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Opinião

AGRADECIMENTO FINAL. Por Fetter Jr.

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Ao chegarmos ao final do Primeiro Turno destas eleições, desejo agradecer profundamente ao povo pelotense pela acolhida generosa que recebi ao longo desta campanha. Apesar de todas as dificuldades enfrentadas para podermos ter contatos pessoais, em função da pandemia, nos dedicamos a percorrer incansavelmente bairros, vilas e distritos.

Com humildade, reconheço que isto não foi suficiente para transmitir nossas prioridades e propostas para o enfrentamento das duras consequências que advirão nos próximos anos, alertando a população da necessidade de alterar procedimentos e prioridades, com vistas a superar as enormes dificuldades e desafios que nos afetarão em futuro próximo.

O desejo pela mudança, que percebemos na comunidade, ficou evidenciado nas urnas, quando a chapa da atual istração recebeu os votos de 78.599 pelotenses (32,6%), pouco mais do que os 64.032 que deixaram de comparecer às urnas (26,6%). Este descontentamento ainda ficou mais evidente com os 18.901 votos brancos e nulos (7,8%), que somados às abstenções representaram 34,4% dos nossos 240.903 eleitores cadastrados em Pelotas.

Esta eleição totalmente atípica e inusitada resultou em apenas 158.015 votos válidos, praticamente 2/3 de nosso eleitorado, para o que contribuiu de modo significativo o medo que paira na população.

De modo responsável, propusemos uma “mudança com segurança”, mas a curta campanha e o pequeno tempo de propaganda eleitoral, não nos permitiram alcançar o convencimento desta imensa maioria de descontentes com a situação atual.

Não nos omitimos, defendemos o que acreditávamos ser melhor para a comunidade e logramos eleger expressiva bancada para a Câmara de Vereadores, fruto de nominata representativa e diversificada, construída com antecedência, em contatos por mim coordenados, juntamente com Marcelo e Selister. A estes 32 homens e mulheres nosso reconhecimento e agradecimento por seu engajamento, que acabou motivando o lançamento de nossa candidatura à Prefeitura.

Com isto, o PROGRESSISTA retoma papel relevante na Câmara de Vereadores, pois na eleição anterior tinha elegido apenas um vereador e, assim mesmo, em coligação com 2 outros Partidos, e agora terá 3 legítimos representantes do povo pelotense apenas em sua legenda, além de outro do CIDADANIA do nosso vice Antonio Brod.

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Aliás, a insatisfação que detectamos na população – e que motivou nossa participação neste pleito – se revelou de modo expressivo na renovação de 14 cadeiras das 21 do Legislativo (também 2/3 do total), o que, embora a reduzida participação da comunidade neste pleito, comprova uma vez mais o desejo de correção de rumos na istração municipal, assim como a perplexidade com os rumos da política em nível estadual e nacional.

A votação recebida por nossa chapa à prefeitura não foi suficiente para nos levar ao Segundo Turno, mas nos faltaram apenas 1.357 votos (0,6% do eleitorado, ou 0,86% dos votos válidos).

De um lado, isto me leva a AGRADECER aos 21.532 pelotenses – mulheres e homens – que nos confiaram suas esperanças e expectativas, a quem somos reconhecidos. Também nos dá a certeza de que não deveríamos nos omitir neste grave momento que estamos enfrentando.

Em uma DEMOCRACIA é esperado que os Partidos logrem expor suas ideias e propostas e o fizemos, na medida do possível nestas eleições atípicas. Não tivemos o sucesso almejado, mas mostramos que temos ideias, propostas e partido capazes de exprimir as aspirações de uma parcela significativa da população, embora sem atingir a ampla maioria dos descontentes e insatisfeitos com a situação política atual.

A Bancada que logramos eleger – a segunda em número de vereadores – nos dá a certeza de que era fundamental nossa participação ativa neste processo eleitoral, contribuindo decisivamente para a renovação claramente desejada pela população. Também comprova que nosso Partido não se conforma em ser mero “coadjuvante” em istrações, mas terá papel decisivo no futuro de nossa terra.

Agradecemos, ainda, aos partidos que se somaram a nós nesta jornada (Cidadania, PV, PSC, PROS, PTC e Avante) e aos que conosco conversaram, mas decidiram lançar candidaturas próprias, o que, embora legítimo, pulverizou votos que poderiam ter sido decisivos para um melhor resultado.

Expressamos, ainda, nosso reconhecimento ao senador Heinze e ao deputado Hamm, que não mediram esforços para nos apoiar, dentro de suas possibilidades. Um destaque muito especial merece a nossa reduzida, mas valorosa equipe, em especial a Executiva partidária (bem comandada pela Beth Dias e o Paulo Gastal) e aos que empregaram seu talento e dedicação à nossa jornada (jurídico, plano de governo, rádio e TV, jornalistas, redes sociais, lideranças, apoiadores e aqueles que nos acompanharam em nossas jornadas na rua), cujos nomes seria inadequado registrar nesta nota, mas que queremos homenagear.

