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Cultura e entretenimento 1f3218

Elvis, o filme f5a3d

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Com os sucessos recentes de Bohemian Rhapsody e Rocketman, Hollywood decidiu mergulhar de vez nas grandes lendas da música. Após Freddie Mercury e Elton John, chegou a vez de um dos maiores artistas de todos os tempos.

Com a direção de Baz Luhrmann, de Moulin Rouge e O Grande GatsbyElvis chega aos cinemas não como a cinebiografia definitiva do rei do rock e sim como a celebração de uma estrela. 

Acompanhamos a trajetória de Elvis Presley (Austin Butler) desde sua juventude, a ascensão à fama até sua morte precoce aos 42 anos, em 1977. Mas, principalmente, vemos o relacionamento do cantor com seu controlador empresário, Coronel Tom Parker (Tom Hanks).

A trama explora a dinâmica entre o cantor e seu empresário por mais de 20 anos de parceria, em que Parker gerenciou a carreira de Elvis com rédeas curtas e obsessão por controle. O empresário não permitia que o cantor se apresentasse fora dos Estados Unidos, além de ter sido autor de contratos absurdos em benefício próprio. No meio de sua jornada e carreira, Elvis encontrará Priscilla Presley (Olivia DeJonge), fonte de sua inspiração e uma das pessoas mais importantes de sua vida. 

O roteiro assinado por Baz Luhrmann ao lado de Craig Pearce, Sam Bromell e Jeremy Doner se desdobra para retratar a complexa trajetória artística e pessoal de Elvis, que tiveram dimensões tanto políticas quanto morais.

O filme aborda a vida e a música do protagonista, mas escolhe explorar o relacionamento entre Elvis e Parker. A narrativa tem o desafio de condensar mais de 20 anos em um pouco mais de duas e meia. Com isso, a história se desenrola de forma caótica, com momentos importantes ando em um piscar de olhos, como a importância de sua mãe, sua relação com Priscilla e o nascimento de Lisa Marie, seu trabalho como ator e a relação do artista com a comunidade negra são pincelados para dar lugar a longas sequências do período de residência em Las Vegas. O longa impressiona no visual, mas peca nos lapsos, com o tempo andando rápido demais. 

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Aliás, o respeito de Presley pelas raízes negras do rock é um deleite para os fãs do gênero. Vemos a cantora e guitarrista Sister Rosetta Tharpe, pioneira em técnicas de guitarra que viriam a definir o rock, em uma cena onde Elvis Presley visita o Club Handy, lendário local da Beale Street, em Memphis, no qual músicos pioneiros do rock se reuniam. Além disso, somos brindados com a presença de Little Richard, cantando e dançando ao som do hit “Tutti Frutti”, e a amizade de Elvis com B.B. King.

Narrado sob o ponto de vista do Coronel Tom Parker, o filme apresenta a ótica distorcida de quem conquistou a confiança do jovem cantor. Uma opção controversa, afinal, nunca vemos, de fato, quem foi Elvis Presley na intimidade. A atuação de Tom Hanks, sempre brilhante, é cínica e caricata, mostrando a eficiência do empresário que nunca foi Coronel e nem se chamava Tom Parker.  

Um ator mediano, e muitas vezes canastrão, Austin Butler tem méritos e é um bom Elvis Presley, em especial nos trejeitos no palco, onde sua atuação rouba a cena. O icônico personagem ganha uma performance sensível, sem deixar de lado o carisma e o magnetismo que o tornaram o rei do rock n’ roll.  

A paixão e a habilidade de Baz Luhrmann pelas cores e pelo extravagante é notória e, sem dúvidas, aqui o cineasta se sente completamente à vontade. Assim, as apresentações de Elvis Presley são o ponto alto da cinebiografia. Canções como “Suspicious Minds”, “Can’t Help Falling in Love”, entre outras, ganham uma energia contagiante. O diretor tira o máximo proveito dessa genialidade musical para criar cenários impactantes, que conseguem trazer toda a essência e o impacto que Elvis Presley causava no público. Destaque para a belíssima apresentação de “Unchained Melody”, reproduzida do último show de Elvis na Dakota do Sul, dias antes de sua morte.  

Elvis não está realmente interessado em Elvis Presley, o homem. Com seu ritmo inconfundível, Baz Luhrmann apresenta Elvis Presley, o mito, e o estilo que viria a dominar o planeta.  

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Déborah Schmidt é servidora pública formada em istração/UFPel, amante da sétima arte e da boa música.

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Brasil e mundo 3m3y11

Antes de Gaga, Madonna já havia aprontado no Rio b4o68

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Em seu show no Rio, em maio de 2024, Madonna exibiu numa tela ao fundo do palco imagens de ícones culturais, entre eles Che Guevara e Frida Kahlo. Foi surpreendente que o tenha feito, afinal, ela se apresenta como defensora dos direitos das minorias, inclusive da Queer, como faz Gaga, minoria que se fez maioria em ambos os shows.

Na ocasião, Madonna soou mais inconsequente que Gaga com seu “Manifesto do Caos”.

