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Cultura e entretenimento 1f3218

‘A sociedade da neve’ revisita trágico acidente aéreo nos Andes em 1972 e a luta pela sobrevivência 203fz

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Em 13 de outubro de 1972, o voo 571 da Força Aérea Uruguaia, fretado para levar um time de rúgbi ao Chile, caiu na cordilheira dos Andes. Apenas 29 dos 45 ageiros sobrevivem à queda e, presos em um dos ambientes mais iníveis e hostis do planeta, eles recorrem à medidas extremas para continuarem vivos.

Inspirado em uma história real conhecida como “Milagre dos Andes”, e baseado no livro homônimo de Pablo Vierci, A Sociedade da Neve mostra uma nova leitura sobre o trágico acidente, que já ganhou outras versões nos cinema em Os Sobreviventes dos Andes (1976) e Vivos (1993). Sob a direção do talentoso J.A. Bayona, o longa está disponível na Netflix e foi escolhido pela Espanha para representar o país no Oscar.

Conhecido pelo excelente O Orfanato (2007) e O Impossível (2012), Bayona escreveu o roteiro ao lado de Bernat Vilaplana, Jaime Marques e Nicolás Casariego e acerta ao focar na dinâmica e na cumplicidade entre os sobreviventes e nas condições de resistência, devido ao frio extremo e a fome. Mesmo que angustiante, o longa jamais cai no melodrama ou no sensacionalismo.

Quem conhece a história sabe que a experiência assustadora do acidente é apenas o início de uma jornada por sobrevivência em meio ao ambiente da cordilheira. Apesar da impressionante cena do acidente (quem viu O Impossível sabe do realismo que o diretor emprega em suas produções baseadas em fatos reais), o filme evita explorar o aspecto gráfico, sobretudo devido à questão do canibalismo. Em contrapartida, explora o dilema moral e religioso dos que decidem tomar essa decisão drástica em nome da sobrevivência.

Com todos os personagens tratados com a mesma relevância, aqui o narrador é Numa (o ótimo Enzo Vogrincic), ao invés dos heroicos Roberto (Matías Recalt) e Nando (Agustín Pardella), que partem ao desconhecido com a missão de pedir ajuda após 72 dias de espera e aflição. Aliás, a fotografia de Pedro Luque é espetacular, assim como toda a ambientação da década de 1970.

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Com uma narrativa que ainda arrepia, A Sociedade da Neve é uma experiência visceral e envolvente, auxiliada pela emocionante trilha sonora de Michael Giacchino. Uma incrível história de resistência e esperança.

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Brasil e mundo 3m3y11

Antes de Gaga, Madonna já havia aprontado no Rio b4o68

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Em seu show no Rio, em maio de 2024, Madonna exibiu numa tela ao fundo do palco imagens de ícones culturais, entre eles Che Guevara e Frida Kahlo. Foi surpreendente que o tenha feito, afinal, ela se apresenta como defensora dos direitos das minorias, inclusive da Queer, como faz Gaga, minoria que se fez maioria em ambos os shows.

Na ocasião, Madonna soou mais inconsequente que Gaga com seu “Manifesto do Caos”.

Os livros contam que o governo cubano, do qual Che fez parte, perseguia homossexuais, chegando a fuzilá-los por isso. Por quê? Porque os considerava hedonistas — indivíduos de natureza subversiva ao regime de exceção. Por serem, para eles, incapazes de controlar seus ardores sensuais e, por conseguinte, de se enquadrar em um regime em que a liberdade não tinha lugar, muito menos de fala.

Já Frida foi amante de Trotsky. E, depois deste ser assassinado no exílio a mando de Stálin, a artista ainda teve a pachorra de pintar um quadro com o rosto de Stálin, exposto até hoje em sua casa-museu, para iração de boquiabertos turistas bem informados sobre os fatos.

Madonna levou R$ 17 milhões do sistema capitalista por um show de um par de horas em que, literalmente, performou. Sem esforço, fingiu que cantava. Playback.

Dizem que artistas, por natureza, são “ingovernáveis”. A visão que eles teriam de vida seria mais importante do que a vida, do que a matéria. Pois há artistas e artistas.

