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Cinema: a ascensão e queda do celular BlackBerry. Por Déborah Schmidt 551915

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Uma das surpresas positivas do ano, BlackBerry mostra a ascensão e queda do celular BlackBerry e da empresa canadense RIM (Research in Motion).

O longa inicia na década de 1990, quando os engenheiros Mike Lazaridis (Jay Baruchel) e Doug Fregin (Matt Johnson) apresentam a ideia de colocar um computador dentro de um telefone celular. Eles se unem ao empresário e investidor Jim Balsillie (Glenn Howerton) para criar e vender o aparelho. 

Conhecido como o primeiro smartphone do mundo, os telefones BlackBerry foram, nos primeiros anos do século 21, populares entre empresários e funcionários do governo. Sua sentença final foi a entrada do iPhone, em 2007. Graças a uma vantagem inicial de vários anos, o BlackBerry se manteve contra o iPhone por vários anos, mas logo foi superado pelo celular da Apple e outros concorrentes, visto que a empresa se envolveu em várias disputas legais.

Dirigido por Matt Johnson, o longa é baseado no livro “Losing the Signal: The Untold Story Behind the Extraordinary Rise and Spectacular Fall of BlackBerry”, de Jacquie McNish e Sean Silcoff. O esperto e didático roteiro de Johnson e Matthew Miller se destaca pela forma linear como acompanhamos a invenção do aparelho, seu desenvolvimento, sua rápida ascensão e a queda dramática, sem apresentar tramas paralelas que tirem o verdadeiro foco da narrativa.

Imprescindível nos dias de hoje, nos anos 1990 e começo dos anos 2000, o cenário mudou quando o BlackBerry apareceu no mercado, com um celular que trouxe muitas das tecnologias que estão em smartphones atuais. Considerado uma relíquia nos dias de hoje, os BlackBerry dominaram 43% do mercado de telefonia móvel mundial. Seus aparelhos, com um teclado completo, eram diferentes e chamativos e foram os primeiros smartphones com navegação na internet, dominando o mercado por um tempo. Até Steve Jobs chegar e mudar tudo de vez. BLACKBERRY Trailer Brasileiro Legendado (2023)

No elenco, Jay Baruchel é responsável por boa parte da comédia. Naturalmente engraçado, e um ótimo comediante, o ator consegue apresentar todo o desconforto, a fragilidade e a ansiedade do desajeitado inventor do aparelho. Entretanto, a verdadeira estrela do filme é Glenn Howerton, simplesmente incrível como o investidor ambicioso e carismático que, mesmo com momentos de seriedade (e muita raiva) não deixa de proporcionar humor na medida certa. Merece estar entre os principais cotados para o Oscar. 

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O que mais chama atenção no longa é a perfeita  reconstrução da época, transportando o espectador àquele tempo sem internet e sem smartphone (alguém lembra como era?). Aliás, o filme brilha ao não se levar a sério, como a caracterização caricata dos personagens e momentos desconfortáveis que proporcionam humor sutil de forma natural. A produção opta pela estética documental, com a câmera na mão e como se estivesse escondida, como se captasse tudo de forma secreta. 

Disponível no streaming, Blackberry é uma hilária história real do declínio de uma corporação. Um ótimo filme que consegue se destacar exatamente por ser  simples e despretensioso. 

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