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As atuais narrativas da política fiscal gaúcha. Por Roberto Balau Calazans 53b2g

“Como político tradicional, o atual governador soube articular uma rede de partidos políticos em torno do seu projeto. Foi habilidoso em vender um produto aos eleitores, graças ao uso do marketing político”

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Roberto Balau Calazans * / Mestre em Economia UFRGS. Auditor Fiscal aposentado da Sefaz/RS

O centrismo e a esquerda light brasileira têm criado recorrentes narrativas na política nacional, talvez pela densidade intelectual de suas lideranças. No plano econômico, apresentam-se como a elite acadêmica e formuladora dos acertos do Plano Real. Obteve êxito em reduzir a inflação em 1994, mas aumentou a carga tributária, os juros nominais, a dívida pública e os gastos sociais. FHC demonstrou estranha satisfação na entrega da faixa presidencial a Lula. Foram e são os preferidos do mercado financeiro. A política monetária de juros reais elevados sempre foi o receituário básico de sua política econômica. A esquerda radical praticou a mesma política monetária, que foi o paraíso dos juros nominais. Os gastos sociais foram migalhas vis-à-vis aos lucros do sistema financeiro.

Em oposição aos radicais, a ala light criou a narrativa de que eram os representantes da moderação, da eficiência e da moralidade na coisa pública. Até hoje, o Brasil paga o preço político pela vitória da reeleição em todos os níveis. O castelo da moralidade e da eficiência istrativa começou a ruir quando algumas lideranças foram acusadas pelo Ministério Público. Com o advento do bolsonarismo, houve a revelação histórica, algo que a muito se especulava. Não há diferenças substanciais entre radicais e centristas. A foto do jantar entre FHC e Lula é de um simbolismo impressionante. No caso gaúcho, a vitória eleitoral de Eduardo Leite e a manutenção das elevadas alíquotas de ICMS deve-se, em parte, à esquerda. Agora, até o próprio Lula pede para elevar o tom contra a istração estadual.

Como o radicalismo perdeu referência nas terras gaúchas, a retórica discursiva encontrou um novo herdeiro. Define-se aqui narrativa como o discurso articulado que penetra nas instituições ideológicas da sociedade civil, de forma lenta e gradual, criando as condições para a imposição de uma visão, ainda que seja plenamente verdadeira. Infelizmente, o uso do expediente é uma realidade no País.

Por exemplo, o jornalismo deixou de ser informativo para ser militante e disseminador de interesses escusos (ou não). Em 1000 dias da atual istração federal, alguns jornalistas (locais e nacionais) ganharam a vida escrevendo 1000 colunas dizendo sempre que estava tudo errado. Para alguns, o objetivo é participar do mainstream, e outros é puro “ódio do bem”. Tal assertiva parece ser provocativa, mas não é. É realista para quem se preocupa com as falsas imagens.

Como político tradicional, o atual governador soube articular uma rede de partidos políticos em torno do seu projeto-istrativo. Foi habilidoso em vender um produto aos eleitores, graças ao uso do marketing político. Contudo, é necessário desvendar algumas falhas do seu discurso — a distância entre a narrativa e os fatos.

Voltando ao caso do RS, sejamos bem precisos. O ajuste fiscal das contas estaduais foi aprofundado pelo atual governo, seguindo diretrizes idênticas ao do anterior. Estão ocorrendo fatores conjunturais (inflação e venda de estatais), aliado à competência política, que ajudam as contas fiscais.

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Aqui merece ser feito um paralelo com a istração Yeda Crusius. Ela foi favorecida pelo impacto do boom das commodities, mas teve que enfrentar uma forte oposição da burocracia federal. A operação com o Banco Mundial quase foi inviabilizada. Não houve nenhum apoio financeiro substancial da União. Nesse sentido, pode-se afirmar que seu trabalho como gestora foi mais intenso do que o atual, como ficou bem demonstrado com a introdução da substituição tributária naquele período.

Como político tradicional, o atual governador soube articular uma rede de partidos políticos em torno do seu projeto-istrativo. Ele foi habilidoso em vender um produto aos eleitores, graças ao uso do marketing político. Contudo, é necessário desvendar algumas falhas do seu discurso — a distância entre a narrativa e os fatos.

Do ponto de vista fiscal, o atual governo se elegeu com um discurso calcado em um diagnóstico financeiro equivocado, seduzindo os gaúchos pelo voluntarismo. “Bastava se levantar da cadeira e gerir melhor as contas”, que belo produto do marketing!

