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Cultura e entretenimento

Construtores de competências

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Em minhas caminhadas pela cidade, vou percebendo as construções de prédios, mas principalmente fico atento às placas que identificam os Engenheiros e imagino a satisfação destes ao verem as obras concluídas, orgulhosos de terem atingido uma meta em suas caminhadas em direção ao futuro. Mais adiante vejo pessoas que foram curadas de doenças e imagino a satisfação dos Médicos e Enfermeiros por terem conquistado esta vitória contra os males físicos que proliferam em nossa sociedade e, assim como os Dentistas que devolvem sorrisos, são vitoriosos em seus trabalhos.

Impressiono-me com as tecnologias que constroem automóveis, caminhões, ônibus, motos e bicicletas, pois os profissionais que trabalharam na criação e construção destas maravilhas devem estar felizes e satisfeitos de verem o produto de seus trabalhos.

Nada fica a dever a estas maravilhas a tecnologia dos computadores, telefones celulares e outras conquistas da fantástica mente humana que não se cansa de criar os caminhos do conforto.

Saindo da cidade e circulando pela zona rural, impressiono-me com as plantações organizadas por Agrônomos e Técnicos Agrícolas. Fico pensando como estas pessoas devem se sentir recompensadas pela simples visão do sucesso de seus empreendimentos, talvez pareçam filhos nascendo de um esforço de dar continuidade a aprendizados que foram se somando através de toda uma vida de dedicação ao trabalho. A satisfação destes não termina aí, pois, ao entrarem em Supermercados e verem os produtos ali expostos, estarão vendo a sequência de seus trabalhos, mais motivo para se alegrarem com suas tarefas aprendidas através de anos de estudo. Com os Veterinários o pensamento não é diferente, pois o cuidado com os animais, sejam os domésticos ou aqueles que se destinam a outros fins, tem sido de pleno êxito, também vejo alegria e satisfação nas condutas destes profissionais.

Tem, ainda, o trabalho de Juízes, Promotores, Advogados, Políticos com ou sem mandato, que vão realizando suas atividades públicas e, quando atingem seus objetivos maiores, devem também sentir-se satisfeitos.

Bem, esqueci de registrar que sou Professor, quando o defronte uma Escola e vejo a criançada entrando ou saindo e os Professores com os apressados para irem de uma Escola a outra, rapidamente meu pensamento é redirecionado para os pensamentos anteriores sobre Médicos, Engenheiros, Veterinários, Técnicos de todos os tipos, Enfermeiros, Agrônomos, Dentistas e a tantos outros profissionais que poderia citar.

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Neste momento eu, Professor, como milhões de outros espalhados pelo Brasil, sinto uma enorme satisfação de ter sido um dos responsáveis pela construção do conhecimento, das competências e inteligências de todos estes, pois esta é nossa função, a de formação integral dos homens e mulheres que formam a nação brasileira e me pergunto: quando seremos reconhecidos pela importância de nossa missão? Já terá nascido o governante que resgatará a dignidade do Professor, sem considerá-lo apenas uma despesa a ser corrigida com medidas puramente economicistas?

Feitas as indagações, sigo minha caminhada pelas ruas da cidade e pelas estradas das zonas rurais vendo o produto do trabalho dos professores da Educação Básica os verdadeiros heróis… nesta luta pela construção de competências.

© Neiff Satte Alam é professor Universitário Aposentado – UFPEL Biólogo e Especialista em Informática na Educação

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Brasil e mundo

Antes de Gaga, Madonna já havia aprontado no Rio

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Em seu show no Rio, em maio de 2024, Madonna exibiu numa tela ao fundo do palco imagens de ícones culturais, entre eles Che Guevara e Frida Kahlo. Foi surpreendente que o tenha feito, afinal, ela se apresenta como defensora dos direitos das minorias, inclusive da Queer, como faz Gaga, minoria que se fez maioria em ambos os shows.

Na ocasião, Madonna soou mais inconsequente que Gaga com seu “Manifesto do Caos”.

Os livros contam que o governo cubano, do qual Che fez parte, perseguia homossexuais, chegando a fuzilá-los por isso. Por quê? Porque os considerava hedonistas — indivíduos de natureza subversiva ao regime de exceção. Por serem, para eles, incapazes de controlar seus ardores sensuais e, por conseguinte, de se enquadrar em um regime em que a liberdade não tinha lugar, muito menos de fala.

Já Frida foi amante de Trotsky. E, depois deste ser assassinado no exílio a mando de Stálin, a artista ainda teve a pachorra de pintar um quadro com o rosto de Stálin, exposto até hoje em sua casa-museu, para iração de boquiabertos turistas bem informados sobre os fatos.

