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Opinião

Federasul é contra o aumento de impostos proposto por Leite

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A FEDERASUL, na manhã desta quarta-feira (02), ouviu seus presidentes de filiadas e membros da diretoria, a fim de definir o posicionamento da Entidade sobre o projeto enviado pelo Governo do Estado à Assembleia Legislativa.

De forma uníssona, todos disseram que se trata de um novo pacote de aumento de impostos para 2021 e uma eventual implementação das regras irá agravar ainda mais o fechamento em série de empresas, além de fomentar o desinvestimento no RS, levando-o à insolvência. Os presentes também salientaram que não há margem para negociação, visto que o atual governo não possui bom histórico no cumprimento de acordos com a classe produtiva gaúcha nem se mostrou disposto ao verdadeiro diálogo e que qualquer tratativa deve ser realizada dentro do Parlamento gaúcho que se manteve aberto ao bom debate, cumprindo o acordado com a sociedade gaúcha.

A FEDERASUL também emitiu um posicionamento formal de contrariedade, e lançou, através de suas redes e nas suas bases, uma campanha pela não aprovação.

POSICIONAMENTO

A Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (FEDERASUL) alerta a todo o povo gaúcho sobre o projeto encaminhado pelo Palácio Piratini à Assembleia Legislativa, e que trata em seu núcleo sobre aumento da tributação estadual.

O PL 246/2020 é a repaginada versão do PL 184, retirado sem sequer ser exposto a votação pelo risco de derrota, porém este novo texto solicita a prorrogação por mais quatro anos das alíquotas majoradas do ICMS, imposto que incide sobre todas as classes sociais, sobre contas de luz, de celular, sobre combustíveis e bens de consumo, propõe também  a redução da faixa de isenção do SIMPLES dos atuais R$ 360 mil/ano para R$ 180 mil/ano e aumento das alíquotas, ainda  ampliação do IPVA para carros velhos de até 30 anos, onerando prestadores de serviços que lutam para sobreviver com as restrições da pandemia, entre outras medidas que impactam negativamente a sociedade gaúcha.

A FEDERASUL reitera seu posicionamento de contrariedade total ao PL 246 e irá lutar pela derrota do pacote de aumento de impostos. A Entidade, por meio de reunião virtual deliberativa, renovou o compromisso de não negociar novamente esta pauta com o governo, visto que o que foi tratado em dezembro de 2018 foi cumprido pela classe produtiva nos últimos dois anos e agora o governo deve honrar as promessas sem propor novos aumentos para 2021 para os próximos anos.

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A sociedade civil organizada, bem como a classe produtiva gaúcha, há décadas, são os setores mais impactados com este excesso de impostos, que permite à manutenção do inchamento da máquina pública, produz o afastamento de investimentos externos no Rio Grande do Sul, a quebra de empresas gaúchas com perdas de empregos e migração de jovens talentos para outros estados em busca de oportunidades.

Falar de aumento de impostos, depois de uma pandemia com tantas restrições ao trabalho, com fechamento do comércio e ampla perda de renda, é um escárnio com aqueles que, duramente, contribuem com a geração de emprego e renda. Novamente, defendemos a ampliação do diálogo e da discussão do tema com o povo gaúcho dentro de nosso Parlamento.

Não é por meio de novo aumento de impostos que o Estado voltará a crescer. O Rio Grande do Sul se desenvolverá mediante aprovação de ferramentas que visem sua modernização estrutural, ampliação da participação do setor privado e a extinção/liquidação/privatização e concessão de estatais/autarquias e etc.

O pacote de aumento de impostos proposto retira competitividade e não implementa, de fato, novas façanhas, mas renova velhas práticas políticas.

