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Cultura e entretenimento

Bronca de Neve e os Sete Vilões – Uma releitura das histórias infantis…

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eando pela floresta, Bronca de Neve, rosto com rugas nos cantos dos olhos (pé-de-galinha?) encontrou o serviçal da Rainha madrasta que havia sido incumbido de matá-la na floresta, mas, em vez disto, matou um cervo e levou o coração para a Madrasta como se fosse o da Bronca de Neve.

Perguntado sobre o que fazia da vida, este prontamente respondeu que sua mentira havia sido descoberta e o Ibama, pela morte do cervo o havia prendido por quinze anos.

“E o príncipe, como vai”? Perguntou o homem. “Foi tudo um engano, pois, ao beijá-lo, transformou-se em um horrendo sapo”, disse a Bronca de Neve. “E os anões, tão seus amigos, como vão”? Seguiu o homem com seu questionário, típico de quem não tem mais nada para fazer. Bronca de Neve, mostrando-se entediada, desfiou uma série de explicações sobre seus ex-companheiros:

O Mestre, aproveitando-se de suas habilidades para istrar minas de diamante, tem uma grande empresa em Roraima e, associando-se aos índios e a uma Ong filantrópica, explora minérios, madeira e plantas medicinais, que são enviados para outros países como contrabando; o Dengoso, muito habilidoso no uso das palavras e com gestos um tanto duvidosos, virou “costureiro de madame” e, aproveitando a fama conquistada, elegeu-se Deputado. Está deitando e rolando dengo em Brasília; o Atchim virou garoto propaganda do governo para campanhas de vacinação, principalmente no início do inverno quando faz propaganda para a vacinação contra gripe; o Feliz tem uma Ong para cuidar de filhos de traficantes nos morros cariocas, embora more nos “States”, istra muito bem esta organização fazendo, inclusive, estágios na Bolívia e Colômbia para se aperfeiçoar na tarefa de educar a criançada. Eventualmente, a por aqui para relembrar os velhos/bons tempos e sempre sai muito mais feliz…; o Zangado estudou psicologia e está infernizando o pessoal com seu mau humor. Dizem que sofre da própria especialidade; o Soneca, entre um sono e outro, cuida das contas do governo. Não tem muito trabalho, pois utiliza receitas prontas, como estas de culinária, mas que sempre é um pouco salgada, embora a ideia seja adoçar o bico dos contribuintes. Cara de sono é só para enganar os trouxas que ficam “dormindo em berço esplêndido”, enfim, o Dunga, que nunca foi de falar muito, esteve cuidando do time de futebol do seu Teixeira e, embora não entendesse muito do assunto, foi levando um golzinho aqui, fazendo outro ali, isto é, enganando a torcida que vibrava quando ganhava e xingava quando perdia, mas não saiu disto.

Ainda querendo saber mais da vida da Bronca de Neve, o homem quer saber como está a madrasta, aquela bruxa malvada que tentou matá-la.

Obteve como resposta que, depois de uma conversa olho no olho, a madrasta, ainda poderosa Rainha do Reino, tinha feito uma proposta de aliança, inclusive pagando mesada para os Membros do Conselho Imperial que faziam tudo que elas queriam e não incomodavam, nem mesmo no negócio rendoso de produção e venda de maçãs e carne envenenadas com microfones ocultos que permitiam saber tudo que se ava em todos os redutos do Reino. Claro que tudo isto era negado.

O homem, arrependido de haver matado tão inocente cervo, entrou na floresta para nunca mais sair, afinal, nem toda a história tem final feliz … para todos!

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© Neiff Satte Alam é professor Universitário Aposentado – UFPEL Biólogo e Especialista em Informática na Educação

Facebook do autor | E-mail: neiff.olavo@yahoo. com.br

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Brasil e mundo

Antes de Gaga, Madonna já havia aprontado no Rio

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Em seu show no Rio, em maio de 2024, Madonna exibiu numa tela ao fundo do palco imagens de ícones culturais, entre eles Che Guevara e Frida Kahlo. Foi surpreendente que o tenha feito, afinal, ela se apresenta como defensora dos direitos das minorias, inclusive da Queer, como faz Gaga, minoria que se fez maioria em ambos os shows.

Na ocasião, Madonna soou mais inconsequente que Gaga com seu “Manifesto do Caos”.

Os livros contam que o governo cubano, do qual Che fez parte, perseguia homossexuais, chegando a fuzilá-los por isso. Por quê? Porque os considerava hedonistas — indivíduos de natureza subversiva ao regime de exceção. Por serem, para eles, incapazes de controlar seus ardores sensuais e, por conseguinte, de se enquadrar em um regime em que a liberdade não tinha lugar, muito menos de fala.

