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O presidente Bolsonaro utilizou o assassinato do ex-premiê japonês Shinzo Abe, morto a tiros, para fazer uma comparação consigo mesmo.
Em discurso no interior de São Paulo, ele relembrou o ataque a faca que sofreu em setembro de 2018, durante a campanha presidencial.
“É o risco dos bons. É o preço por lutar por seu país. E muitas vezes o inimigo não está fora, está dentro da sua pátria”, disse, emocionado, em discurso na solenidade militar da FAB em Pirassununga.
No mesmo discurso, Bolsonaro ainda apelou aos militares para combaterem “em especial” o que chamou de “agressões internas”.
“Nós, militares, […] fizemos um juramento: dar a vida pela nossa pátria, se preciso for. E essa ‘dar a vida’ não é com possíveis agressões de fora, em especial por agressões internas”.
Shinzo Abe foi baleado durante comício na cidade de Nara, perto de Quioto. A notícia foi dada pela NHK, a televisão estatal do Japão, e confirmada pelo hospital.
A polícia japonesa deteve um suspeito do ataque, Tetsuya Yamagami, com cerca de 40 anos. Ele é acusado de homicídio e usou equipamento semelhante a uma arma de fabricação caseira.
Shinzo Abe, de 67 anos, foi primeiro-ministro do Japão entre 2006 e 2007 e, mais tarde, entre 2012 e 2020. Foi o líder japonês com maior longevidade no cargo.
O comício desta sexta-feira ocorria antes das eleições para o Senado japonês, marcadas para domingo (10). Abe discursava em apoio a Kei Sato, um membro da câmara alta do Parlamento que concorre à reeleição como representante da cidade de Nara.