Connect with us

Brasil e mundo

Apesar da pandemia, a Emater/RS-Ascar não “parou” em Pelotas

Publicado

on

Por Robson Loeck, sociólogo * |

Em um ano pandêmico e com suas tragédias, como foi o de 2020, é difícil elencar coisas boas, ainda mais se olharmos a zona rural de Pelotas, que teve as dificuldades aumentadas com a estiagem e a geada tardia. Dificuldades essas que dificultaram, mas não impossibilitaram a execução de políticas públicas (Estaduais, Federais e Municipais) pela extensão rural oficial desenvolvida pela Emater/RS-Ascar, apesar de ter sido obrigada a adaptar o seu planejamento e a lançar mão de novas formas de relacionamento para atender as demandas dos agricultores, devido às restrições impostas para o controle do Covid-19.

Para se ter uma ideia do desafio posto, cabe ressaltar a diversidade cultural presente no interior de Pelotas, resultante da presença de diversas etnias e públicos, e que é composto por 22.082 pessoas (IBGE 2010) e conta com 2.697 estabelecimentos agropecuários, dos quais 2.498 possuem menos de 50 ha (Censo Agropecuário do IBGE 2017). Juntos, agricultores familiares (maioria descendentes de alemães/pomeranos, ses e italianos), assentados da reforma agrária, indígenas, quilombolas e pescadores artesanais, movimentaram no Escritório Municipal da Emater/RS-Ascar mais de 6 milhões de reais em projetos de crédito e outros 6 milhões foram concedidos, após a realização dos laudos, às famílias que tiveram direito ao seguro agrícola.

Quanto à produção de alimentos, o que, diga-se de agem, caracteriza a agricultura familiar no Brasil, o município destaca-se em hortaliças, grãos, morango, pêssego e leite, os quais abastecem os mercados local, regional e nacional. Atrelado a isso, há uma importante organização social dos agricultores/produtores em vários grupos informais, em 6 associações e em 3 cooperativas, o que acaba por estimular e oportunizar a participação da agricultura familiar nos chamados programas institucionais, como o Programa de Aquisição de Alimentos (Paa) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).

A agregação de valor aos produtos, por meio da agroindustrialização, também tem sido perseguida pela Emater/RS-Ascar, Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) e Secretária de Desenvolvimento Rural (Sdr), fazendo aumentar a renda e a autoestima das famílias rurais. E, no urbano, a Emater/RS-Ascar ainda realizou assessoramentos, como, por exemplo, no Presídio Regional de Pelotas, no Centro de Atendimento Sócio-Educativo Regional Pelotas e na Comunidade Terapêutica Casa do Amor-Exigente.

A Emater/RS-Ascar, para além dos aspectos relacionados a produção e a comercialização, atua para que as famílias rurais tenham o aos seus direitos e benefícios sociais, e, nesse ano pandêmico, focou no o das famílias em situação de vulnerabilidade socioeconômica ao auxílio emergencial, a alimentação e a saúde.

Uma das ações, por exemplo, contemplou 222 famílias (assentadas da reforma agrária, quilombolas e indígenas) com cestas de alimentos. E isso só foi possível com o trabalho em rede realizado em conjunto com a Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, a Secretaria Municipal de Assistência Social, a 3ª Coordenadoria Regional de Saúde, a Secretaria Municipal de Saúde e com outras instituições privadas com atuação em Pelotas e região.

Em 2020, o Escritório Municipal da Emater/RS-Ascar contou com uma equipe multidisciplinar, composta por 6 técnicos da área agrária, 1 técnico da área pecuária, 2 da área social e uma assistente istrativa. Somadas todas as interações realizadas com os agricultores/produtores, o serviço de assistência técnica e extensão rural foi prestado para 1.168 famílias, que em média tiveram 11 vezes contato com os técnicos, totalizando 12.681 atendimentos.

Publicidade

As principais prioridades foram o fortalecimento das agroindústrias, a bovinocultura de leite, a olericultura, a cultura do pêssego e a segurança e soberania alimentar das famílias.

Quanto aos eventos, muitos dos quais a Emater/RS-Ascar sempre tem ativa participação, como não podia ser diferente, foram cancelados; mas, importante registrar a participação na Abertura da Colheita da Uva, na Abertura da Safra do Camarão, na Feira do Morango, na Feira do Pêssego e no Pavilhão da Agricultura Familiar da Expofeira.

