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Assisti pelo celular ao último debate dos candidatos a prefeito, na RBS/TV, em um hospital a que vim trazer uma pessoa que ou mal; felizmente, ao menos ela está bem. Daqui a três dias todos vamos às urnas às cegas.
O modelo de debates é o que se sabe: não serve à compreensão exata do que pretende cada um, no máximo sua retórica, seu autodomínio psicológico, se são capazes de insights, se o inconsciente mais os ajuda ou se os trai. Como sempre, cada um disse o que quis repetidamente, alguns num tom ensaiado de quem ou pelo media-training, e sem um check-out de fake news por parte do veículo. Um modelo de sabatina pelo veículo, com check-out a cada resposta, seria, provavelmente, mais eficaz.
Na prática foi o que é sempre: um show para um auditório online. Coisas foram ditas genericamente, algumas levianamente e, no fim, a sensação foi um pouco a de quando ouvimos economistas. Não entendemos quase nada, mas ficamos com a impressão de que todos falam bem, mesmo quando não dizem “nada”. Estamos num beco. Não parece haver uma saída, só entrada.
Foi um debate entre o enrolation e as promessas. No fim, será isso: uma escolha de risco, sem chance de devolver o produto.
PS: Pelo que entendi, um quer ressuscitar o bonde, o que, aliás, não é mau, já que bondes (na verdade, ônibus elétricos) são um transporte mais barato, ideal em cidade pobre, além de não poluente. É incrível que não tenham pensado nisso há 40 anos. Aliás, é incrível que tenham abandonado os bondes propriamente ditos, ainda hoje comuns em cidades europeias.