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Brasil e mundo

Livro de Otto Guerra rima humor e dor. Por Geraldo Hasse

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Só podia ser muito engraçada a autobiografia do animador Otto Guerra, mais um gênio de Alegrete que veio parar rodeio em Porto Alegre. Nascido em 1955, ele conta sua vida e obras em alta velocidade. No formato de bolso, “Nem Doeu” tem 130 páginas leves e ligeiras. A cada página rola pelo menos um episódio da vida desvairada desse criador que botou movimento em suas HQ e se tornou o mais famoso diretor de cinema de animação de Porto Alegre.

Seus filmes se tornaram conhecidos em todo mundo, sempre beliscando algum prêmio aqui e ali. Sua vida daria um filme que tanto poderia ser dirigido por um Walter Salles, numa linha mais clean/cult; como poderia derivar para uma pornochanchada escrachada mas não menos cult – quem se habilitaria? “Nem Doeu” vale como pré-roteiro.    

O fato é que, imprimindo um ritmo tridinâmico à narrativa, o outsider Otto fez um livrinho fora-de-série. Uma das qualidades mais notórias da obra é o cruzamento do fraseado sintético com o senso de humor. Não dá pra saber se tudo que ali está é verdadeiro ou contém algum molho extra, tantas são as histórias dramáticas e/ou hilárias, mas o texto é extremamente veraz. Cenas dramáticas são resumidas em poucas linhas – por exemplo, motorista de ambulância do Hospital do Exército aos 20 anos, o soldado Otto conta da noite em que foi chamado a transportar feridos de tortura e, entre os amassados, reconheceu seu ex-professor de História.  

Impresso em Goiânia, onde vivem os editores Marcio Jr. e Marcia Deretti, que trabalham desde 2007 com cinema de animação*, o livro ou pela mão de três revisoras que praticamente o isentaram de erros de português; sobraram alguns cochilos no uso do italic, adotado para sinalizar diálogos ou exclamações.

Em lugar de orelhas, uma sugestiva foto do extinto Cine Ritz vale por uma citação histórica. Na contracapa, num texto de 15 linhas, o cartunista Adão Iturrusgarai, parceiro no pioneiro “Rock & Hudson, os caubóis gays”, prevê o epitáfio do amigo: “Aqui jaz um escroto fofo”. Frase que remete naturalmente a Angeli, Glauco e Laerte, três dos maiores cartunistas de São Paulo e parceiros ou quase de Otto Guerra em filmes como “Os Piratas do Tietê” e “Wood & Stock, Sexo Orégano e Rock ‘n’ Roll”.      

*Do Youtube: “MMarte Produções é a encarnação profissional de Márcia Deretti e Márcio Júnior – alienígenas para os quais trabalho, arte, prazer e vida não só se misturam, como são indistinguíveis. De modo aparentemente esquizofrênico, a MMarte se dedica a diversos ramos da produção cultural, com destaque para o cinema de animação. Desde 2007, realiza em Goiás o Dia Internacional da Animação. E em 2009, deu à luz o projeto de formação Escola Goiana de Desenho Animado (EGDA). O Ogro, lançado em 2011, inaugura a MMarte como produtora audiovisual. São oito curtas-metragens finalizados, sete deles em animação. Autorais, os filmes se dividem em projetos dirigidos pelos marcianos Márcia & Márcio, ou por animadores egressos da EGDA. Três novas animações estão em produção, com estreia prevista para 2021 – a depender da existência do mundo, claro. Mais que produtora cultural, a MMarte é uma utopia. Um planeta vermelho onde todos que acreditam em arte independente têm asilo irrevogável. Seja bem-vindo”. Fone para encomendar o livro (62) 98117.3345

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Brasil e mundo

Vivendo em mundos paralelos

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Algo mudou na relação entre o jornalismo e os pelotenses. Até por volta de 2015, havia um marcado interesse nos assuntos da cidade. A mera notícia de um buraco, e nem precisava ser o negro, despertava vívida atenção. Agora já ninguém dá a mínima, nem mesmo se o buraco for um rombo fruto de corrupção na área sensível da saúde.

Não é uma situação local, mas, arrisco dizer, do mundo. Nós apenas sentimos seus efeitos de forma drástica, por razões de ordem econômica e social. E também dimensionais.

Como a cidade não é grande, os problemas são ainda mais visíveis. Acontece que os buracos reais e metafóricos, ainda que denunciados, inclusive pelo cidadão que vai às redes sociais reclamar, permanecem sem solução, levando a outro problema, este de ordem comportamental.

Vem ocorrendo uma cisão no vínculo entre as pessoas e o meio em que vivem. Um corte entre elas e a vida social. O espaço, que no ado era público, já hoje parece ser de ninguém.

A responsabilidade parcial disso parece, curiosamente, ser das novas tecnologias de comunicação. Se por um lado elas deram voz à sociedade como um todo, por outro, ao darem amplo o ao mundo virtual, elas nos têm distraído da concretude do mundo, de interação sempre mais hostil; distraído, enfim, da realidade mesma, propiciando que vivamos em mundos paralelos.

Outra razão é que, ao menos no essencial, nada muda em nossa realidade. Os problemas que dizem respeito à coletividade se repetem sem solução, fatigando a vida, pulverizando a mobilização.