Para terminar essa breve “prestação de contas”, quanto às políticas públicas, além dos mercados institucionais (Paa e Pnae), a Emater/RS-Ascar deu continuidade à execução do Programa de Diversificação em Áreas Cultivadas com Tabaco (da Anater) e, atendendo as demandas do governo estadual (Seapdr) e municipal (Sdr), realizou estudos ambientais e projetos para a construção de açudes em 79 propriedades de agricultores familiares.

A Emater/RS-Ascar, como se pode perceber, atua como agente local de desenvolvimento e, em 2021, seguirá na busca permanente da oferta de atendimentos gratuitos e com qualidade para o maior número possível de famílias rurais. E, para quem por ventura esteja se perguntando o que de fato venha a ser extensão rural, importante dizer que ela mesma é uma política pública e precisa ser valorizada pelos governos, pois necessita de recursos públicos para existir.

Conforme a lei federal 12.188, a Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) é “serviço de educação não formal, de caráter continuado, no meio rural, que promove processos de gestão, produção, beneficiamento e comercialização das atividades e dos serviços agropecuários e não agropecuários, inclusive das atividades agroextrativistas, florestais e artesanais”.

Assim, para dar conta de atingir os seus propósitos, nossos votos de que tudo volte à normalidade em breve, pois, apesar do uso de novas tecnologias, nada substitui uma visita na propriedade ou uma reunião presencial, enfim, o contato “olho no olho” com os agricultores.

* Robson Loeck, sociólogo. E Francisco de Arruda e Luciano Ossanes (engenheiros agrônomos), extensionistas rurais na Emater/RS-Ascar de Pelotas.

Publicidade

Publicidade
Clique para comentar

Brasil e mundo

Edital do Enem 2025 é publicado; veja datas e regras do exame

Publicado

on

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) publicou em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (23), o edital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025.

O período de inscrições será de 26 de maio a 6 de junho. Os interessados deverão se inscrever na Página do Participante do exame, no site do Inep.

Conforme adiantado pelo ministro da Educação, Camilo Santana, participantes do Enem com mais de 18 anos, que ainda não concluíram a educação básica, voltarão a obter a certificação no ensino médio para quem conquistar pelo menos 450 pontos em cada uma das áreas de conhecimento das provas e nota acima de 500 pontos na redação.

Provas

O Enem 2025 será aplicado nos dias 9 e 16 de novembro, em todo o Brasil.

São quatro provas objetivas e uma redação em língua portuguesa. Cada prova objetiva terá 45 questões de múltipla escolha.

No primeiro dia do exame, serão aplicadas as provas de redação e as objetivas de língua portuguesa, língua estrangeira (inglês ou espanhol), história, geografia, filosofia e sociologia. A aplicação terá 5 horas e 30 minutos de duração.

Publicidade

No segundo dia do Exame, serão aplicadas as provas de matemática, Química, Física e Biologia. Nesta data, a aplicação terá 5 horas de duração.

Os portões de o aos locais de provas serão abertos às 12h e fechados às 13h (horário de Brasília). O início será às 13h30.

No primeiro dia, as provas irão terminar às 19h. No segundo dia, o término é às 18h30

“Excepcionalmente, considerando a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – COP 30, que será realizada em Belém-PA, a aplicação do Enem 2025 para o participante que indicar os municípios de Belém-PA, Ananindeua-PA ou Marituba-PA como município de aplicação no ato da inscrição será realizada em 30 de novembro de 2025 e 7 de dezembro de 2025”, diz o edital.

No ato de inscrição, os candidatos podem requerer o tratamento pelo nome social, que é destinado à pessoa que se identifica e quer ser reconhecida socialmente, conforme sua identidade de gênero. 

Serão usados dados da Receita Federal, por isso o participante deverá cadastrar o nome social na Receita FederalTravestis, transexuais ou transgêneros receberão esse tratamento automaticamente, de acordo com os dados cadastrados na Receita.

O candidato não precisa enviar documentos comprobatórios.

ibilidade

Publicidade

O participante que necessitar de atendimento especializado deverá, no ato da inscrição, solicitá-lo.