Simone Leite
Presidente da FEDERASUL

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Brasil e mundo

A liberdade sagrada das redes

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Noutro dia escrevi um texto sobre a cisão no vínculo entre as pessoas e o meio em que vivem, responsabilizando parcialmente as novas tecnologias de comunicação. Disse: “Se por um lado as tecnologias deram voz à sociedade, por outro, nos têm distraído da concretude do mundo, de interação mais hostil, levando-nos a viver em mundos paralelos”. E: “No mundo moderno, não habitamos mais exatamente nas cidades, mas sim no mundo virtual, um refúgio, retroalimentado pelo algoritmo, onde não há frustrações, mas sim gratificações instantâneas”. Bem, esse é um lado da questão. E não é novo.

Desde Freud se sabe que, diante do trauma, a criança dissocia-se para á-lo, refugiando-se na neurose, uma estratégia de defesa. Pois, assim como a criança abalada pelo trauma, as pessoas, diante das escalabrosidades do mundo concreto, fazem igual: elas podem se retirar para o mundo virtual, guardando, daquele, uma distância.

O outro lado da questão, o reverso da moeda, é que, sem as novas tecnologias de comunicação, a voz traumatizada da sociedade permaneceria atravessada na garganta, sem chance de extravasar-se.

A possibilidade de expressão liberou uma carga de justos ressentimentos contra os limites da política, as injustiças, o teatro social. De súbito, tivemos uma ideia do tamanho da insatisfação com os sistemas de vida, ando publicamente a protestar, em alguns casos chegando à revolução, como ocorreu na Primavera Árabe, onde as redes sociais cumpriram um papel fundamental.

Pois não é por outra razão que os donos do antigo mundo estão incomodados e querem controlar a liberdade de expressão, especialmente a velha imprensa, os monopólios empresariais, os sistemas políticos totalitários. Enfim, todos aqueles para quem a internet e as redes sociais ameaçam seu poder, ao por de pernas pro ar as certezas convenientes sobre as quais se assentaram.

Fato. As inovações desarranjam os mercados e os modos de vida. Toda inovação faz isso. É o preço do progresso. Mas, assim como é impossível voltar ao tempo do telégrafo (imagine o desespero nas Bolsas de Valores), é impensável retroagir ao mundo exclusivo da prensa de Gutenberg. Porque as descobertas, afinal, permitem avançar nos arranjos produtivos: propiciam economia de tempo, dinheiro e, no caso da comunicação, ampliam a liberdade, seu bem mais precioso. Pode-se dizer que não estávamos preparados para tanta liberdade súbita, e que venhamos, neste momento, usando-a “mal”. Contudo, parece razoável dizer que, à medida que o tempo e, estaremos mais e mais preparados para lidar com a liberdade e seus efeitos.

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Com todos os defeitos que a vida tem, é preferível mil vezes, ao controle da palavra, a liberdade de dizê-la. Quem pode afirmar (ou julgar) o que é verdadeiro e o que é falso, senão as pessoas mesmas, em última análise, de acordo com suas percepções e as pedras em seus sapatos? Pois hoje, depois de provarmos a liberdade trazida pelas novas tecnologias, mais do que nunca sabemos que a imprensa, em sua mediação da realidade, é falha, e como o é!

É interessante (e triste) ver como, após a criação da internet e das redes, grande parte da imprensa, ao perder o monopólio da verdade, se vêm tornando excessivamente opinativa e crítica das novas tecnologias. Deveria, sim, era aprimorar-se no trabalho para prestá-lo melhor. Acontece que — eis o ponto — como a velha imprensa não é livre de fato, como depende do financiador, muitas vezes de governos, ela vê nas novas tecnologias de ampla liberdade uma ameaça à velha cadeia de produção acostumada a filtrar o que valia ser dito, e o que não valia, em seu óbvio interesse, hoje nu, como o rei da história.

Além de tudo, há essa coisa interessante: a percepção. Para alguns pensadores do novo mundo, o que chamamos de realidade é uma simulação, no que concordo. Segundo eles, cada um de nós só tem o às coisas através dos sentidos (olfato, visão, tato, audição, paladar). Porém, como cores, cheiros, paladares etc. não existem no mundo concreto (são imateriais), sendo portanto simulações percebidas pelos sentidos (pessoas veem cores em diferentes matizes, quando não divergentes, como os daltônicos), aqueles pensadores sustentam que o mundo como o percebemos seria resultado exclusivo dos nossos sentidos. Assim, a única coisa real seria a razão. É o que diz Descartes, para quem a razão é a única prova da existência. “Penso, logo existo”.

