Connect with us

Brasil e mundo 3m3y11

A eleição mais triste dos últimos tempos 304870

Publicado

on

Existe eleição. Existe quem se proponha a representar os outros, e existem pessoas que se revelam dispostas a apoiar aqueles, abraçá-los, beijá-los, declarar voto e votar neles; nos consultórios, chamam isso de “transferência”. É um dado da realidade. Mas, sempre que vejo cenas de campanhas eleitorais (com raras exceções), especialmente neste ano, elas me causam enfado, quando não coisa pior, como tem sido em Pelotas. Não só pela superficialidade dos candidatos a prefeito durante os debates. Muitos candidatos a vereadores são vazios, pobres mesmo. Já os apoiadores pagos, umas pessoas tristes, brandindo bandeiras na rua, parecem espectros remotos.

A representação é isso: exige um papel, uma persona. Então, de saída, é uma situação que nasce viciada pelo desejo de ser aceito pela maioria, e de permanecer. Numa democracia, infelizmente, não pode existir o candidato antipático. O eleitor exige esperança, a última que morre, e o candidato a oferece. Questão de mercado, pura e simples. Tem sido, contudo, um produto que não vem mais empolgando. Nesta eleição pelotense, e não só aqui, essa sensação de desinteresse da população é flagrante.

Retire o dinheiro da história, e veríamos as verdadeiras faces da maioria dos candidatos. Frequentemente as faces reais são muito aquém do que se supõe, porque, afora as exceções, a verdade é que a política é a arte de arrumar o que fazer na vida, por falta de habilidades práticas para se ganhar, em nome de si mesmo, a própria vida. Mais ainda nos últimos anos, em decorrência da disparada do desemprego do mundo. Além disso, há em muitos candidatos um evidente desejo indisfarçável de ser amado, irado por alguma qualidade que muitas vezes nem possui, talvez por isso mesmo…

Algumas divulgações de “solidariedade com os pobres”, e os pobres anuindo, são lamentáveis, de revirar o estômago. Por isso, no meu caso pelo menos, tendo a simpatizar com os candidatos que defendem ideias, não com os que “defendem o povo”. Há menos demagogia nos idealistas, e eu gosto dos antipáticos. Mas também não espero muito, porque já vi que não adianta ter grandes esperanças. Quando uma solução vem, chega aqui com 20 anos de atraso, tendo acumulado outros problemas mais sérios pela frente.

É mais ou menos clichê o que digo. Eu só acho incrível que o trem continue e que a cada estação ageiros se mostrem dispostos a subir nele. Há uma miséria inominável nessa viagem.

Publicidade

Jornalista e escritor. Editor do Amigos de Pelotas. Ex Senado, MEC e Correio Braziliense. Foi editor-executivo da Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi). Atuou como consultor da Unesco e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Uma vez ganhador do Prêmio Esso de Jornalismo, é autor dos livros Onde tudo isso vai parar e O fator animal, publicados pela Editora Lumina, de Porto Alegre. Em São Paulo, foi editor free-lancer na Editora Abril.

Publicidade
Clique para comentar

Cancelar resposta 3f472d

Brasil e mundo 3m3y11

CCJ do Senado aprova fim da reeleição para cargos do Executivo 1c4t3d

Publicado

on

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com a reeleição no Brasil para presidente, governadores e prefeitos foi aprovada, nesta quarta-feira (21), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. A PEC 12/2002 ainda aumenta os mandatos do Executivo, dos deputados e dos vereadores para cinco anos. Agora, o texto segue para análise do plenário do Senado.

A PEC previa o aumento do mandato dos senadores de oito para dez anos, mas a CCJ decidiu reduzir o tempo para cinco anos, igual período dos demais cargos. A proposta ainda unifica as eleições no Brasil para que todos os cargos sejam disputados de uma única vez, a partir de 2034, acabando com eleições a cada dois anos, como ocorre hoje.

A proposta prevê um período de transição para o fim da reeleição. Em 2026, as regras continuam as mesmas de hoje. Em 2028, os prefeitos candidatos poderão se reeleger pela última vez e os vencedores terão mandato estendido de seis anos. Isso para que todos os cargos coincidam na eleição de 2034.

Em 2030, será a última eleição com possibilidade de reeleição para os governadores eleitos em 2026. Em 2034, não será mais permitida qualquer reeleição e os mandatos arão a ser de cinco anos.  

Após críticas, o relator Marcelo Castro (MDB-PI) acatou a mudança sugerida para reduzir o mandato dos senadores.

“A única coisa que mudou no meu relatório foi em relação ao mandato de senadores que estava com dez anos. Eu estava seguindo um padrão internacional, já que o mandato de senador sempre é mais extenso do que o mandato de deputado. Mas senti que a CCJ estava formando maioria para mandatos de cinco anos, então me rendi a isso”, explicou o parlamentar.

Com isso, os senadores eleitos em 2030 terão mandato de nove anos para que, a partir de 2039, todos sejam eleitos para mandatos de cinco anos. A mudança também obriga os eleitores a elegerem os três senadores por estado de uma única vez. Atualmente, se elegem dois senadores em uma eleição e um senador no pleito seguinte.

Os parlamentares argumentaram que a reeleição não tem feito bem ao Brasil, assim como votações a cada dois anos. Nenhum senador se manifestou contra o fim da reeleição.

Publicidade

O relator Marcelo Castro argumentou que o prefeito, governador ou presidente no cargo tem mais condições de concorrer, o que desequilibraria a disputa.

A possibilidade de reeleição foi incluída no país no primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso, em 1997, mudança que permitiu a reeleição do político em 1998.

“Foi um malefício à istração pública do Brasil a introdução da reeleição, completamente contrária a toda a nossa tradição republicana. Acho que está mais do que na hora de colocarmos fim a esse mal”, argumentou Castro.

Continue Reading

Brasil e mundo 3m3y11

Um homem coerente 5f5k47

Publicado

on

Eis um homem que irei pela absoluta coerência entre o que pensava e o modo como viveu. Um homem de esquerda que me fazia parar para ouvi-lo, porque o que dizia tinha solidez e fazia pensar.

Não precisava concordar com ele para irá-lo. E sim: um homem de esquerda que nunca roubou. Foi uma pessoa rara. Eu diria, única.

Vivia num sítio, dele de fato, com o essencial. Na companhia da mulher e de cachorros. Só tinha um defeito: andava em má companhia internacional. Talvez por um motivo humano. Para se sentir menos sozinho do que era. Menos prisioneiro de suas convicções.

Continue Reading

Em alta 43506z

Copyright © 2008 Amigos de Pelotas.

Descubra mais sobre Amigos de Pelotas 164y3d

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter o ao arquivo completo.

Continue reading