em vez de liderar uma ação nacional, negou a gravidade da emergência de saúde pública, promoveu aglomerações e falsas terapias, e teve oito casos de ministros infectados (outro provável recorde mundial), além de si próprio e da primeira-dama.
Também é preciso lembrar que o governo federal tem feito pouco para combater a crise na economia, proteger empregos e empresas. Enquanto diversos países mobilizaram recursos na ordem de 20% de seus PIBs, o Brasil investiu apenas 4%, e boa parte desses recursos sequer chegou no bolso das pessoas ou no caixa das empresas.
Os governos locais, como aqui, em Pelotas, também revelaram péssimo desempenho do poder público no enfrentamento da pandemia. Tinham tempo para agir, além de poder observar os exemplos do que ocorria no mundo também tinham o Sistema Único de Saúde, SUS, a postos para uma reação coordenada. Se não faltou prazo para Pelotas se planejar e evitar o pior, por que a Prefeita não aproveitou melhor esse tempo?
As consequências de toda essa falta de planejamento são gravíssimas. Agora, no momento mais sério da pandemia em Pelotas, quando estudos da UFPEL dizem que para estabilizar e fazer retroceder o crescimento do contágio seriam necessárias pelo menos três semanas de Lockdown, a Prefeita age mais uma vez de forma descoordenada com o alto risco que todos estamos ando. Decretou um Lockdown entre às 20h deste sábado, 8, até o meio-dia da terça-feira, 11. Mas, ao ter iniciado medida apenas na noite deste sábado, véspera do Dia dos Pais, pode ter estimulado as pessoas a sairem às ruas em grande número para as compras de presentes. Foi um contrassenso!
A pandemia vem crescendo de forma muito preocupante na nossa cidade que pode ter seu sistema de saúde colapsado nos próximos dias. Nosso maior desafio agora não é “tocar a vida”. É, sim, lutar para proteger a vida de todos. Por isso, se não precisar, não saia de casa nesses próximos dias. Vamos fazer uma grande corrente de solidariedade pelos que estão na linha de frente por nós, nos hospitais e nos serviços essenciais.
Vamos defender a vida! Isso vai ar e vamos reconstruir nossa cidade juntos.