Dada a ambição, foram assumidas atitudes inapropriadas contra quem estava trabalhando, como o então governador Sartori. É bom relembrar o que houve:

• menosprezo às dificuldades do fluxo de caixa do Estado;

• falta de entendimento do porquê houve a elevação de alíquotas do ICMS e a necessidade de sua manutenção em 2019;

• falta de clareza em relação ao Regime de Recuperação Fiscal.

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Em 2020, tal prática se repetiu durante o período da pandemia do Coronavírus. O Tesouro Nacional enviou R$ 2,205 bilhões ao RS, sendo R$ 1,945 bilhão em recursos livres e R$ 260 milhões para à Saúde. Permitiu também que a dívida refinanciada com a União não fosse paga em 2020 e 2021. Sugiro a leitura da seguinte apresentação, de Darcy F. Carvalho dos Santos, em que é detalhada forma como a folha salarial foi colocada em dia e mostra que foram transferidos pela União um total de quase R$ 3,0 bilhões: https://financasrs.com.br/wpcontent/s/2021/05/Como-o-governo-colocou-em-dia-a-folha.pdf

A iniciativa de controlar gastos públicos não representa novidade no espectro da política fiscal. Privatizar trouxe receitas extraordinárias e alívio ao caixa do Tesouro Estadual, porém, são conjunturais. Reformar a previdência trará a redução da expansão dos gastos com inativos/pensionistas.

Em meados de 2020, a principal narrativa do governo surge logo após ao recebimento dos recursos da União. Grosso modo, constituiu-se em afirmar que os salários foram colocados em dia devido à ação exclusiva da gestão. Nada mais equivocado, pois a União teve participação decisiva. O reconhecimento pela ajuda, como era de se esperar, nunca acontecerá.

Ao longo do ano, houve a ação articulada com outros governadores contra as diretrizes do Governo Federal e o incentivo à redução das atividades econômicas, expressa na queda do PIB estadual em 2020. Note-se que o governador mineiro, mesmo se opondo as diretrizes do Ministério da Saúde, teve uma atitude mais diplomática, talvez mais preocupado com os interesses do Estado do que com as futuras pretensões eleitorais.

Outra narrativa é relacionada às alíquotas de ICMS. Primeiro, durante a eleição, não era necessário manter as alíquotas definidas por Sartori. Depois dela, veio o vai e vem do projeto da Reforma Tributária Estadual, ora propõe, ora retira. Finalmente, em meados de 2021, surge a narrativa de que o ajuste fiscal propiciou à redução de alíquotas. Novamente, a apologia aos méritos do governo, quando isso foi uma decisão da Assembleia Legislativa.

Em 2021, os resultados fiscais parciais são excelentes. Foram obtidos pelo controle dos gastos públicos e refletem os efeitos positivos das Reformas Previdenciária e istrativa implementadas. A iniciativa de controlar gastos públicos não representa nenhuma novidade no espectro da política fiscal. Privatizar trouxe receitas extraordinárias e alívio ao caixa do Tesouro Estadual, porém, são conjunturais. Reformar a previdência trará a redução da expansão dos gastos com inativos/pensionistas. Contudo, o gasto com pessoal está caindo lentamente e representa 70% da receita líquida. Um eventual aumento do piso do magistério será um problema adicional nas contas públicas. Mais 9 anos sem reajustes salariais será sustentável? Provavelmente, seria consistente num modelo de quadro negro com queda contínua de salários reais, aumento de receitas e transferência para juros. Enfim, o indicador do RS continua a ser “D” pelo conceito do Tesouro Nacional.

Cabe indagar se tais ações istrativas foram responsáveis pelo impressionante crescimento do ICMS em 2021 e pelos indicadores favoráveis das contas fiscais? A resposta não transparece no discurso oficial, pois segue a narrativa de que o ajuste foi realizado por obra interna. O que não é dito é que, em 2020, o responsável pelo crescimento das receitas dos governos estaduais foi a inflação, captada na expansão do ICMS. As medidas fiscais ortodoxas foram importantes, mas não determinantes. Em 2021, a aceleração da inflação decorre pelo aumento dos preços dos combustíveis, da energia elétrica, da gasolina e dos alimentos, elevando, assim, as receitas federais e o ICMS nos estados. Esta não é uma opinião particular, ela está respaldada pelo Tesouro Nacional. Portanto, a realidade não é o que o discurso diz, é necessário filtrar as apologias naturais na política.

