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É difícil decifrar o tempo vivendo nele, mas a discussão sobre a redução dos dias de trabalho tem a ver com o aumento da produtividade e, por decorrência, do desemprego. É uma questão global e tem a ver com a racionalização do trabalho e com a sobrevivência da espécie.
Em séries antigas de tevê, como Jornada nas Estrelas e Perdidos no Espaço, os personagens não fazem trabalho braçal. Máquinas e robôs fazem tudo. É o que está acontecendo, e não é por outro motivo que os governos vêm dando dinheiro para as famílias viverem. Aliás, estima-se que terão de dar mais e mais dinheiro.
Nos últimos 10 anos a produtividade acelerou muito, assim como o desemprego. Tudo agora é virtual, no celular. Os bancos, os escritórios, dois exemplos, não têm mais quase funcionários. A gente sabia que ia acontecer, como sabe que, logo ali, não se vai mais usar gasolina para mover veículos. De uma hora pra outra a mudança vem, o mundo vira do avesso e revoluciona a vida das pessoas.
Antes a economia era estável, por quê? Porque tudo era essencial. Hoje, com a produtividade alta, a maioria das coisas deixou de ser essencial. Agora compramos uma caneta por achá-la bonita, não porque precisamos dela. Roupas, a mesma coisa. Carros, tendo transporte de aplicativo, pra que comprar?
Quando há uma crise, a economia tranca porque 95% das coisas que compramos foi porque nos convenceram a comprar. Não são necessárias, e, ainda mais depois da pandemia, vimos que amos muito bem sem elas. Nesse mundo novo, estamos sendo obrigados a inventar necessidades pra justificar o nosso trabalho. Mais ou menos como o barman que faz malabarismo com os copos pra se diferenciar.
Se a economia tranca e resolvemos economizar, só compramos comida e água; é o que todos fazem. Então a economia tem de ser mais bem istrada, para evitar solavancos. Tudo mudou, e isso ficou mais claro nos últimos cinco anos. É como água que vai batendo num castelo de areia, numa hora ele cai.
Nos próximos anos, vão ocorrer mais modificações.
Estão tentando obter energia por fusão nuclear. Já estão conseguindo, falta controlar a reação, para poder concentrá-la. Uma quantidade mínima de hidrogênio, elemento mais abundante no Universo, se transforma numa quantidade colossal de energia, e limpa. Assim, uma pequena usina, instalada digamos em São Paulo, poderá fornecer energia para todo o Brasil, a um custo baratíssimo. Quando controlarem o H, vão acabar as hidrelétricas, acabar a extração do petróleo para uso combustível. Petróleo poderá ser usado ainda, mas na petroquímica (nylon, plástico etc.).
Já estão fabricando em laboratório até alimentos ricos em proteína como substitutos da carne, e mais baratos. Daqui 20, 30 anos, áreas onde hoje se planta e há gado vão ficar pra vida selvagem. Vastas áreas serão devolvidas à natureza. Dois terços do Brasil, estima-se. Outra coisa que vai evoluir é a IA, ela sabe tudo. Pergunte à Alexa. Ela te responde tão rápido, que nem precisa pensar.