Connect with us

Opinião

Pablo pergunta sobre Ivan Vaz: Queima de arquivo virtual? Pergunto o mesmo!

Publicado

on

Jornalista Pablo Rodrigues registra, em sua coluna no Diário Popular desta sexta-feira, que procurou e não encontrou notícias e documentos com o nome de Ivan Vaz, no site da prefeitura.

Título do texto de Pablo: “Problema técnico ou queima de arquivo virtual? Forte…

Indicado pelo vereador Waldomiro Lima (PRB) para ser secretário de Habitação e Regularização Fundiária, Ivan Vaz ocupou o cargo por anos no governo de Eduardo Leite.

O ex-prefeito Fetter Jr. havia extinto, em seu governo, aquela pasta. Leite, eleito, recriou a pasta e a entregou à direção de Ivan, apadrinhado do vereador Waldomiro.

Na quarta-feira, Waldomiro foi detido pela Polícia Federal na Operação Dominus, que apura o direcionamento de apartamentos do Programa Minha Casa Minha Vida, faixa 1, para pessoas pobres. Os policiais encontraram na residência do vereador um revólver calibre 38, sem registro de posse, arma clandestina, que ele diz ser uma herança do pai.

Leite, Paula e Waldomiro, detido pela PF na Operação Dominus

Relembre, e vá juntando…

O MCMV ou a ser gerido pela Secretaria de Habitação e Regularização Fundiária. Recriada por Leite. Para ser ocupada pelo apadrinhado de Waldomiro, que foi da base de apoio a Leite e continua a sê-lo na gestão de Paula.

Na eleição de 2016, Waldomiro se elegeu para o quarto mandato de vereador. Paula Mascarenhas foi eleita prefeita, com apoio de Leite, para sucedê-lo.

Publicidade

Em dezembro do mesmo ano, no apagar das luzes do mandato de Leite como prefeito, Ivan Vaz foi exonerado.

O motivo da demissão não ficou claro, sobretudo porque não faz sentido lógico. A exoneração de Vaz ocorreu após a eleição, quando o suposto “trabalho sujo” já tinha terminado.

Quando demitiu Ivan, o governo havia descoberto que a Justiça recebera denúncias de “trabalho sujo”.

A rigor o “trabalho sujo”, neste estágio, ainda é uma hipótese, por dois motivos:

  • Primeiro a investigação está em fase de aprofundamento, embora, por experiência, seja de domínio público que quando a Polícia Federal começa a bater em endereços antes que o galo cante, para deter pessoas em carros com vidros fumê, recolher arquivos de computador, documentos e revólveres clandestinos é porque já existem fortes evidências consistentes.
  • Segundo porque, em mensagem ao site, Ivan negou que tenha feito algo errado. [Vale dizer: pouco tempo depois de postarmos a mensagem de Ivan no site, logo ela foi compartilhada no facebook pelo vereador Ademar Ornel (DEM), que, a exemplo de Waldomiro, teve a residência e o gabinete na Câmara revistados pela PF pelo seu possível envolvimento no mesmo esquema em apuração pela PF e pela Justiça Eleitoral].

Ornel compartilhou postagem do Amigos com a versão de Ivan

Torrão de dúvidas por tirar

Diário Popular publicou que Ivan Vaz havia sido indiciado no inquérito e que, irritado com a demissão por Eduardo Leite, em dezembro de 2016, delatara o esquema. Vaz, porém, nega que isso tenha ocorrido. Pelo visto, será preciso esperar um pouco mais para que todas as dúvidas sejam dirimidas pela Polícia e pela Justiça, que hoje evitam fazer revelações.

O que parece certo é que há um generoso torrão de informações que ainda não veio a público.

Uma dessas informações ocultas foi prestada nesta sexta-feira (8) à sociedade pelo jornalista Pablo em sua coluna: de que, embora tenha pesquisado à exaustão, ele não conseguiu encontrar no portal da prefeitura nenhuma notícia ou documento com o nome de Ivan Vaz, o que não ocorre com os demais agentes públicos que trabalharam, trabalham ou deixaram de trabalhar no governo tucano desde a posse de Eduardo Leite até aqui.

“Queima de arquivo virtual">

Amor ao Pai

Não se deve duvidar de nada, ainda mais no mundo da política, essa miséria feita de vaidade e hipocrisia, sobretudo de ambição por poder e dinheiro, com que – todos os dias – nos confronta o noticiário.

Waldomiro continua próximo da prefeita Paula. No dia 17 de maio, ao lado dela, caminhando ao lado dela, participou da inauguração da revitalizada Praça São Jerônimo, no Laranjal.

