Connect with us

Cultura e entretenimento 1f3218

A face oculta no caso de Blumenau hq6t

Publicado

on

As horríveis mortes de crianças numa escola de Blumenau chocaram o País. Um homem matando inocentes a machado remete às franquias de filmes como Sexta-feira, 13 e, mais longe, à matança de primogênitos determinada por Herodes, inclusive de bebês. Não menos horrível é o uso político de fatos trágicos.

Desde o macabro episódio, governo federal e políticos, com apoio da velha imprensa, vêm amplificando o medo, utilizando-o para satanizar adversários e coagir as liberdades. Flávio Dino associou o crime ao “discurso de ódio nas redes sociais”, e foi além. Associou-o às ações do 8 de janeiro, em Brasília. É mesmo?

Governantes estaduais e municipais, aqui mesmo em Pelotas, embarcaram na onda, temendo que assassinos com machados ou munidos de outras armas cometam novas mortes em escolas e até em universidades. É uma loucura. Calculada, mas, ainda assim, loucura.

A prefeita Paula Mascarenhas anunciou ontem um “plano de contingência à violência nas escolas.” Hoje, a reitora da UFPel, Isabela Andrade, reuniu-se com o delegado Robson Robim, da Polícia Federal, pedindo orientações de como proceder ante a possibilidade de ataques. O que está por trás disso?

Todo mundo sabe que, desde a chegada da internet e das redes sociais, a velha mídia vem perdendo o monopólio da informação, ano após ano perdendo credibilidade, espaço e receita.

Perdendo poder também, e sua serventia. Antes, o que a velha mídia dizia era “verdade incontestável.” Se denunciassem alguém, a pessoa ava a vida tentando se reabilitar inutilmente. Agora, não. No mesmo dia, o atacado pode responder nas redes, desfazer de pronto uma acusação, desmoralizar a imprensa.

Publicidade

O episódio de Blumenau, isolado em sua gravidade, obra de um demente, vem servindo para fortalecer as aspirações da velha mídia e da esquerda, a primeira interessada em recuperar o monopólio da verdade, e a segunda interessada em recuperar espaço para impor uma agenda totalitária. Daí toda violência, agora, vir sendo identificada como resultado de “discurso de ódio.”

“Discurso de ódio” é na verdade uma bela desculpa, e um grande balaio. Nele, o produto mais farto atende pelo nome de hipocrisia.

Imprensa e governantes à esquerda estão aproveitando o crime de Blumenau para forçar a regulação da mídia. Estão usando um machado invisível para ceifar línguas e controlar a sociedade. É um movimento de uma agenda que busca recuperar o controle da informação.

***

SENSATEZ: Na reunião com a reitora Isabela, o delegado Robim falou a ela: “O medo é um catalisador para que as pessoas se mobilizem, mas há um superdimensionamento desse sentimento de insegurança, de certa forma causado pela desconexão com os fatos. Foi um fato isolado, triste, chocante, mas que não pode ser considerado violência escolar. Foi algo feito por um sujeito em surto psicótico e que não possuía vínculo com aquela comunidade escolar.”

Publicidade

Jornalista e escritor. Editor do Amigos de Pelotas. Ex Senado, MEC e Correio Braziliense. Foi editor-executivo da Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi). Atuou como consultor da Unesco e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Uma vez ganhador do Prêmio Esso de Jornalismo, é autor dos livros Onde tudo isso vai parar e O fator animal, publicados pela Editora Lumina, de Porto Alegre. Em São Paulo, foi editor free-lancer na Editora Abril.

Publicidade
Clique para comentar

Cancelar resposta 3f472d

Brasil e mundo 3m3y11

Antes de Gaga, Madonna já havia aprontado no Rio b4o68

Publicado

on

Em seu show no Rio, em maio de 2024, Madonna exibiu numa tela ao fundo do palco imagens de ícones culturais, entre eles Che Guevara e Frida Kahlo. Foi surpreendente que o tenha feito, afinal, ela se apresenta como defensora dos direitos das minorias, inclusive da Queer, como faz Gaga, minoria que se fez maioria em ambos os shows.

Na ocasião, Madonna soou mais inconsequente que Gaga com seu “Manifesto do Caos”.

Os livros contam que o governo cubano, do qual Che fez parte, perseguia homossexuais, chegando a fuzilá-los por isso. Por quê? Porque os considerava hedonistas — indivíduos de natureza subversiva ao regime de exceção. Por serem, para eles, incapazes de controlar seus ardores sensuais e, por conseguinte, de se enquadrar em um regime em que a liberdade não tinha lugar, muito menos de fala.

Já Frida foi amante de Trotsky. E, depois deste ser assassinado no exílio a mando de Stálin, a artista ainda teve a pachorra de pintar um quadro com o rosto de Stálin, exposto até hoje em sua casa-museu, para iração de boquiabertos turistas bem informados sobre os fatos.