“Em 2020, observa-se um período de forte elevação na receita dos Estados, que, entretanto, não parece estar associada a uma política tributária mais eficiente e sim ao aumento de preços que compõem a base tributária do ICMS. Desse modo, é preciso ter cautela com os sinais positivos vindo do aumento da arrecadação tributária estadual. Apesar de que alguns Estados terem aprimorado sua gestão tributária em 2020, a maioria dos Estados mantém níveis elevados de benefícios fiscais e alguns inclusive aumentaram esses benefícios durante a pandemia. Quando o aumento de preços for reduzido, a dinâmica estrutural das receitas pode alterar a trajetória de crescimento. Dessa forma, é necessária cautela para ampliar gastos continuados nesse momento como resposta à maior arrecadação, havendo necessidade de aguardar para verificar se o aumento é estrutural ou apenas conjuntural”. (Boletim de Finanças dos Entes Subnacionais 2020, Indicadores de inflação e Previsão do ICMS, Tesouro Nacional).

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Por fim, entendo que o método do marketing político, o uso articulado e recorrente das mídias de aluguel, não favorece ao interesse estratégico da sociedade gaúcha. Leva ao rebaixamento da prática-crítica na política estadual.

Para um Estado que já gerou representantes, como Paulo Brossard, Leonel Brizola, Pedro Simon, Bernardo de Souza etc., estamos ficando s a um grupo político que usa métodos tradicionais de poder: interesses pessoais e o conhecido toma lá, dá cá.

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Brasil e mundo 3m3y11

A liberdade sagrada das redes 3f2n1p

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Noutro dia escrevi um texto sobre a cisão no vínculo entre as pessoas e o meio em que vivem, responsabilizando parcialmente as novas tecnologias de comunicação. Disse: “Se por um lado as tecnologias deram voz à sociedade, por outro, nos têm distraído da concretude do mundo, de interação mais hostil, levando-nos a viver em mundos paralelos”. E: “No mundo moderno, não habitamos mais exatamente nas cidades, mas sim no mundo virtual, um refúgio, retroalimentado pelo algoritmo, onde não há frustrações, mas sim gratificações instantâneas”. Bem, esse é um lado da questão. E não é novo.

Desde Freud se sabe que, diante do trauma, a criança dissocia-se para á-lo, refugiando-se na neurose, uma estratégia de defesa. Pois, assim como a criança abalada pelo trauma, as pessoas, diante das escalabrosidades do mundo concreto, fazem igual: elas podem se retirar para o mundo virtual, guardando, daquele, uma distância.

O outro lado da questão, o reverso da moeda, é que, sem as novas tecnologias de comunicação, a voz traumatizada da sociedade permaneceria atravessada na garganta, sem chance de extravasar-se.

A possibilidade de expressão liberou uma carga de justos ressentimentos contra os limites da política, as injustiças, o teatro social. De súbito, tivemos uma ideia do tamanho da insatisfação com os sistemas de vida, ando publicamente a protestar, em alguns casos chegando à revolução, como ocorreu na Primavera Árabe, onde as redes sociais cumpriram um papel fundamental.

Pois não é por outra razão que os donos do antigo mundo estão incomodados e querem controlar a liberdade de expressão, especialmente a velha imprensa, os monopólios empresariais, os sistemas políticos totalitários. Enfim, todos aqueles para quem a internet e as redes sociais ameaçam seu poder, ao por de pernas pro ar as certezas convenientes sobre as quais se assentaram.

Fato. As inovações desarranjam os mercados e os modos de vida. Toda inovação faz isso. É o preço do progresso. Mas, assim como é impossível voltar ao tempo do telégrafo (imagine o desespero nas Bolsas de Valores), é impensável retroagir ao mundo exclusivo da prensa de Gutenberg. Porque as descobertas, afinal, permitem avançar nos arranjos produtivos: propiciam economia de tempo, dinheiro e, no caso da comunicação, ampliam a liberdade, seu bem mais precioso. Pode-se dizer que não estávamos preparados para tanta liberdade súbita, e que venhamos, neste momento, usando-a “mal”. Contudo, parece razoável dizer que, à medida que o tempo e, estaremos mais e mais preparados para lidar com a liberdade e seus efeitos.

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Com todos os defeitos que a vida tem, é preferível mil vezes, ao controle da palavra, a liberdade de dizê-la. Quem pode afirmar (ou julgar) o que é verdadeiro e o que é falso, senão as pessoas mesmas, em última análise, de acordo com suas percepções e as pedras em seus sapatos? Pois hoje, depois de provarmos a liberdade trazida pelas novas tecnologias, mais do que nunca sabemos que a imprensa, em sua mediação da realidade, é falha, e como o é!

É interessante (e triste) ver como, após a criação da internet e das redes, grande parte da imprensa, ao perder o monopólio da verdade, se vêm tornando excessivamente opinativa e crítica das novas tecnologias. Deveria, sim, era aprimorar-se no trabalho para prestá-lo melhor. Acontece que — eis o ponto — como a velha imprensa não é livre de fato, como depende do financiador, muitas vezes de governos, ela vê nas novas tecnologias de ampla liberdade uma ameaça à velha cadeia de produção acostumada a filtrar o que valia ser dito, e o que não valia, em seu óbvio interesse, hoje nu, como o rei da história.