Madonna levou R$ 17 milhões do sistema capitalista por um show de um par de horas em que, literalmente, performou. Sem esforço, fingiu que cantava. Playback.

Dizem que artistas, por natureza, são “ingovernáveis”. A visão que eles teriam de vida seria mais importante do que a vida, do que a matéria. Pois há artistas e artistas.

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Madonna é dessas sumidades que a gente não sabe, de fato, o que pensa. Apenas intui, por projeção. Tente lembrar de alguma fala substancial dela. Não lembramos, porque vive da imagem que criou. Vende uma imagem que, no fundo, talvez nem corresponda ao que ela é de verdade.

No fim da trajetória, depois de ganhar a vida, artistas costumam surpreender o público, mostrando sua verdadeira face em biografias. Pelo desconforto de partir com uma máscara mortuária falsa.

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Cultura e entretenimento

O perigo das Gagas da vida

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Ajoelhado na calçada, à moda dos muçulmanos voltados para Meca, porém usando minissaia e rumorosos saltos vermelhos, um homem vestido de mulher berrava com desespero, na tarde de sexta 2, para uma janela vazia do Copacabana Palace, no Rio. Esgarçando-se na reiteração, expelia em golfos: “Aparece, Gagaaa. Gaaaagaaaaa”. Projetava-se à frente ao gritar, recuava em busca de fôlego e voltava a projetar-se.

Como a cantora não deu os ares à janela do hotel, o rapaz, tal qual uma atriz de novela mexicana, a sombra e o rímel escorrendo pelas bochechas, chorou o que pode. Estava cercado por uma multidão que, assim como ele, queria porque queria fincar os olhos na mutante Lady Gaga, uma mistura de mil faces a partir da fusão de Madonna com Maria Alcina, antes de seu show. No país que ama debochar, a cena viralizou.

Multidão muito maior ironizou o drama. Memes correram por todo lado para denunciar o grande número de desempregados no Brasil. Gente com tempo de sobra para chorar, porém pelas razões erradas.

Ocorre que muitos dos presentes à manifestação, como o atormentado rapaz, veem em Gaga um ícone Queer. Uma rainha da comunidade LGBTQIA+, representante global das causas do amor sem distinção, como a pop estimula em seu “Manifesto do Caos”, lido por ela no show. Nele, Gaga prega a “importância da expressão inabalável da própria identidade, mesmo que isso signifique viver em estado de caos interno”. Um manifesto assim, mais do que inconsequente, é temerário.

Como assim caos interior?

Tomado ao pé da letra por destinatários confusos, um manifesto desses pode ser mortificante. Afinal, viver a própria identidade não significa viver sem freios, mas sim encontrar um meio termo entre o desejo e a realidade. Justamente para evitar o caos. Logo, o manifesto é, isso sim, assustador — por haver (sempre há) tantas pessoas suscetíveis de embarcar nessas canoas de alto risco, cheias de remendos destinados a cobrir furos da embarcação. Pobres dos ageiros que, cegos por influência de ídolos de ocasião, avançam pelo lago em condições tão incertas.

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A idolatria… ela é mais antiga do que fazer pipi pra frente e, ao menos no caso dos homens, ainda de pé. Ultimamente as coisas andam um tanto confusas nesse quesito, mas ao menos a adoração se mantém intacta, assim como a veneta dos gozadores, para quem o humor repõe as coisas em proporção, ou seja, em seu devido lugar.

Todos temos cotas de iração por artistas, mas à veneração, eis a questão, se entregam os vulneráveis. O que esses buscam, mais do que a própria vida, é um reflexo (uma sombra?) de suas identidades. Uma projeção material da pessoa que gostariam de ser, não fossem o que são. É aí que mora, num duplex de cobertura, o perigo. O rapaz pensa que Gaga é como ele, só que não.

Não lembro quem disse que aqui é um vale de lágrimas. Mas o é de fato, bem como é um fato que artistas, como políticos, são depositários das nossas esperanças, mesmo que atuem na mais antiga das profissões, anterior à prostituição — a representação —, o primeiro requisito para sobreviver em sociedade, quando não ficar rico, e sem necessariamente excluir, ainda que camuflada, a segunda profissão.

É de se imaginar o rapaz voltando para casa frustrado. É de presumi-lo no sofá, fazendo um minuto de silêncio.

Mas depois se reerguendo.

Não há de ser nada. Amanhã Gaga vai arrasaaar.

Gagaaaaaa.

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