“Vendo retrospectivamente, os grupos que, nas manifestações de apoio à Lava Jato, eram absolutamente minoritários e defendiam a ‘intervenção militar’, acabaram tendo o seu candidato eleito. Embora equivocados, com uma pauta antidemocrática, prevaleceram por fim. E o candidato eleito, com o tempo, foi focalizando cada vez mais no discurso radical contra as instituições e abandonou de vez as ações e o discurso contra o sistema de corrupção e a cultura do patrimonialismo. Ao contrário, como se viu, o presidente retomou as mesmas alianças políticas que resultaram, no extremo, nos escândalos de corrupção do mensalão e do petrolão.” 1x1h61
“Claro que, agora que se tem ciência do que ocorreria no futuro – a falta do apoio do presidente à agenda anticorrupção, o surgimento do caso de Fabrício Queiroz ainda em dezembro de 2018, a falta de cumprimento da palavra do presidente quanto à ‘carta branca’ para nomeação de cargos, a aliança com políticos fisiológicos e acusados por corrupção na Lava Jato -, é fácil concluir que eu errei. Naquela época, no entanto, o conhecimento do futuro não estava à disposição. Sabedoria retrospectiva não vale.”