O candidato deve informar as condições que motivaram a solicitação, como baixa visão, cegueira, visão monocular, deficiência física, auditiva, intelectual e surdez, surdocegueira, dislexia, discalculia, déficit de atenção, Transtorno do Espectro Autista (TEA), gestantes, lactantes, diabéticos, idosos e estudantes em classe hospitalar ou com outra condição específica. 

Os recursos de ibilidade disponibilizados aos candidatos estão descritos no edital.

Taxa de inscrição

taxa de inscrição do Enem é no valor de R$ 85 e pode ser paga por boleto (gerado na Página do Participante), pix, cartão de crédito, débito em conta corrente ou poupança (a depender do banco). O prazo para fazer o pagamento vai até 11 de junho. Não haverá prorrogação do prazo para pagamento da taxa.

Para pagar por Pix, basta ar o QR code que constará no boleto.

De acordo com o edital, não serão gerados boletos para participante que informar na inscrição que usará os resultados do Enem 2025 para pleitear o certificado de conclusão do ensino médio ou declaração parcial de proficiência e que esteja inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) concluinte do ensino médio (no ano de 2025), mesmo que ainda não tenha solicitado isenção da taxa

Publicidade

Reaplicação

De acordo com o edital, as provas serão reaplicadas nos dias 16 e 17 de dezembro para os participantes que faltaram por problemas logísticos ou doenças infectocontagiosas.

Continue Reading

Brasil e mundo

CCJ do Senado aprova fim da reeleição para cargos do Executivo

Publicado

on

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com a reeleição no Brasil para presidente, governadores e prefeitos foi aprovada, nesta quarta-feira (21), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. A PEC 12/2002 ainda aumenta os mandatos do Executivo, dos deputados e dos vereadores para cinco anos. Agora, o texto segue para análise do plenário do Senado.

A PEC previa o aumento do mandato dos senadores de oito para dez anos, mas a CCJ decidiu reduzir o tempo para cinco anos, igual período dos demais cargos. A proposta ainda unifica as eleições no Brasil para que todos os cargos sejam disputados de uma única vez, a partir de 2034, acabando com eleições a cada dois anos, como ocorre hoje.

A proposta prevê um período de transição para o fim da reeleição. Em 2026, as regras continuam as mesmas de hoje. Em 2028, os prefeitos candidatos poderão se reeleger pela última vez e os vencedores terão mandato estendido de seis anos. Isso para que todos os cargos coincidam na eleição de 2034.

Em 2030, será a última eleição com possibilidade de reeleição para os governadores eleitos em 2026. Em 2034, não será mais permitida qualquer reeleição e os mandatos arão a ser de cinco anos.  

Após críticas, o relator Marcelo Castro (MDB-PI) acatou a mudança sugerida para reduzir o mandato dos senadores.

“A única coisa que mudou no meu relatório foi em relação ao mandato de senadores que estava com dez anos. Eu estava seguindo um padrão internacional, já que o mandato de senador sempre é mais extenso do que o mandato de deputado. Mas senti que a CCJ estava formando maioria para mandatos de cinco anos, então me rendi a isso”, explicou o parlamentar.

Com isso, os senadores eleitos em 2030 terão mandato de nove anos para que, a partir de 2039, todos sejam eleitos para mandatos de cinco anos. A mudança também obriga os eleitores a elegerem os três senadores por estado de uma única vez. Atualmente, se elegem dois senadores em uma eleição e um senador no pleito seguinte.

Os parlamentares argumentaram que a reeleição não tem feito bem ao Brasil, assim como votações a cada dois anos. Nenhum senador se manifestou contra o fim da reeleição.

Publicidade

O relator Marcelo Castro argumentou que o prefeito, governador ou presidente no cargo tem mais condições de concorrer, o que desequilibraria a disputa.

A possibilidade de reeleição foi incluída no país no primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso, em 1997, mudança que permitiu a reeleição do político em 1998.

“Foi um malefício à istração pública do Brasil a introdução da reeleição, completamente contrária a toda a nossa tradição republicana. Acho que está mais do que na hora de colocarmos fim a esse mal”, argumentou Castro.

Continue Reading

Em alta

Copyright © 2008 Amigos de Pelotas.

Descubra mais sobre Amigos de Pelotas

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter o ao arquivo completo.

Continue reading