Os livros contam que o governo cubano, do qual Che fez parte, perseguia homossexuais, chegando a fuzilá-los por isso. Por quê? Porque os considerava hedonistas — indivíduos de natureza subversiva ao regime de exceção. Por serem, para eles, incapazes de controlar seus ardores sensuais e, por conseguinte, de se enquadrar em um regime em que a liberdade não tinha lugar, muito menos de fala.

Já Frida foi amante de Trotsky. E, depois deste ser assassinado no exílio a mando de Stálin, a artista ainda teve a pachorra de pintar um quadro com o rosto de Stálin, exposto até hoje em sua casa-museu, para iração de boquiabertos turistas bem informados sobre os fatos.

Madonna levou R$ 17 milhões do sistema capitalista por um show de um par de horas em que, literalmente, performou. Sem esforço, fingiu que cantava. Playback.

Dizem que artistas, por natureza, são “ingovernáveis”. A visão que eles teriam de vida seria mais importante do que a vida, do que a matéria. Pois há artistas e artistas.

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Madonna é dessas sumidades que a gente não sabe, de fato, o que pensa. Apenas intui, por projeção. Tente lembrar de alguma fala substancial dela. Não lembramos, porque vive da imagem que criou. Vende uma imagem que, no fundo, talvez nem corresponda ao que ela é de verdade.

No fim da trajetória, depois de ganhar a vida, artistas costumam surpreender o público, mostrando sua verdadeira face em biografias. Pelo desconforto de partir com uma máscara mortuária falsa.

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Cultura e entretenimento 1f3218

O perigo das Gagas da vida 1n4w28

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Ajoelhado na calçada, à moda dos muçulmanos voltados para Meca, porém usando minissaia e rumorosos saltos vermelhos, um homem vestido de mulher berrava com desespero, na tarde de sexta 2, para uma janela vazia do Copacabana Palace, no Rio. Esgarçando-se na reiteração, expelia em golfos: “Aparece, Gagaaa. Gaaaagaaaaa”. Projetava-se à frente ao gritar, recuava em busca de fôlego e voltava a projetar-se.

Como a cantora não deu os ares à janela do hotel, o rapaz, tal qual uma atriz de novela mexicana, a sombra e o rímel escorrendo pelas bochechas, chorou o que pode. Estava cercado por uma multidão que, assim como ele, queria porque queria fincar os olhos na mutante Lady Gaga, uma mistura de mil faces a partir da fusão de Madonna com Maria Alcina, antes de seu show. No país que ama debochar, a cena viralizou.

Multidão muito maior ironizou o drama. Memes correram por todo lado para denunciar o grande número de desempregados no Brasil. Gente com tempo de sobra para chorar, porém pelas razões erradas.

Ocorre que muitos dos presentes à manifestação, como o atormentado rapaz, veem em Gaga um ícone Queer. Uma rainha da comunidade LGBTQIA+, representante global das causas do amor sem distinção, como a pop estimula em seu “Manifesto do Caos”, lido por ela no show. Nele, Gaga prega a “importância da expressão inabalável da própria identidade, mesmo que isso signifique viver em estado de caos interno”. Um manifesto assim, mais do que inconsequente, é temerário.

Como assim caos interior?

Tomado ao pé da letra por destinatários confusos, um manifesto desses pode ser mortificante. Afinal, viver a própria identidade não significa viver sem freios, mas sim encontrar um meio termo entre o desejo e a realidade. Justamente para evitar o caos. Logo, o manifesto é, isso sim, assustador — por haver (sempre há) tantas pessoas suscetíveis de embarcar nessas canoas de alto risco, cheias de remendos destinados a cobrir furos da embarcação. Pobres dos ageiros que, cegos por influência de ídolos de ocasião, avançam pelo lago em condições tão incertas.

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A idolatria… ela é mais antiga do que fazer pipi pra frente e, ao menos no caso dos homens, ainda de pé. Ultimamente as coisas andam um tanto confusas nesse quesito, mas ao menos a adoração se mantém intacta, assim como a veneta dos gozadores, para quem o humor repõe as coisas em proporção, ou seja, em seu devido lugar.

Todos temos cotas de iração por artistas, mas à veneração, eis a questão, se entregam os vulneráveis. O que esses buscam, mais do que a própria vida, é um reflexo (uma sombra?) de suas identidades. Uma projeção material da pessoa que gostariam de ser, não fossem o que são. É aí que mora, num duplex de cobertura, o perigo. O rapaz pensa que Gaga é como ele, só que não.

Não lembro quem disse que aqui é um vale de lágrimas. Mas o é de fato, bem como é um fato que artistas, como políticos, são depositários das nossas esperanças, mesmo que atuem na mais antiga das profissões, anterior à prostituição — a representação —, o primeiro requisito para sobreviver em sociedade, quando não ficar rico, e sem necessariamente excluir, ainda que camuflada, a segunda profissão.

É de se imaginar o rapaz voltando para casa frustrado. É de presumi-lo no sofá, fazendo um minuto de silêncio.

Mas depois se reerguendo.

Não há de ser nada. Amanhã Gaga vai arrasaaar.

Gagaaaaaa.

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