Enquanto isso, nas Igrejas, os sacerdotes nos recomendam que “devemos merecer o Amor do Pai, e agradá-lo”.

Sei…

Waldomiro, detido pela PF, ao lado de Paula, inaugurando obras

Jornalista e escritor. Editor do Amigos de Pelotas. Ex Senado, MEC e Correio Braziliense. Foi editor-executivo da Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi). Atuou como consultor da Unesco e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Uma vez ganhador do Prêmio Esso de Jornalismo, é autor dos livros Onde tudo isso vai parar e O fator animal, publicados pela Editora Lumina, de Porto Alegre. Em São Paulo, foi editor free-lancer na Editora Abril.

Publicidade
Clique para comentar

Brasil e mundo

A liberdade sagrada das redes

Publicado

on

Noutro dia escrevi um texto sobre a cisão no vínculo entre as pessoas e o meio em que vivem, responsabilizando parcialmente as novas tecnologias de comunicação. Disse: “Se por um lado as tecnologias deram voz à sociedade, por outro, nos têm distraído da concretude do mundo, de interação mais hostil, levando-nos a viver em mundos paralelos”. E: “No mundo moderno, não habitamos mais exatamente nas cidades, mas sim no mundo virtual, um refúgio, retroalimentado pelo algoritmo, onde não há frustrações, mas sim gratificações instantâneas”. Bem, esse é um lado da questão. E não é novo.

Desde Freud se sabe que, diante do trauma, a criança dissocia-se para á-lo, refugiando-se na neurose, uma estratégia de defesa. Pois, assim como a criança abalada pelo trauma, as pessoas, diante das escalabrosidades do mundo concreto, fazem igual: elas podem se retirar para o mundo virtual, guardando, daquele, uma distância.

O outro lado da questão, o reverso da moeda, é que, sem as novas tecnologias de comunicação, a voz traumatizada da sociedade permaneceria atravessada na garganta, sem chance de extravasar-se.

A possibilidade de expressão liberou uma carga de justos ressentimentos contra os limites da política, as injustiças, o teatro social. De súbito, tivemos uma ideia do tamanho da insatisfação com os sistemas de vida, ando publicamente a protestar, em alguns casos chegando à revolução, como ocorreu na Primavera Árabe, onde as redes sociais cumpriram um papel fundamental.

Pois não é por outra razão que os donos do antigo mundo estão incomodados e querem controlar a liberdade de expressão, especialmente a velha imprensa, os monopólios empresariais, os sistemas políticos totalitários. Enfim, todos aqueles para quem a internet e as redes sociais ameaçam seu poder, ao por de pernas pro ar as certezas convenientes sobre as quais se assentaram.

Fato. As inovações desarranjam os mercados e os modos de vida. Toda inovação faz isso. É o preço do progresso. Mas, assim como é impossível voltar ao tempo do telégrafo (imagine o desespero nas Bolsas de Valores), é impensável retroagir ao mundo exclusivo da prensa de Gutenberg. Porque as descobertas, afinal, permitem avançar nos arranjos produtivos: propiciam economia de tempo, dinheiro e, no caso da comunicação, ampliam a liberdade, seu bem mais precioso. Pode-se dizer que não estávamos preparados para tanta liberdade súbita, e que venhamos, neste momento, usando-a “mal”. Contudo, parece razoável dizer que, à medida que o tempo e, estaremos mais e mais preparados para lidar com a liberdade e seus efeitos.

Publicidade

Com todos os defeitos que a vida tem, é preferível mil vezes, ao controle da palavra, a liberdade de dizê-la. Quem pode afirmar (ou julgar) o que é verdadeiro e o que é falso, senão as pessoas mesmas, em última análise, de acordo com suas percepções e as pedras em seus sapatos? Pois hoje, depois de provarmos a liberdade trazida pelas novas tecnologias, mais do que nunca sabemos que a imprensa, em sua mediação da realidade, é falha, e como o é!

É interessante (e triste) ver como, após a criação da internet e das redes, grande parte da imprensa, ao perder o monopólio da verdade, se vêm tornando excessivamente opinativa e crítica das novas tecnologias. Deveria, sim, era aprimorar-se no trabalho para prestá-lo melhor. Acontece que — eis o ponto — como a velha imprensa não é livre de fato, como depende do financiador, muitas vezes de governos, ela vê nas novas tecnologias de ampla liberdade uma ameaça à velha cadeia de produção acostumada a filtrar o que valia ser dito, e o que não valia, em seu óbvio interesse, hoje nu, como o rei da história.

