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Em uma cidade do interior da Califórnia, os irmãos OJ (Daniel Kaluuya) e Emerald Haywood (Keke Palmer) istram um rancho especializado em treinar cavalos para participações em filmes. Os negócios eram comandados pelo pai deles, que teve uma morte trágica e em circunstâncias misteriosas, causada por destroços que caíram do céu. Os dois, então, am a testemunhar eventos bizarros e extraterrestres.
Dirigido e roteirizado por Jordan Peele, Não! Não Olhe! é apenas o terceiro filme de sua carreira. Mesmo assim, o cineasta já conquistou sua identidade no cinema, e a sensação que temos é de que Peele é um veterano do gênero. Após Corra! e Nós, vemos o amadurecimento de sua filmografia.
Acompanhado de um design de produção perfeito, a fotografia sempre impecável de Hoyte van Hoytema e a trilha sonora de Michael Abels, o diretor comanda cada cena com maestria. Ambientado em gigantescos espaços abertos, as terras ao redor do rancho Haywood parecem sem fim e, de alguma forma, a sensação de imensidão é ainda mais assustadora. Ao longo de um pouco mais de 2 horas de duração, o filme prende a atenção do espectador com sequências tensas e por explorar o fascínio pelo desconhecido.
Daniel Kaluuya repete a parceria com Jordan Peele cinco anos após Corra!, porém quem brilha é Keke Palmer, com um ótimo timing cômico servindo de contraponto com a melancolia do personagem de Kaluuya. Ainda no elenco, Brandon Perea rouba a cena como Angel, um funcionário de uma loja de tecnologia que ajuda na investigação dos protagonistas, e Steve Yeun vive Jupe, dono de um parque de diversões inspirado no velho oeste e vizinho dos protagonistas. Ele é uma ex-estrela mirim que teve sua carreira artística interrompida precocemente e de forma terrível. Aliás, o flashback que revela o que aconteceu em seu ado é, sem dúvidas, um dos grandes momentos do filme, embora não tenha conexão com o resto da narrativa.
Com Jordan Peele sempre autêntico e impactante, Não! Não Olhe! aposta no suspense e critica à sociedade do espetáculo.