Connect with us

Brasil e mundo 3m3y11

Resoluções de ano novo. Por Mateus Bandeira 3ab3t

Publicado

on

Janeiro, o primeiro mês do ano, tem seu nome em homenagem ao deus Janus. O deus romano de duas faces, voltadas para lados opostos. Era para este deus pagão – o deus das portas, dos inícios e fins, das transições, das dualidades e das agens – que os Césares e seu império faziam promessas e comprometiam-se com resoluções de fim de ano.

A variável mística ou religiosa dos diferentes rituais de agem é um reconhecimento por parte da humanidade, em todos os tempos, da sua fragilidade diante do imponderável. E uma esperança de transação: reconheço erros, faço a contrição, comprometo-me com o que imagino ou me dizem ser o correto, e peço bons ventos oriundos do que não entendo. A bênção dos deuses para o ano que vai nascer.

Nestes dias de mudança de um 2021 de dificuldades para um 2022 de esperanças (não é sempre assim?), talvez pudéssemos fazer um ritual um pouco diferente do que temos feito até os dias de hoje, aqui nesta Terra Brasilis. Pelo menos na área pública. Na área que seria de todos nós.

O capítulo dos erros e equívocos do ano que sai não é difícil de enunciar, nem faltarão exemplos: diante de uma pandemia trágica, apontamos dedos em demasia, perdemos a humildade e deixamos soltos espíritos autoritários; diante de um ativismo judicial perverso, não gritamos ou cobramos o suficiente; diante de um discurso em que a vítima da violência é apontada como culpada, demos de ombros; nos conformamos com a pobreza; assistimos calados à injusta distribuição de recursos públicos, sempre para os mesmos; vimos como meros espectadores a insegurança jurídica crescer, a censura mostrar seus dentes pavorosos e o assalto aos cofres públicos ser normalizado, e fomos para casa quando as imposições socioculturais aram de discursos de guetos para os altos salões de ministros togados e redações medíocres. O ano que ou, o ano de 2021, mostrou um Brasil de poderes constitucionais adaptados a vontades pessoais e políticas de ocasião. O ano ou; as nuvens negras, ainda não.

O capítulo da contrição é mais sofisticado. Aceitamos a relação dos erros, mais por seu enunciado do que pelo medo à punição, trocamos o sujeito das frases e identificamos os supostos responsáveis: eles, os outros; eles, os políticos. Nós, nunca.

Reconhecidas as mazelas e identificados os responsáveis, fazemos cara de sérios, brindamos com a família e com os amigos e assumimos compromissos genéricos para o tempo que virá. Os deuses haverão de entender.

Publicidade

O tempo ou, Janus é uma referência histórico-cultural, o império é outro e em 2022 tem eleições gerais no Brasil.

O novo império, guardadas as controvérsias, não costuma fazer promessas para nenhum deus, em nenhuma transição. Entretanto, faz resoluções de fim de ano e pesquisas e estatísticas – sobre qualquer coisa, com um fervor quase religioso. Assim, em meio a uma torrente de informações sobre resoluções de fim de ano nos Estados Unidos da América – 80% delas são abandonadas e o dia 17 de janeiro é considerado o dia da desistência –, encontramos um dado interessante: as resoluções tomadas com o rigor da formalidade e devidamente acompanhadas ao longo do ano alcançam 22% a mais de êxito que as genericamente enunciadas.

Desta forma, na perspectiva de que possamos utilizar o evento das eleições gerais do ano que começa para o benefício do Brasil, tomo a liberdade de fazer duas propostas: a primeira é oferecer para você, leitor e eleitor, uma pequena lista de resoluções de fim de ano, a título de sugestão; a segunda, mudando o sujeito para nós, é que a transformemos em um instrumento de cidadania. Que a formalizemos, de todas as maneiras possíveis. Vejamos:

Este ano, vou levar o processo eleitoral a sério. De verdade. Vou escolher os candidatos com base em suas propostas efetivas e não contraditórias. Saberei suas plataformas eleitorais, checarei seu ado e não os esquecerei.

Neste ano eleitoral, os candidatos por mim escolhidos deverão defender de maneira explícita, clara e inequívoca os ideias de liberdade, vida digna para todos, da busca da prosperidade e da construção dos meios para alcançá-los.

Nas eleições deste ano, meus candidatos deverão trabalhar em defesa da emancipação da sociedade brasileira, por meio de políticas que conciliem democracia com economia de mercado – liberalismo com capitalismo democrático.

