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Cultura e entretenimento

Evento traz, nesta terça (20), Boaventura de Sousa Santos de volta à UFPel

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A Universidade Federal de Pelotas terá mais uma oportunidade de receber o sociólogo, pesquisador e professor português Boaventura de Sousa Santos. Mas, dessa vez, a visita será virtual: Boaventura ministrará a sessão de abertura do 1º Seminário Institucional do Grupo de Interlocução Pedagógica da UFPel.

A palestra ocorrerá nesta terça-feira, dia 20 de outubro, às 14h, e será transmitida online. Boaventura tratará do tema “A Docência Universitária em tempos de crise: desafios e possibilidades”, que também será a temática do Seminário do GIP. Veja os links de o e programação completa do Seminário em https://wp.ufpel.edu.br/interlocucaopedagogica/linkdeo/.

Segundo o coordenador do grupo e membro da comissão organizadora do evento, Eduardo Neves, o seminário estava programado para ocorrer em abril de forma presencial, mas foi trazido para o ambiente virtual devido à pandemia do coronavírus. Essa mudança possibilitou que fossem pensados outros nomes para serem trazidos: “E o nome do Boaventura foi praticamente uma unanimidade”, explica ele.

A ideia é que o pensador português ajude na reflexão sobre quais são os desafios e os possíveis caminhos a serem trilhados nesse momento de turbulências políticas e estruturais, que também sofrerá as consequências da pandemia.

O palestrante

Boaventura de Sousa Santos é sociólogo, pesquisador e professor da Universidade de Coimbra, em Portugal, da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, e da Universidade de Warwick, no Reino Unido. Formado inicialmente em Direito, é autor de diversos trabalhos nas áreas de sociologia do direito, sociologia política, epistemologia, estudos pós-coloniais, e sobre os temas dos movimentos sociais, globalização, democracia participativa, reforma do Estado, direitos humanos, com trabalho de campo realizado em Portugal, Brasil, Colômbia, Moçambique, Angola, Cabo Verde, Bolívia e Equador.

Em 2018, Boaventura esteve em Pelotas para receber uma dupla titulação de Doutor Honoris Causa, outorgados tanto pela UFPel quanto pela Universidade Católica de Pelotas (Uel). Na mesma oportunidade, inaugurou o Centro de Pós-Graduação e Pesquisas em Ciências Humanas, Sociais, Sociais Aplicadas, Artes e Letras (Cehus).

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Para o reitor da UFPel, Pedro Curi Hallal, a nova participação de Boaventura em um evento da UFPel demonstra o reconhecimento do português no trabalho realizado na UFPel: “O professor Boaventura é muito seletivo nos convites que aceita. O fato de ele aceitar, em um curto espaço de tempo, dois convites para estar dialogando com a nossa comunidade reforça nossa confiança na democracia de alta intensidade que hoje existe na UFPel”.

O evento

O 1º Seminário Institucional do Grupo de Interlocução Pedagógica faz parte das atividades dessa instância criada para fomentar o diálogo entre as unidades acadêmicas da UFPel, juntamente à gestão da Universidade, sobre a temática da Pedagogia Universitária.

Além da conferência de abertura de Boaventura de Sousa Santos, o evento também contará com outras palestras, mesas redondas, relatos de experiências e oficinas. A programação completa será divulgada em breve.

Coordenam o evento o professor Eduardo Neves (Pró-Reitoria de Ensino), Vera Lucia Bobrowski (Instituto de Biologia), Eugênia Braga (Instituto de Biologia), Sabrina Salazar (Instituto de Física e Matemática), Luiz Felipe Schuch (Faculdade de Veterinária), Daniel Duarte (Centro de Letras e Comunicação) e Ana Inez Klein (Instituto de Ciências Humanas).

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Brasil e mundo

Antes de Gaga, Madonna já havia aprontado no Rio

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Em seu show no Rio, em maio de 2024, Madonna exibiu numa tela ao fundo do palco imagens de ícones culturais, entre eles Che Guevara e Frida Kahlo. Foi surpreendente que o tenha feito, afinal, ela se apresenta como defensora dos direitos das minorias, inclusive da Queer, como faz Gaga, minoria que se fez maioria em ambos os shows.

Na ocasião, Madonna soou mais inconsequente que Gaga com seu “Manifesto do Caos”.

Os livros contam que o governo cubano, do qual Che fez parte, perseguia homossexuais, chegando a fuzilá-los por isso. Por quê? Porque os considerava hedonistas — indivíduos de natureza subversiva ao regime de exceção. Por serem, para eles, incapazes de controlar seus ardores sensuais e, por conseguinte, de se enquadrar em um regime em que a liberdade não tinha lugar, muito menos de fala.