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Em especial, agradeço a meus familiares que não me faltaram nesta intensa jornada, período em que me afastei de seu convívio tão importante para mim, a quem agora posso me dedicar como merecem. Retorno também plenamente às minhas atividades profissionais, com a certeza do dever cumprido e com a consciência tranquila de ter feito o possível, dentro das condições atípicas dessa campanha.

Saudamos, ainda, os 7 prefeitos que o PROGRESSISTA elegeu em nossa região (Arroio Grande, Capão do Leão, Cerrito, Herval, Mostardas, Pedras Altas e Turuçu), ainda tendo participado de outras coligações vitoriosas, com destaque para Rio Grande. Nossos cumprimentos a estes prefeitos eleitos, que corresponderão a quase 1/3 dos municípios que integram a Azonasul.

Por tudo isto – e com muita humildade – uma vez mais renovamos nossos agradecimentos e reconhecimentos. Se não logramos o convencimento de tantos que estão descontentes e insatisfeitos (e que são a maioria), cumprimos com equilíbrio nossa missão e seguiremos vigilantes e participativos, juntamente com quem nos acompanhou nesta jornada, especialmente nossos Vereadores eleitos.

Fazer política sempre demanda sacrifícios, mas sigo acreditando que nosso dever, enquanto cidadãos, é contribuir para que a sociedade evolua e encontre respostas para seus mais legítimos anseios. A todos, mais uma vez, o meu muito obrigado!

Por fim, nossos cumprimentos às duas candidaturas que disputarão o segundo turno destas eleições, desejando-lhes uma competição limpa e propositiva. Que vença quem conseguir representar os justos anseios e aspirações de nossa gente!

Adolfo Antonio Fetter Jr.

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    Brasil e mundo

    A liberdade sagrada das redes

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    Noutro dia escrevi um texto sobre a cisão no vínculo entre as pessoas e o meio em que vivem, responsabilizando parcialmente as novas tecnologias de comunicação. Disse: “Se por um lado as tecnologias deram voz à sociedade, por outro, nos têm distraído da concretude do mundo, de interação mais hostil, levando-nos a viver em mundos paralelos”. E: “No mundo moderno, não habitamos mais exatamente nas cidades, mas sim no mundo virtual, um refúgio, retroalimentado pelo algoritmo, onde não há frustrações, mas sim gratificações instantâneas”. Bem, esse é um lado da questão. E não é novo.

    Desde Freud se sabe que, diante do trauma, a criança dissocia-se para á-lo, refugiando-se na neurose, uma estratégia de defesa. Pois, assim como a criança abalada pelo trauma, as pessoas, diante das escalabrosidades do mundo concreto, fazem igual: elas podem se retirar para o mundo virtual, guardando, daquele, uma distância.

    O outro lado da questão, o reverso da moeda, é que, sem as novas tecnologias de comunicação, a voz traumatizada da sociedade permaneceria atravessada na garganta, sem chance de extravasar-se.

    A possibilidade de expressão liberou uma carga de justos ressentimentos contra os limites da política, as injustiças, o teatro social. De súbito, tivemos uma ideia do tamanho da insatisfação com os sistemas de vida, ando publicamente a protestar, em alguns casos chegando à revolução, como ocorreu na Primavera Árabe, onde as redes sociais cumpriram um papel fundamental.

    Pois não é por outra razão que os donos do antigo mundo estão incomodados e querem controlar a liberdade de expressão, especialmente a velha imprensa, os monopólios empresariais, os sistemas políticos totalitários. Enfim, todos aqueles para quem a internet e as redes sociais ameaçam seu poder, ao por de pernas pro ar as certezas convenientes sobre as quais se assentaram.

    Fato. As inovações desarranjam os mercados e os modos de vida. Toda inovação faz isso. É o preço do progresso. Mas, assim como é impossível voltar ao tempo do telégrafo (imagine o desespero nas Bolsas de Valores), é impensável retroagir ao mundo exclusivo da prensa de Gutenberg. Porque as descobertas, afinal, permitem avançar nos arranjos produtivos: propiciam economia de tempo, dinheiro e, no caso da comunicação, ampliam a liberdade, seu bem mais precioso. Pode-se dizer que não estávamos preparados para tanta liberdade súbita, e que venhamos, neste momento, usando-a “mal”. Contudo, parece razoável dizer que, à medida que o tempo e, estaremos mais e mais preparados para lidar com a liberdade e seus efeitos.

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    Com todos os defeitos que a vida tem, é preferível mil vezes, ao controle da palavra, a liberdade de dizê-la. Quem pode afirmar (ou julgar) o que é verdadeiro e o que é falso, senão as pessoas mesmas, em última análise, de acordo com suas percepções e as pedras em seus sapatos? Pois hoje, depois de provarmos a liberdade trazida pelas novas tecnologias, mais do que nunca sabemos que a imprensa, em sua mediação da realidade, é falha, e como o é!

