Amigos de Pelotas

Poema: Bom dia, sol. Por Hector Szechir 5f6114

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Estendia tentada a nuvem semiótica
Entre tantos tempos, centro norte ilógico
Sopro do menino à maestral vista
E ao inclinar, paletas de ciência prisma

Despertava amada a aurora branca
Espiando pelo ponto ondulado do telhado
Onde cobre e protege a manta santa
Alba de dia claro ao canto despertado

Recado tropical sem tomar vinda
Presenciei o raiar da luz pelo cessar da chuva
Por dias prevendo fresta que finda
Cobrindo em perdão feridas como luva

Breu partia sem o último beijo
Mas ao embaçar de névoas rosas
Eis a fonte pela curva de seu receio
Para o sibilo da revoada curar mossas

Peito cheio, ponto central ao final da cena
Zarpava imediato ao alçar atrasado
Mas sabia onde chegar, pois tanto era esperado
Abraçado e beijado de segunda a sexta

E tão felizes estavam por ter consigo
Não havendo martelos estrondosos à demora
A razão são as asas descansarem quando bem-vindo
Não trazendo castelos temerosos à aurora

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Terra endurecida, pegada dita fala
Nimbos iguais acenavam e abriam alas
Céu azul, tímido por tanto tempo não vir
Hão de ainda lembrar os campos a subir?

“Eu vou mostrar ao céu o que é dia”
Desconheço o amanhecer adormecido
Travessias guiavam aonde havia crescido
E a rua era levada por corrida e alegria

Longínquo reluzia a vivência de um filme
E as semióticas tão vívidas carregavam um momento
Ideal em cada moldura de um sorriso que rime
Durável à escassez de tinta ao sustento

Tantos conformes a um sonho vivido enfim
Reinado entre campos sustentados e exaltados
Amargo o sol avulso deste bem seguir
E jamais revisitar, da benção aos visitados

Quilômetros ao horizonte, lonjura por perto
Há de estrela caçar a voar
E não há promessa de voltar
Estado próprio, distingue certo de deserto

Facetado em todas as cores do céu
A vagar, jamais vago em um reino a brilhar
Apagam-se as estrelas para os eternos véus

Mas encontro na planta em que sei que vou regar
Diante do sol em que cada dia o teu nasceu
Enfim o bom dia, meu bem, há de chegar

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Hector Szechir é estudante de jornalismo, escritor e poeta. Ávido ouvinte de música e leitor de livros.

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