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Madonna é dessas sumidades que a gente não sabe, de fato, o que pensa. Apenas intui, por projeção. Tente lembrar de alguma fala substancial dela. Não lembramos, porque vive da imagem que criou. Vende uma imagem que, no fundo, talvez nem corresponda ao que ela é de verdade.

No fim da trajetória, depois de ganhar a vida, artistas costumam surpreender o público, mostrando sua verdadeira face em biografias. Pelo desconforto de partir com uma máscara mortuária falsa.

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Cultura e entretenimento 1f3218

O perigo das Gagas da vida 1n4w28

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Ajoelhado na calçada, à moda dos muçulmanos voltados para Meca, porém usando minissaia e rumorosos saltos vermelhos, um homem vestido de mulher berrava com desespero, na tarde de sexta 2, para uma janela vazia do Copacabana Palace, no Rio. Esgarçando-se na reiteração, expelia em golfos: “Aparece, Gagaaa. Gaaaagaaaaa”. Projetava-se à frente ao gritar, recuava em busca de fôlego e voltava a projetar-se.

Como a cantora não deu os ares à janela do hotel, o rapaz, tal qual uma atriz de novela mexicana, a sombra e o rímel escorrendo pelas bochechas, chorou o que pode. Estava cercado por uma multidão que, assim como ele, queria porque queria fincar os olhos na mutante Lady Gaga, uma mistura de mil faces a partir da fusão de Madonna com Maria Alcina, antes de seu show. No país que ama debochar, a cena viralizou.

Multidão muito maior ironizou o drama. Memes correram por todo lado para denunciar o grande número de desempregados no Brasil. Gente com tempo de sobra para chorar, porém pelas razões erradas.

Ocorre que muitos dos presentes à manifestação, como o atormentado rapaz, veem em Gaga um ícone Queer. Uma rainha da comunidade LGBTQIA+, representante global das causas do amor sem distinção, como a pop estimula em seu “Manifesto do Caos”, lido por ela no show. Nele, Gaga prega a “importância da expressão inabalável da própria identidade, mesmo que isso signifique viver em estado de caos interno”. Um manifesto assim, mais do que inconsequente, é temerário.

Como assim caos interior?

Tomado ao pé da letra por destinatários confusos, um manifesto desses pode ser mortificante. Afinal, viver a própria identidade não significa viver sem freios, mas sim encontrar um meio termo entre o desejo e a realidade. Justamente para evitar o caos. Logo, o manifesto é, isso sim, assustador — por haver (sempre há) tantas pessoas suscetíveis de embarcar nessas canoas de alto risco, cheias de remendos destinados a cobrir furos da embarcação. Pobres dos ageiros que, cegos por influência de ídolos de ocasião, avançam pelo lago em condições tão incertas.

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A idolatria… ela é mais antiga do que fazer pipi pra frente e, ao menos no caso dos homens, ainda de pé. Ultimamente as coisas andam um tanto confusas nesse quesito, mas ao menos a adoração se mantém intacta, assim como a veneta dos gozadores, para quem o humor repõe as coisas em proporção, ou seja, em seu devido lugar.

Todos temos cotas de iração por artistas, mas à veneração, eis a questão, se entregam os vulneráveis. O que esses buscam, mais do que a própria vida, é um reflexo (uma sombra?) de suas identidades. Uma projeção material da pessoa que gostariam de ser, não fossem o que são. É aí que mora, num duplex de cobertura, o perigo. O rapaz pensa que Gaga é como ele, só que não.

Não lembro quem disse que aqui é um vale de lágrimas. Mas o é de fato, bem como é um fato que artistas, como políticos, são depositários das nossas esperanças, mesmo que atuem na mais antiga das profissões, anterior à prostituição — a representação —, o primeiro requisito para sobreviver em sociedade, quando não ficar rico, e sem necessariamente excluir, ainda que camuflada, a segunda profissão.

É de se imaginar o rapaz voltando para casa frustrado. É de presumi-lo no sofá, fazendo um minuto de silêncio.

Mas depois se reerguendo.

Não há de ser nada. Amanhã Gaga vai arrasaaar.

Gagaaaaaa.

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