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Como a dinâmica da cidade (e da realidade) não responde como deveria, eis o ponto, estamos buscando compensações no ambiente virtual, sensitivamente mais recompensador, além de disponível na palma da mão.

No mundo moderno, não habitamos mais exatamente nas cidades. Estamos habitando no mundo virtual, onde não há frustrações, mas sim gratificação instantânea. Andamos absortos demais em nossa vida. Abduzidos por temas de exclusivo interesse pessoal, retroalimentados minuto a minuto pelo algoritmo.

Antes vivíamos num mundo de trocas diretas entre as pessoas. Hoje habitamos numa nuvem, no cyber-espaço. Andamos parecendo cada dia mais com o personagem Thomas Anderson, do filme Matrix. Conectado por cabos a um imenso sistema de computadores do futuro, ele vive literalmente em uma realidade paralela. Isso dá

Para complicar tudo, há pensadores para quem a realidade é uma simulação.

Como cada um de nós só tem o às coisas através dos sentidos (olfato, visão, tato, audição, paladar), percebendo-o de forma diferente (cores, cheiros, por exemplo, não existem no mundo concreto), aqueles sustentam que o mundo seria resultado dos sentidos. Assim, a única coisa real seria a mente, quer dizer, o modo como ela processa as percepções que derivam dos sentidos, enquanto todo o resto seria uma simulação feita para “dar a impressão” de que vivemos no mundo. Nós experimentaríamos o mundo concreto como simulação. Logo, não haveria diferença entre o mundo virtual e o real.

Segundo esses pensadores, como o mundo virtual está entrelaçado com o mundo concreto, não deverímoss condenar o mundo virtual, mas sim o explorarmos melhor.

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Brasil e mundo

Edital do Enem 2025 é publicado; veja datas e regras do exame

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O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) publicou em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (23), o edital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025.

O período de inscrições será de 26 de maio a 6 de junho. Os interessados deverão se inscrever na Página do Participante do exame, no site do Inep.

Conforme adiantado pelo ministro da Educação, Camilo Santana, participantes do Enem com mais de 18 anos, que ainda não concluíram a educação básica, voltarão a obter a certificação no ensino médio para quem conquistar pelo menos 450 pontos em cada uma das áreas de conhecimento das provas e nota acima de 500 pontos na redação.

Provas

O Enem 2025 será aplicado nos dias 9 e 16 de novembro, em todo o Brasil.

São quatro provas objetivas e uma redação em língua portuguesa. Cada prova objetiva terá 45 questões de múltipla escolha.

No primeiro dia do exame, serão aplicadas as provas de redação e as objetivas de língua portuguesa, língua estrangeira (inglês ou espanhol), história, geografia, filosofia e sociologia. A aplicação terá 5 horas e 30 minutos de duração.

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No segundo dia do Exame, serão aplicadas as provas de matemática, Química, Física e Biologia. Nesta data, a aplicação terá 5 horas de duração.

Os portões de o aos locais de provas serão abertos às 12h e fechados às 13h (horário de Brasília). O início será às 13h30.

No primeiro dia, as provas irão terminar às 19h. No segundo dia, o término é às 18h30

“Excepcionalmente, considerando a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – COP 30, que será realizada em Belém-PA, a aplicação do Enem 2025 para o participante que indicar os municípios de Belém-PA, Ananindeua-PA ou Marituba-PA como município de aplicação no ato da inscrição será realizada em 30 de novembro de 2025 e 7 de dezembro de 2025”, diz o edital.

No ato de inscrição, os candidatos podem requerer o tratamento pelo nome social, que é destinado à pessoa que se identifica e quer ser reconhecida socialmente, conforme sua identidade de gênero. 

Serão usados dados da Receita Federal, por isso o participante deverá cadastrar o nome social na Receita FederalTravestis, transexuais ou transgêneros receberão esse tratamento automaticamente, de acordo com os dados cadastrados na Receita.

O candidato não precisa enviar documentos comprobatórios.

ibilidade

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O participante que necessitar de atendimento especializado deverá, no ato da inscrição, solicitá-lo.

O candidato deve informar as condições que motivaram a solicitação, como baixa visão, cegueira, visão monocular, deficiência física, auditiva, intelectual e surdez, surdocegueira, dislexia, discalculia, déficit de atenção, Transtorno do Espectro Autista (TEA), gestantes, lactantes, diabéticos, idosos e estudantes em classe hospitalar ou com outra condição específica. 

Os recursos de ibilidade disponibilizados aos candidatos estão descritos no edital.

Taxa de inscrição

taxa de inscrição do Enem é no valor de R$ 85 e pode ser paga por boleto (gerado na Página do Participante), pix, cartão de crédito, débito em conta corrente ou poupança (a depender do banco). O prazo para fazer o pagamento vai até 11 de junho. Não haverá prorrogação do prazo para pagamento da taxa.

Para pagar por Pix, basta ar o QR code que constará no boleto.

De acordo com o edital, não serão gerados boletos para participante que informar na inscrição que usará os resultados do Enem 2025 para pleitear o certificado de conclusão do ensino médio ou declaração parcial de proficiência e que esteja inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) concluinte do ensino médio (no ano de 2025), mesmo que ainda não tenha solicitado isenção da taxa

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Reaplicação

De acordo com o edital, as provas serão reaplicadas nos dias 16 e 17 de dezembro para os participantes que faltaram por problemas logísticos ou doenças infectocontagiosas.

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