    É interessante (e triste) ver como, após a criação da internet e das redes, grande parte da imprensa, ao perder o monopólio da verdade, se vêm tornando excessivamente opinativa e crítica das novas tecnologias. Deveria, sim, era aprimorar-se no trabalho para prestá-lo melhor. Acontece que — eis o ponto — como a velha imprensa não é livre de fato, como depende do financiador, muitas vezes de governos, ela vê nas novas tecnologias de ampla liberdade uma ameaça à velha cadeia de produção acostumada a filtrar o que valia ser dito, e o que não valia, em seu óbvio interesse, hoje nu, como o rei da história.

    Além de tudo, há essa coisa interessante: a percepção. Para alguns pensadores do novo mundo, o que chamamos de realidade é uma simulação, no que concordo. Segundo eles, cada um de nós só tem o às coisas através dos sentidos (olfato, visão, tato, audição, paladar). Porém, como cores, cheiros, paladares etc. não existem no mundo concreto (são imateriais), sendo portanto simulações percebidas pelos sentidos (pessoas veem cores em diferentes matizes, quando não divergentes, como os daltônicos), aqueles pensadores sustentam que o mundo como o percebemos seria resultado exclusivo dos nossos sentidos. Assim, a única coisa real seria a razão. É o que diz Descartes, para quem a razão é a única prova da existência. “Penso, logo existo”.

    Como amos o mundo virtual pelos mesmos sentidos com que amos o mundo concreto, estando entrelaçados, não haveria diferença entre eles. Logo, não deveríamos condenar o mundo virtual, mas sim o explorarmos melhor. Eu acredito que é assim.

    Uma vez provadas as inovações, não é possível retroagir. Podemos, isso sim, é refinar, em decorrência delas, o nosso comportamento.

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    Brasil e mundo

    Vivendo em mundos paralelos

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    Algo mudou na relação entre o jornalismo e os pelotenses. Até por volta de 2015, havia um marcado interesse nos assuntos da cidade. Um mero buraco, e nem precisava ser o negro, despertava vívida atenção. Agora já ninguém dá a mínima. Nem mesmo se o buraco for um rombo fruto de corrupção numa área de vida e morte, como a de saúde. O valor da notícia sofreu uma erosão nas percepções. Não é uma situação local, mas, arrisco dizer, do mundo.

    Vem ocorrendo uma cisão no vínculo entre as pessoas e o meio em que vivem. Um corte entre elas e a vida social. O espaço, que no ado era público, já hoje parece ser de ninguém.

    A responsabilidade parcial disso parece, curiosamente, ser das novas tecnologias de comunicação. Se por um lado elas deram voz à sociedade como um todo, por outro, ao igualmente darem amplo o ao mundo virtual, elas nos têm distraído da concretude do mundo, de interação sempre mais hostil — distraído, enfim, da realidade mesma, propiciando que vivamos em mundos paralelos.

    Outra razão é que, no essencial, nada muda em nossa realidade. Isso ficou mais evidente porque as redes sociais deram vazão, sem os filtros editoriais da imprensa, a um volume de problemas reais maior do que o que era noticiado. Se antes já havia demora nas soluções, essa percepção foi multiplicada pelo crescente número de denúncias feitas nas redes pelos próprios cidadãos. Os problemas que dizem respeito à coletividade se avolumam sem solução a contento, desconsolando e fatigando a vida.

    Como a dinâmica da cidade (e da realidade) não responde como deveria, eis o ponto, estamos buscando reparações no ambiente virtual, sensitivamente mais recompensador, além de disponível na palma da mão.

    No mundo moderno, não habitamos mais exatamente nas cidades. Estamos habitando no mundo virtual, onde não há frustrações, mas sim gratificação instantânea. Andamos absortos demais em nossa vida. Abduzidos por temas de exclusivo interesse pessoal, retroalimentados minuto a minuto pelo algoritmo.

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    Antes vivíamos num mundo de trocas diretas entre as pessoas. Hoje habitamos numa nuvem, no cyber-espaço. Andamos parecendo cada dia mais com Thomas Anderson, protagonista do filme Matrix. Conectado por cabos a um imenso sistema de computadores do futuro, ele vive literalmente em uma realidade paralela. Isso dá

    Para complicar tudo, há pensadores para quem a realidade é uma simulação.

    Segundo eles, cada um de nós só tem o às coisas através dos sentidos (olfato, visão, tato, audição, paladar). Porém, como cores, cheiros etc. não existem no mundo concreto, mas são simulações percebidas pelo nosso corpo (pessoas veem as cores em diferentes tons, quando não em diferentes, como os daltônicos), aqueles pensadores sustentam que o mundo como o percebemos seria resultado dos nossos sentidos.

    Assim, a única coisa real seria a razão, quer dizer, o modo como processamos aquelas percepções dos sentidos. É o que diz Descartes, para quem a razão é a única prova da existência. Como amos o mundo virtual pelos mesmos sentidos que amos o concreto, não haveria diferença entre eles.

    Segundo aqueles pensadores, como o mundo virtual está entrelaçado com o mundo concreto, não deveríamos condenar o mundo virtual, mas sim o explorarmos melhor.

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