Como amos o mundo virtual pelos mesmos sentidos com que amos o mundo concreto, estando entrelaçados, não haveria diferença entre eles. Logo, não deveríamos condenar o mundo virtual, mas sim o explorarmos melhor. Eu acredito que é assim.

Uma vez provadas as inovações, não é possível retroagir. Podemos, isso sim, é refinar, em decorrência delas, o nosso comportamento.

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Brasil e mundo

Vivendo em mundos paralelos

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Algo mudou na relação entre o jornalismo e os pelotenses. Até por volta de 2015, havia um marcado interesse nos assuntos da cidade. Um mero buraco, e nem precisava ser o negro, despertava vívida atenção. Agora já ninguém dá a mínima. Nem mesmo se o buraco for um rombo fruto de corrupção numa área de vida e morte, como a de saúde. O valor da notícia sofreu uma erosão nas percepções. Não é uma situação local, mas, arrisco dizer, do mundo.

Vem ocorrendo uma cisão no vínculo entre as pessoas e o meio em que vivem. Um corte entre elas e a vida social. O espaço, que no ado era público, já hoje parece ser de ninguém.

A responsabilidade parcial disso parece, curiosamente, ser das novas tecnologias de comunicação. Se por um lado elas deram voz à sociedade como um todo, por outro, ao igualmente darem amplo o ao mundo virtual, elas nos têm distraído da concretude do mundo, de interação sempre mais hostil — distraído, enfim, da realidade mesma, propiciando que vivamos em mundos paralelos.

Outra razão é que, no essencial, nada muda em nossa realidade. Isso ficou mais evidente porque as redes sociais deram vazão, sem os filtros editoriais da imprensa, a um volume de problemas reais maior do que o que era noticiado. Se antes já havia demora nas soluções, essa percepção foi multiplicada pelo crescente número de denúncias feitas nas redes pelos próprios cidadãos. Os problemas que dizem respeito à coletividade se avolumam sem solução a contento, desconsolando e fatigando a vida.

Como a dinâmica da cidade (e da realidade) não responde como deveria, eis o ponto, estamos buscando reparações no ambiente virtual, sensitivamente mais recompensador, além de disponível na palma da mão.

No mundo moderno, não habitamos mais exatamente nas cidades. Estamos habitando no mundo virtual, onde não há frustrações, mas sim gratificação instantânea. Andamos absortos demais em nossa vida. Abduzidos por temas de exclusivo interesse pessoal, retroalimentados minuto a minuto pelo algoritmo.

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Antes vivíamos num mundo de trocas diretas entre as pessoas. Hoje habitamos numa nuvem, no cyber-espaço. Andamos parecendo cada dia mais com Thomas Anderson, protagonista do filme Matrix. Conectado por cabos a um imenso sistema de computadores do futuro, ele vive literalmente em uma realidade paralela. Isso dá

Para complicar tudo, há pensadores para quem a realidade é uma simulação.

Segundo eles, cada um de nós só tem o às coisas através dos sentidos (olfato, visão, tato, audição, paladar). Porém, como cores, cheiros etc. não existem no mundo concreto, mas são simulações percebidas pelo nosso corpo (pessoas veem as cores em diferentes tons, quando não em diferentes, como os daltônicos), aqueles pensadores sustentam que o mundo como o percebemos seria resultado dos nossos sentidos.

Assim, a única coisa real seria a razão, quer dizer, o modo como processamos aquelas percepções dos sentidos. É o que diz Descartes, para quem a razão é a única prova da existência. Como amos o mundo virtual pelos mesmos sentidos que amos o concreto, não haveria diferença entre eles.

Segundo aqueles pensadores, como o mundo virtual está entrelaçado com o mundo concreto, não deveríamos condenar o mundo virtual, mas sim o explorarmos melhor.

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