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O Culpado acompanha o policial de Los Angeles Joe Baylor (Jake Gyllenhaal) que, após cometer um grave erro, é obrigado a sair das ruas e é encarregado de atender ligações na central de chamadas de emergência. Ele recebe a ligação de uma mulher desesperada por ajuda após ter sido sequestrada pelo marido. Nada é o que parece, e o protagonista precisa correr contra o tempo para solucionar o caso.
Remake do dinamarquês Culpa (2018), o filme é dirigido por Antoine Fuqua, de Dia de Treinamento, e roteirizado por Nic Pizzolatto, criador e roteirista de True Detective. A trama transcorre em um único ambiente e durante uma madrugada, véspera de um acontecimento importante para Joe. Cheio de reviravoltas, sem alternar o enquadramento, fechado em um ambiente interno e narrado por telefone, o longa instiga a imaginação e nos faz montar um quebra-cabeça dos acontecimentos, sem que seja mostrada a ação de fato. A direção acerta ao explorar planos fechados e closes no rosto do protagonista, deixando apenas longos momentos de silêncio e contemplação, causando angústia e ansiedade no espectador.
Em uma das melhores atuações de sua carreira, Jake Gyllenhaal tem a difícil tarefa de segurar 1 hora e 30 minutos nas costas, o que faz com muita facilidade. Atormentado por seu ado, Joe é como um vulcão em erupção. De temperamento explosivo e cercado por acontecimentos caóticos, o personagem é forte e bem desenvolvido, graças à atuação poderosa de Gyllenhaal.
O ótimo ritmo da montagem, nem frenético nem lento, coloca toda a narrativa em foco e faz a obra ser tão instigante e tensa. Filmado em apenas 11 dias durante a pandemia, O Culpado é mais um original da Netflix de sucesso. É o filme mais visto da Netflix no Brasil e está em segundo lugar do Top 10 da plataforma, atrás apenas da badalada série sul-coreana Round 6.