Além de tudo, há essa coisa interessante: a percepção. Para alguns pensadores do novo mundo, o que chamamos de realidade é uma simulação, no que concordo. Segundo eles, cada um de nós só tem o às coisas através dos sentidos (olfato, visão, tato, audição, paladar). Porém, como cores, cheiros, paladares etc. não existem no mundo concreto (são imateriais), sendo portanto simulações percebidas pelos sentidos (pessoas veem cores em diferentes matizes, quando não divergentes, como os daltônicos), aqueles pensadores sustentam que o mundo como o percebemos seria resultado exclusivo dos nossos sentidos. Assim, a única coisa real seria a razão. É o que diz Descartes, para quem a razão é a única prova da existência. “Penso, logo existo”.

Como amos o mundo virtual pelos mesmos sentidos com que amos o mundo concreto, estando entrelaçados, não haveria diferença entre eles. Logo, não deveríamos condenar o mundo virtual, mas sim o explorarmos melhor. Eu acredito que é assim.

Uma vez provadas as inovações, não é possível retroagir. Podemos, isso sim, é refinar, em decorrência delas, o nosso comportamento.

Publicidade
Continue Reading

Brasil e mundo

Vivendo em mundos paralelos

Publicado

on

Algo mudou na relação entre o jornalismo e os pelotenses. Até por volta de 2015, havia um marcado interesse nos assuntos da cidade. Um mero buraco, e nem precisava ser o negro, despertava vívida atenção. Agora já ninguém dá a mínima. Nem mesmo se o buraco for um rombo fruto de corrupção numa área de vida e morte, como a de saúde. O valor da notícia sofreu uma erosão nas percepções. Não é uma situação local, mas, arrisco dizer, do mundo.

Vem ocorrendo uma cisão no vínculo entre as pessoas e o meio em que vivem. Um corte entre elas e a vida social. O espaço, que no ado era público, já hoje parece ser de ninguém.

A responsabilidade parcial disso parece, curiosamente, ser das novas tecnologias de comunicação. Se por um lado elas deram voz à sociedade como um todo, por outro, ao igualmente darem amplo o ao mundo virtual, elas nos têm distraído da concretude do mundo, de interação sempre mais hostil — distraído, enfim, da realidade mesma, propiciando que vivamos em mundos paralelos.

Outra razão é que, no essencial, nada muda em nossa realidade. Isso ficou mais evidente porque as redes sociais deram vazão, sem os filtros editoriais da imprensa, a um volume de problemas reais maior do que o que era noticiado. Se antes já havia demora nas soluções, essa percepção foi multiplicada pelo crescente número de denúncias feitas nas redes pelos próprios cidadãos. Os problemas que dizem respeito à coletividade se avolumam sem solução a contento, desconsolando e fatigando a vida.

Como a dinâmica da cidade (e da realidade) não responde como deveria, eis o ponto, estamos buscando reparações no ambiente virtual, sensitivamente mais recompensador, além de disponível na palma da mão.

No mundo moderno, não habitamos mais exatamente nas cidades. Estamos habitando no mundo virtual, onde não há frustrações, mas sim gratificação instantânea. Andamos absortos demais em nossa vida. Abduzidos por temas de exclusivo interesse pessoal, retroalimentados minuto a minuto pelo algoritmo.

Publicidade

Antes vivíamos num mundo de trocas diretas entre as pessoas. Hoje habitamos numa nuvem, no cyber-espaço. Andamos parecendo cada dia mais com Thomas Anderson, protagonista do filme Matrix. Conectado por cabos a um imenso sistema de computadores do futuro, ele vive literalmente em uma realidade paralela. Isso dá

Para complicar tudo, há pensadores para quem a realidade é uma simulação.

Segundo eles, cada um de nós só tem o às coisas através dos sentidos (olfato, visão, tato, audição, paladar). Porém, como cores, cheiros etc. não existem no mundo concreto, mas são simulações percebidas pelo nosso corpo (pessoas veem as cores em diferentes tons, quando não em diferentes, como os daltônicos), aqueles pensadores sustentam que o mundo como o percebemos seria resultado dos nossos sentidos.

Assim, a única coisa real seria a razão, quer dizer, o modo como processamos aquelas percepções dos sentidos. É o que diz Descartes, para quem a razão é a única prova da existência. Como amos o mundo virtual pelos mesmos sentidos que amos o concreto, não haveria diferença entre eles.

Segundo aqueles pensadores, como o mundo virtual está entrelaçado com o mundo concreto, não deveríamos condenar o mundo virtual, mas sim o explorarmos melhor.

Publicidade
Continue Reading

Em alta

Descubra mais sobre Amigos de Pelotas

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter o ao arquivo completo.

Continue reading