Já Frida foi amante de Trotsky. E, depois deste ser assassinado no exílio a mando de Stálin, a artista ainda teve a pachorra de pintar um quadro com o rosto de Stálin, exposto até hoje em sua casa-museu, para iração de boquiabertos turistas bem informados sobre os fatos.

Madonna levou R$ 17 milhões do sistema capitalista por um show de um par de horas em que, literalmente, performou. Sem esforço, fingiu que cantava. Playback.

Dizem que artistas, por natureza, são “ingovernáveis”. A visão que eles teriam de vida seria mais importante do que a vida, do que a matéria. Pois há artistas e artistas.

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Madonna é dessas sumidades que a gente não sabe, de fato, o que pensa. Apenas intui, por projeção. Tente lembrar de alguma fala substancial dela. Não lembramos, porque vive da imagem que criou. Vende uma imagem que, no fundo, talvez nem corresponda ao que ela é de verdade.

No fim da trajetória, depois de ganhar a vida, artistas costumam surpreender o público, mostrando sua verdadeira face em biografias. Pelo desconforto de partir com uma máscara mortuária falsa.

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Cultura e entretenimento

O perigo das Gagas da vida

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Ajoelhado na calçada, à moda dos muçulmanos voltados para Meca, porém usando minissaia e rumorosos saltos vermelhos, um homem vestido de mulher berrava com desespero, na tarde de sexta 2, para uma janela vazia do Copacabana Palace, no Rio. Esgarçando-se na reiteração, expelia em golfos: “Aparece, Gagaaa. Gaaaagaaaaa”. Projetava-se à frente ao gritar, recuava em busca de fôlego e voltava a projetar-se.

Como a cantora não deu os ares à janela do hotel, o rapaz, tal qual uma atriz de novela mexicana, a sombra e o rímel escorrendo pelas bochechas, chorou o que pode. Estava cercado por uma multidão que, assim como ele, queria porque queria fincar os olhos na mutante Lady Gaga, uma mistura de mil faces a partir da fusão de Madonna com Maria Alcina, antes de seu show. No país que ama debochar, a cena viralizou.

Multidão muito maior ironizou o drama. Memes correram por todo lado para denunciar o grande número de desempregados no Brasil. Gente com tempo de sobra para chorar, porém pelas razões erradas.

Ocorre que muitos dos presentes à manifestação, como o atormentado rapaz, veem em Gaga um ícone Queer. Uma rainha da comunidade LGBTQIA+, representante global das causas do amor sem distinção, como a pop estimula em seu “Manifesto do Caos”, lido por ela no show. Nele, Gaga prega a “importância da expressão inabalável da própria identidade, mesmo que isso signifique viver em estado de caos interno”. Um manifesto assim, mais do que inconsequente, é temerário.

Como assim caos interior?

Tomado ao pé da letra por destinatários confusos, um manifesto desses pode ser mortificante. Afinal, viver a própria identidade não significa viver sem freios, mas sim encontrar um meio termo entre o desejo e a realidade. Justamente para evitar o caos. Logo, o manifesto é, isso sim, assustador — por haver (sempre há) tantas pessoas suscetíveis de embarcar nessas canoas de alto risco, cheias de remendos destinados a cobrir furos da embarcação. Pobres dos ageiros que, cegos por influência de ídolos de ocasião, avançam pelo lago em condições tão incertas.

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A idolatria… ela é mais antiga do que fazer pipi pra frente e, ao menos no caso dos homens, ainda de pé. Ultimamente as coisas andam um tanto confusas nesse quesito, mas ao menos a adoração se mantém intacta, assim como a veneta dos gozadores, para quem o humor repõe as coisas em proporção, ou seja, em seu devido lugar.

Todos temos cotas de iração por artistas, mas à veneração, eis a questão, se entregam os vulneráveis. O que esses buscam, mais do que a própria vida, é um reflexo (uma sombra?) de suas identidades. Uma projeção material da pessoa que gostariam de ser, não fossem o que são. É aí que mora, num duplex de cobertura, o perigo. O rapaz pensa que Gaga é como ele, só que não.

Não lembro quem disse que aqui é um vale de lágrimas. Mas o é de fato, bem como é um fato que artistas, como políticos, são depositários das nossas esperanças, mesmo que atuem na mais antiga das profissões, anterior à prostituição — a representação —, o primeiro requisito para sobreviver em sociedade, quando não ficar rico, e sem necessariamente excluir, ainda que camuflada, a segunda profissão.

É de se imaginar o rapaz voltando para casa frustrado. É de presumi-lo no sofá, fazendo um minuto de silêncio.

Mas depois se reerguendo.

Não há de ser nada. Amanhã Gaga vai arrasaaar.

Gagaaaaaa.

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