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Baseado em um dos maiores clássicos da ficção científica, Duna está em cartaz nos cinemas. Um dos filmes mais aguardados do ano adapta a obra homônima de Frank Hebert, de 1965, em uma nova versão comandada por um dos maiores nomes do cinema atual. Um dos meus diretores favoritos, Denis Villeneuve tem uma filmografia impecável, com filmes aclamados como Incêndios, Os Suspeitos, Sicario: Terra de Ninguém, A Chegada e Blade Runner 2049.
Inspirado na série de livros de Frank Herbert, o longa é ambientado no ano de 10.191, onde acompanhamos o jovem Paul Atreides (Timothée Chalamet), cuja família a a istrar o planeta desértico Arrakis, lugar da única fonte da especiaria rara chamada “melange”, o material mais valioso do universo. Enquanto isso, uma conspiração está se formando contra os Atreides partindo de uma família rival, os Harkonnens.
A Casa Atreides é composta pelo Duque Leto (Oscar Isaac), seu filho Paul (Timothée Chalamet) e sua concubina Lady Jessica (Rebecca Ferguson), que também é uma Bene Gesserit (antiga escola de treinamento físico e mental para mulheres), além de membros importantes, como Duncan Idaho (Jason Momoa) e Gurney Halleck (Josh Brolin), enquanto estão de mudança de seu planeta nativo Caladan para istrar Arrakis. A Casa Harkonnen é liderada pelo cruel Barão Vladimir Harkonnen (Stellan Skarsgård) e seu sobrinho sádico Rabban Harkonnen (Dave Bautista).
Durante mais de 2 horas e meia somos transportados para um verdadeiro espetáculo visual. O filme impressiona com cenários e locações grandiosas, com destaque para Arrakis, onde se a a maior parte da trama. O deserto possui condições totalmente desfavoráveis, como a falta de água e a presença dos temidos vermes de areia. Habitantes do deserto, os Fremens precisam lidar com as adversidades locais, onde exploram questões ecológicas e políticas, além da exploração vivida por eles pelos ex-es do lugar, os severos membros da Casa Harkonnen.
Um dos maiores responsáveis pelo exuberante visual é Greig Fraser, diretor de fotografia indicado ao Oscar por Lion: Uma Jornada para Casa. Os enquadramentos de sequências em planos abertos resultam em uma fotografia belíssima e primorosa. O tom contemplativo da narrativa é auxiliado pela trilha sonora sempre marcante de Hans Zimmer
Duna apresenta uma variedade enorme de personagens e, para isso, um elenco repleto de estrelas foi selecionado para interpretá-los, mesmo que nem todos tenham o devido desenvolvimento. Rebecca Ferguson e Timothée Chalamet representam a grande conexão emocional da narrativa, em uma relação entre mãe e filho que explora o medo do futuro e o peso das responsabilidades. Oscar Isaac a nobreza e liderança da Casa Atreides e Stellan Skarsgård rouba a cena como o cruel líder da Casa Harkonnen. Javier Bardem como Stilgar, líder de uma das tribos de Arrakis, e Zendaya, como a jovem Fremen Chani podem decepcionar pelo pouco tempo em cena, mas o longa tem talentos de sobra nas ótimas atuações de Jason Momoa, Josh Brolin, Sharon Duncan-Brewster, Stephen McKinley Henderson e Charlotte Rampling.
O roteiro de Villeneuve, Eric Roth e Jon Spaiths consegue criar a atmosfera ideal, mas o ritmo é lento, visto que a produção optou por introduzir os muitos conceitos para o público, em uma apresentação do universo de Duna. Descrito como “Duna: Parte 1” e com um final inconclusivo, Denis Villeneuve mostra que pretende continuar essa história em uma segunda parte, já confirmada, e, principalmente, se aprofundar ainda mais nas temáticas complexas presentes ao longo da jornada de Paul Atreides.
Deslumbrante, Duna é um grandioso épico visual da ficção científica.
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