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Na (terça, 1º), decidimos não divulgar os resultados de uma pesquisa feita por encomenda de uma entidade até então desconhecida do público (Associação Rede de Suprimentos da Região Sul), composta por empresários de Pelotas. A pesquisa, primeira encomendada em nome da entidade, foi feita pelo Instituto Véritas, de Curitiba (PR).
Não publicamos por causa da margem de erro alta demais, 5% para mais ou para menos. Com essa margem de erro, os resultados se tornam inconsistentes. Um candidato com 10 pontos de diferença de outro, pode, na verdade, estar rigorosamente empatado com este.
Ao mesmo tempo apagamos as postagens com resultados de uma pesquisa encomendada pelo candidato Marciano Perondi (PL). Percebemos que pesquisa com margem alta de erro só serve pra confundir o eleitor. A margem de erro da pesquisa de Perondi era de 3,76%. Achamos melhor desembarcar desse vagão.
A rigor, a quem serve uma pesquisa? Quem ganha com ela?
Ganha o Instituto, dinheiro. Ganha o contratante e quem a divulga: publicidade e audiência. Ganha também quem tem interesse em influenciar o rumo de uma eleição.
O eleitor não ganha nada.
Talvez pesquisas eleitorais devessem ser permitidas apenas para consumo interno das campanhas, onde, aí sim, seriam úteis. Onde teriam serventia estratégica aos jogadores participantes do pleito.
O problema das pesquisas é que elas induzem ao voto útil…
Afinal, uma grande parte das pessoas não gosta de votar em candidato que está atrás em pesquisa, fora da suposta preferência; só o eleitor raiz de um partido ou fã de carteirinha de um político vota em candidato não preferencial. Aquelas pessoas, então, optam pelo voto útil. Pense no caso do primeiro turno da eleição ada para governador do RS…
O IPEC dava Eduardo Leite em primeiro lugar. Mas ele chegou em segundo lugar, e por apenas 2.491 votos a mais que o terceiro, Edgar Pretto. Se não se houvesse divulgado pesquisa, talvez Pretto tivesse ido para o segundo turno. Pode-se dizer isso com relativa segurança porque o eleitor de voto útil é comum.
No fim, Onyx Lorenzoni, que a pesquisa dava em segundo, chegou em primeiro. E Leite em segundo, por um fiapo de votos de diferença do terceiro.
Talvez pesquisa eleitoral pública não devesse existir, mesmo com metodologia hipersegura, o que não vem sendo o caso. Por que não?
Por que interessaria ao eleitor saber o resultado da eleição antes da apuração? Para isso: para fazer voto útil…