Além de tudo, há essa coisa interessante: a percepção. Para alguns pensadores do novo mundo, o que chamamos de realidade é uma simulação, no que concordo. Segundo eles, cada um de nós só tem o às coisas através dos sentidos (olfato, visão, tato, audição, paladar). Porém, como cores, cheiros, paladares etc. não existem no mundo concreto (são imateriais), sendo portanto simulações percebidas pelos sentidos (pessoas veem cores em diferentes matizes, quando não divergentes, como os daltônicos), aqueles pensadores sustentam que o mundo como o percebemos seria resultado exclusivo dos nossos sentidos. Assim, a única coisa real seria a razão. É o que diz Descartes, para quem a razão é a única prova da existência. “Penso, logo existo”.

Como amos o mundo virtual pelos mesmos sentidos com que amos o mundo concreto, estando entrelaçados, não haveria diferença entre eles. Logo, não deveríamos condenar o mundo virtual, mas sim o explorarmos melhor. Eu acredito que é assim.

Uma vez provadas as inovações, não é possível retroagir. Podemos, isso sim, é refinar, em decorrência delas, o nosso comportamento.

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Brasil e mundo 3m3y11

Vivendo em mundos paralelos 5z181m

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Algo mudou na relação entre o jornalismo e os pelotenses. Até por volta de 2015, havia um marcado interesse nos assuntos da cidade. Um mero buraco, e nem precisava ser o negro, despertava vívida atenção. Agora já ninguém dá a mínima. Nem mesmo se o buraco for um rombo fruto de corrupção numa área de vida e morte, como a de saúde. O valor da notícia sofreu uma erosão nas percepções. Não é uma situação local, mas, arrisco dizer, do mundo.

Vem ocorrendo uma cisão no vínculo entre as pessoas e o meio em que vivem. Um corte entre elas e a vida social. O espaço, que no ado era público, já hoje parece ser de ninguém.

A responsabilidade parcial disso parece, curiosamente, ser das novas tecnologias de comunicação. Se por um lado elas deram voz à sociedade como um todo, por outro, ao igualmente darem amplo o ao mundo virtual, elas nos têm distraído da concretude do mundo, de interação sempre mais hostil — distraído, enfim, da realidade mesma, propiciando que vivamos em mundos paralelos.

Outra razão é que, no essencial, nada muda em nossa realidade. Isso ficou mais evidente porque as redes sociais deram vazão, sem os filtros editoriais da imprensa, a um volume de problemas reais maior do que o que era noticiado. Se antes já havia demora nas soluções, essa percepção foi multiplicada pelo crescente número de denúncias feitas nas redes pelos próprios cidadãos. Os problemas que dizem respeito à coletividade se avolumam sem solução a contento, desconsolando e fatigando a vida.

Como a dinâmica da cidade (e da realidade) não responde como deveria, eis o ponto, estamos buscando reparações no ambiente virtual, sensitivamente mais recompensador, além de disponível na palma da mão.

No mundo moderno, não habitamos mais exatamente nas cidades. Estamos habitando no mundo virtual, onde não há frustrações, mas sim gratificação instantânea. Andamos absortos demais em nossa vida. Abduzidos por temas de exclusivo interesse pessoal, retroalimentados minuto a minuto pelo algoritmo.

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Antes vivíamos num mundo de trocas diretas entre as pessoas. Hoje habitamos numa nuvem, no cyber-espaço. Andamos parecendo cada dia mais com Thomas Anderson, protagonista do filme Matrix. Conectado por cabos a um imenso sistema de computadores do futuro, ele vive literalmente em uma realidade paralela. Isso dá

Para complicar tudo, há pensadores para quem a realidade é uma simulação.

Segundo eles, cada um de nós só tem o às coisas através dos sentidos (olfato, visão, tato, audição, paladar). Porém, como cores, cheiros etc. não existem no mundo concreto, mas são simulações percebidas pelo nosso corpo (pessoas veem as cores em diferentes tons, quando não em diferentes, como os daltônicos), aqueles pensadores sustentam que o mundo como o percebemos seria resultado dos nossos sentidos.

Assim, a única coisa real seria a razão, quer dizer, o modo como processamos aquelas percepções dos sentidos. É o que diz Descartes, para quem a razão é a única prova da existência. Como amos o mundo virtual pelos mesmos sentidos que amos o concreto, não haveria diferença entre eles.

Segundo aqueles pensadores, como o mundo virtual está entrelaçado com o mundo concreto, não deveríamos condenar o mundo virtual, mas sim o explorarmos melhor.

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