Amigos de Pelotas

Câmara no Parque Una e a ambição do vereador Silva 4xo4f

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Atualizado 21h17 | 23/10

A novela mexicana de 10 milhões de capítulos, intitulada Onde será construída a sede da Câmara de Vereadores de Pelotas? (na intimidade conhecida Amor de aluguel – pela longa demora na definição) chegou ao fim, com a revelação do ponto onde o edifício será erguido.

Será no Parque Una, o bairro planejado que se expande sem parar e vem revolucionando o urbanismo na região. A notícia põe fim a muitos anos de aluguel alto, pago por uma casa na Rua XV, atual sede. Na época, na definição da locação, o então presidente da Câmara Adalim Medeiros, do MDB, defendeu o negócio, definindo-o como “um Palácio”. A noção de Palácio permanece, pelas palavras do atual presidente da Casa, Cristiano Silva, do PSDB.

A Câmara própria ficará sobre um terreno de 4,5 mil metros quadrados, previamente urbanizado pela Idealiza Cidades, idealizadora do Una: ruas, esgoto, água, drenagem e rede elétrica ficarão por conta da urbanizadora; ou seja, nesta parte, não haverá custos aos cofres públicos. Já o dinheiro que pagará a obra, este sim, sairá do bolso do contribuinte, fala-se, por alto, em um valor estimado de R$ 10 milhões.

Por lei, 3% da área dos loteamentos devem ser destinadas ao poder público, com aqueles proprietários bancando a urbanização citada, uma economia ao Município que não ocorreria se a sede fosse fora de loteamentos. A escolha do Una encontra, portanto, base legal, além de vantagem nos custos da obra. É uma prova também do fascínio que o bairro, e o modo de vida proposto pelo seu desenho, vêm exercendo sobre o planejamento urbano pelotense, do qual destoa pela formulação de espaços de convivência em que o homem se reencontra com o ambiente de seus primórdios, espaços verdes, água de lago, pássaros: a natureza e o outro.

Ambicioso e, pelas suas palavras, também apreciador de confortos, o presidente vereador Silva imagina que a população pelotense vá crescer muito e rápido, daí vir declarando que quer um projeto arquitetônico para abrigar 30 vereadores, hoje são 21 edis. O número de edis é proporcional ao número de habitantes da cidade. “Queremos um projeto para 30 edis (sinônimo de vereador), com estrutura para a população e para que possamos ar o dia no ambiente mais autossustentável possível“, tem dito.

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Além de considerar o conforto, está pensando longinquamente, além de alto.

Para necessitar de 29 vereadores, a população de uma cidade deve ter, por lei, de 750 mil a 900 mil pessoas. Para ter 31 vereadores, de 900 mil a 1 milhão e 50.

Câmara com 30 vereadores só existe na conta redonda de Silva. O mais próximo daquele número, por lei, é 29 e 31.

Pelotas tem hoje 340 mil habitantes. Precisaria mais que duplicar a população para ter 29 vereadores, e quase triplicá-la para abrigar 31 vereadores.

Silva

100 mil de prêmio

O vereador Cristiano Silva diz que fará um concurso entre arquitetos para elaboração do projeto do prédio, pelo qual o vencedor ganhará R$ 100 mil. O vencedor será escolhido por uma banca composta por gente da UFPel, Uel, Faculdade Anhanguera, Associação de Engenheiros e Arquitetos de Pelotas, Instituto de Arquitetos do Brasil Núcleo Pelotas, Conselho de Arquitetura e Urbanismo e mais Secretaria de Gestão da Cidade e Mobilidade Urbana.

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