2m452i
Vale a pena gastar duas horas para ver o filme sobre a vida de Hannah Arendt, a filósofa judia alemã que cunhou o polêmico conceito de “Banalidade do Mal”, enquanto cobria para a revista The New Yorker o julgamento de Adolf Eichmann, nazista capturado pelo Mossad em Buenos Aires, onde vivia clandestino.
Acompanhando os depoimentos de Eichmann no tribunal, ela observou que não era um monstro, apenas um burocrata medíocre que havia feito do mal uma coisa tão automática e corriqueira quanto lavar as mãos. Algo que se faz sem atribuir sentido ao gesto e, ao transferir a terceiros superiores a responsabilidade, sem sentir culpa. “Ao deixar de pensar”, segundo ela, “a pessoa deixa de ser pessoa”.
Ao formular seu conceito original, acharam que Arendt estava absolvendo os nazistas, logo ela, judia, que deveria ser solidária aos 6 milhões de judeus exterminados. Ela se defendeu: “Tentar entender não é o mesmo que perdoar”. “Pensar não é ter conhecimento. É ser capaz de discernir entre o bem e o mal”.
Balançando ainda mais as convicções do senso comum, ela constatou que houve judeus que colaboraram com os nazistas.