Madonna levou R$ 17 milhões do sistema capitalista por um show de um par de horas em que, literalmente, performou. Sem esforço, fingiu que cantava. Playback.

Dizem que artistas, por natureza, são “ingovernáveis”. A visão que eles teriam de vida seria mais importante do que a vida, do que a matéria. Pois há artistas e artistas.

Publicidade

Madonna é dessas sumidades que a gente não sabe, de fato, o que pensa. Apenas intui, por projeção. Tente lembrar de alguma fala substancial dela. Não lembramos, porque vive da imagem que criou. Vende uma imagem que, no fundo, talvez nem corresponda ao que ela é de verdade.

No fim da trajetória, depois de ganhar a vida, artistas costumam surpreender o público, mostrando sua verdadeira face em biografias. Pelo desconforto de partir com uma máscara mortuária falsa.

Continue Reading

Cultura e entretenimento 1f3218

O perigo das Gagas da vida 1n4w28

Publicado

on

Ajoelhado na calçada, à moda dos muçulmanos voltados para Meca, porém usando minissaia e rumorosos saltos vermelhos, um homem vestido de mulher berrava com desespero, na tarde de sexta 2, para uma janela vazia do Copacabana Palace, no Rio. Esgarçando-se na reiteração, expelia em golfos: “Aparece, Gagaaa. Gaaaagaaaaa”. Projetava-se à frente ao gritar, recuava em busca de fôlego e voltava a projetar-se.

Como a cantora não deu os ares à janela do hotel, o rapaz, tal qual uma atriz de novela mexicana, a sombra e o rímel escorrendo pelas bochechas, chorou o que pode. Estava cercado por uma multidão que, assim como ele, queria porque queria fincar os olhos na mutante Lady Gaga, uma mistura de mil faces a partir da fusão de Madonna com Maria Alcina, antes de seu show. No país que ama debochar, a cena viralizou.

Multidão muito maior ironizou o drama. Memes correram por todo lado para denunciar o grande número de desempregados no Brasil. Gente com tempo de sobra para chorar, porém pelas razões erradas.

Ocorre que muitos dos presentes à manifestação, como o atormentado rapaz, veem em Gaga um ícone Queer. Uma rainha da comunidade LGBTQIA+, representante global das causas do amor sem distinção, como a pop estimula em seu “Manifesto do Caos”, lido por ela no show. Nele, Gaga prega a “importância da expressão inabalável da própria identidade, mesmo que isso signifique viver em estado de caos interno”. Um manifesto assim, mais do que inconsequente, é temerário.

Como assim caos interior?

Tomado ao pé da letra por destinatários confusos, um manifesto desses pode ser mortificante. Afinal, viver a própria identidade não significa viver sem freios, mas sim encontrar um meio termo entre o desejo e a realidade. Justamente para evitar o caos. Logo, o manifesto é, isso sim, assustador — por haver (sempre há) tantas pessoas suscetíveis de embarcar nessas canoas de alto risco, cheias de remendos destinados a cobrir furos da embarcação. Pobres dos ageiros que, cegos por influência de ídolos de ocasião, avançam pelo lago em condições tão incertas.

Publicidade

A idolatria… ela é mais antiga do que fazer pipi pra frente e, ao menos no caso dos homens, ainda de pé. Ultimamente as coisas andam um tanto confusas nesse quesito, mas ao menos a adoração se mantém intacta, assim como a veneta dos gozadores, para quem o humor repõe as coisas em proporção, ou seja, em seu devido lugar.

Todos temos cotas de iração por artistas, mas à veneração, eis a questão, se entregam os vulneráveis. O que esses buscam, mais do que a própria vida, é um reflexo (uma sombra?) de suas identidades. Uma projeção material da pessoa que gostariam de ser, não fossem o que são. É aí que mora, num duplex de cobertura, o perigo. O rapaz pensa que Gaga é como ele, só que não.

Não lembro quem disse que aqui é um vale de lágrimas. Mas o é de fato, bem como é um fato que artistas, como políticos, são depositários das nossas esperanças, mesmo que atuem na mais antiga das profissões, anterior à prostituição — a representação —, o primeiro requisito para sobreviver em sociedade, quando não ficar rico, e sem necessariamente excluir, ainda que camuflada, a segunda profissão.

É de se imaginar o rapaz voltando para casa frustrado. É de presumi-lo no sofá, fazendo um minuto de silêncio.

Mas depois se reerguendo.

Não há de ser nada. Amanhã Gaga vai arrasaaar.

Gagaaaaaa.

Publicidade

Continue Reading

Em alta 43506z

Copyright © 2008 Amigos de Pelotas.

Descubra mais sobre Amigos de Pelotas 164y3d

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter o ao arquivo completo.

Continue reading