Meus candidatos deverão estar em partidos que não compactuem com a forma paternalista, populista e patrimonialista de fazer política; que defendam as liberdades individuais, o livre mercado e a eficiência na gestão do Estado. Devem, neste último item, ser a favor de privatizações. Todas.

Publicidade

Finalmente, meus candidatos devem ter compromisso com a agenda capitalista no Brasil. Explicitamente.

Estas resoluções não esgotam as possibilidades de seleção de candidatos, nem farão todos contentes. Farão um Brasil melhor.

*Mateus Bandeira, conselheiro de istração e consultor de empresas, foi CEO da Falconi, presidente do Banrisul e secretário de Planejamento do Rio Grande do Sul.

Publicidade
Clique para comentar

Cancelar resposta 3f472d

Brasil e mundo 3m3y11

CCJ do Senado aprova fim da reeleição para cargos do Executivo 1c4t3d

Publicado

on

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com a reeleição no Brasil para presidente, governadores e prefeitos foi aprovada, nesta quarta-feira (21), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. A PEC 12/2002 ainda aumenta os mandatos do Executivo, dos deputados e dos vereadores para cinco anos. Agora, o texto segue para análise do plenário do Senado.

A PEC previa o aumento do mandato dos senadores de oito para dez anos, mas a CCJ decidiu reduzir o tempo para cinco anos, igual período dos demais cargos. A proposta ainda unifica as eleições no Brasil para que todos os cargos sejam disputados de uma única vez, a partir de 2034, acabando com eleições a cada dois anos, como ocorre hoje.

A proposta prevê um período de transição para o fim da reeleição. Em 2026, as regras continuam as mesmas de hoje. Em 2028, os prefeitos candidatos poderão se reeleger pela última vez e os vencedores terão mandato estendido de seis anos. Isso para que todos os cargos coincidam na eleição de 2034.

Em 2030, será a última eleição com possibilidade de reeleição para os governadores eleitos em 2026. Em 2034, não será mais permitida qualquer reeleição e os mandatos arão a ser de cinco anos.  

Após críticas, o relator Marcelo Castro (MDB-PI) acatou a mudança sugerida para reduzir o mandato dos senadores.

“A única coisa que mudou no meu relatório foi em relação ao mandato de senadores que estava com dez anos. Eu estava seguindo um padrão internacional, já que o mandato de senador sempre é mais extenso do que o mandato de deputado. Mas senti que a CCJ estava formando maioria para mandatos de cinco anos, então me rendi a isso”, explicou o parlamentar.

Com isso, os senadores eleitos em 2030 terão mandato de nove anos para que, a partir de 2039, todos sejam eleitos para mandatos de cinco anos. A mudança também obriga os eleitores a elegerem os três senadores por estado de uma única vez. Atualmente, se elegem dois senadores em uma eleição e um senador no pleito seguinte.

Os parlamentares argumentaram que a reeleição não tem feito bem ao Brasil, assim como votações a cada dois anos. Nenhum senador se manifestou contra o fim da reeleição.

Publicidade

O relator Marcelo Castro argumentou que o prefeito, governador ou presidente no cargo tem mais condições de concorrer, o que desequilibraria a disputa.

A possibilidade de reeleição foi incluída no país no primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso, em 1997, mudança que permitiu a reeleição do político em 1998.

“Foi um malefício à istração pública do Brasil a introdução da reeleição, completamente contrária a toda a nossa tradição republicana. Acho que está mais do que na hora de colocarmos fim a esse mal”, argumentou Castro.

Continue Reading

Brasil e mundo 3m3y11

Um homem coerente 5f5k47

Publicado

on

Eis um homem que irei pela absoluta coerência entre o que pensava e o modo como viveu. Um homem de esquerda que me fazia parar para ouvi-lo, porque o que dizia tinha solidez e fazia pensar.

Não precisava concordar com ele para irá-lo. E sim: um homem de esquerda que nunca roubou. Foi uma pessoa rara. Eu diria, única.

Vivia num sítio, dele de fato, com o essencial. Na companhia da mulher e de cachorros. Só tinha um defeito: andava em má companhia internacional. Talvez por um motivo humano. Para se sentir menos sozinho do que era. Menos prisioneiro de suas convicções.

Continue Reading

Em alta 43506z

Copyright © 2008 Amigos de Pelotas.

Descubra mais sobre Amigos de Pelotas 164y3d

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter o ao arquivo completo.

Continue reading