Já Frida foi amante de Trotsky. E, depois deste ser assassinado no exílio a mando de Stálin, a artista ainda teve a pachorra de pintar um quadro com o rosto de Stálin, exposto até hoje em sua casa-museu, para iração de boquiabertos turistas bem informados sobre os fatos.

Madonna levou R$ 17 milhões do sistema capitalista por um show de um par de horas em que, literalmente, performou. Sem esforço, fingiu que cantava. Playback.

Dizem que artistas, por natureza, são “ingovernáveis”. A visão que eles teriam de vida seria mais importante do que a vida, do que a matéria. Pois há artistas e artistas.

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Madonna é dessas sumidades que a gente não sabe, de fato, o que pensa. Apenas intui, por projeção. Tente lembrar de alguma fala substancial dela. Não lembramos, porque vive da imagem que criou. Vende uma imagem que, no fundo, talvez nem corresponda ao que ela é de verdade.

No fim da trajetória, depois de ganhar a vida, artistas costumam surpreender o público, mostrando sua verdadeira face em biografias. Pelo desconforto de partir com uma máscara mortuária falsa.

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Cultura e entretenimento

O perigo das Gagas da vida

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Ajoelhado na calçada, à moda dos muçulmanos voltados para Meca, porém usando minissaia e rumorosos saltos vermelhos, um homem vestido de mulher berrava com desespero, na tarde de sexta 2, para uma janela vazia do Copacabana Palace, no Rio. Esgarçando-se na reiteração, expelia em golfos: “Aparece, Gagaaa. Gaaaagaaaaa”. Projetava-se à frente ao gritar, recuava em busca de fôlego e voltava a projetar-se.

Como a cantora não deu os ares à janela do hotel, o rapaz, tal qual uma atriz de novela mexicana, a sombra e o rímel escorrendo pelas bochechas, chorou o que pode. Estava cercado por uma multidão que, assim como ele, queria porque queria fincar os olhos na mutante Lady Gaga, uma mistura de mil faces a partir da fusão de Madonna com Maria Alcina, antes de seu show. No país que ama debochar, a cena viralizou.

Multidão muito maior ironizou o drama. Memes correram por todo lado para denunciar o grande número de desempregados no Brasil. Gente com tempo de sobra para chorar, porém pelas razões erradas.

Ocorre que muitos dos presentes à manifestação, como o atormentado rapaz, veem em Gaga um ícone Queer. Uma rainha da comunidade LGBTQIA+, representante global das causas do amor sem distinção, como a pop estimula em seu “Manifesto do Caos”, lido por ela no show. Nele, Gaga prega a “importância da expressão inabalável da própria identidade, mesmo que isso signifique viver em estado de caos interno”. Um manifesto assim, mais do que inconsequente, é temerário.

Como assim caos interior?

Tomado ao pé da letra por destinatários confusos, um manifesto desses pode ser mortificante. Afinal, viver a própria identidade não significa viver sem freios, mas sim encontrar um meio termo entre o desejo e a realidade. Justamente para evitar o caos. Logo, o manifesto é, isso sim, assustador — por haver (sempre há) tantas pessoas suscetíveis de embarcar nessas canoas de alto risco, cheias de remendos destinados a cobrir furos da embarcação. Pobres dos ageiros que, cegos por influência de ídolos de ocasião, avançam pelo lago em condições tão incertas.

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A idolatria… ela é mais antiga do que fazer pipi pra frente e, ao menos no caso dos homens, ainda de pé. Ultimamente as coisas andam um tanto confusas nesse quesito, mas ao menos a adoração se mantém intacta, assim como a veneta dos gozadores, para quem o humor repõe as coisas em proporção, ou seja, em seu devido lugar.

Todos temos cotas de iração por artistas, mas à veneração, eis a questão, se entregam os vulneráveis. O que esses buscam, mais do que a própria vida, é um reflexo (uma sombra?) de suas identidades. Uma projeção material da pessoa que gostariam de ser, não fossem o que são. É aí que mora, num duplex de cobertura, o perigo. O rapaz pensa que Gaga é como ele, só que não.

Não lembro quem disse que aqui é um vale de lágrimas. Mas o é de fato, bem como é um fato que artistas, como políticos, são depositários das nossas esperanças, mesmo que atuem na mais antiga das profissões, anterior à prostituição — a representação —, o primeiro requisito para sobreviver em sociedade, quando não ficar rico, e sem necessariamente excluir, ainda que camuflada, a segunda profissão.

É de se imaginar o rapaz voltando para casa frustrado. É de presumi-lo no sofá, fazendo um minuto de silêncio.

Mas depois se reerguendo.

Não há de ser nada. Amanhã Gaga vai arrasaaar.

Gagaaaaaa.

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