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Brasil e mundo

Xana Gallo inaugura nova fase na carreira com o single “Meu Mundo”

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Após transformar em canção os aprendizados após o fim de um relacionamento abusivo no álbum “Rota de Fuga” e refletir sobre questões sociais e políticas no EP “Roda, Rodou”, a cantora e compositora gaúcha Xana Gallo está pronta para a próxima fase de seu trabalho. Presente marcante nas redes, onde realiza lives semanais para seus quase 50 mil seguidores, a artista olha para o futuro com duas novas faixas. A primeira delas é “Meu Mundo”, já disponível para streaming.

Ouça “Meu Mundo”: https://smarturl.it/XanaGalloMeuMundo

Confira: https://smarturl.it/XanaGalloMeuMundo

No link, é possível ar fotos e MP3: http://bit.ly/XanaGalloDivulgacao

Xana Gallo

Xana Gallo tira do papel uma composição de sete anos atrás para refletir sobre o atual momento. A letra de “Meu Mundo” surgiu após a artista ser confrontada com dois ciclos importantes chegando ao fim. O primeiro deles, ligado diretamente à sua cidade natal de Pelotas, foi o fechamento do Chove Não Molha, clube símbolo de afirmação da cultura negra local. O segundo, já explicitando sua conexão com a cidade do Rio de Janeiro, onde produziu e lançou boa parte das suas canções, foi o encerramento da circulação do bonde de Santa Teresa por um longo período.

“Ambos fechamentos me tocaram fundo e me trouxeram um sentimento de desamparo que deu lugar à música, mas optei por guardá-la. Por se tratar de um fato tão particular, imaginei que pudesse não chegar nas pessoas. Eis que chegamos em 2020 e este ‘particular’ tornou-se ‘universal’… Dois fechamentos que um dia me incomodaram no verão de 2013 tornaram-se grãozinhos de areia diante de tudo o que estamos vendo ser fechado, sem perspectiva de reabrir”, reflete Xana Gallo.

Ressignificar o ado, sem perder de foco o presente, se tornou uma das marcas do trabalho da artista. Durante o atual período de quarentena devido à pandemia do coronavírus, ela tem se dedicado a estreitar ainda mais os laços com seu público online. Já realizou quase 30 lives ao longo dos últimos meses, onde apresenta canções próprias e de compositores que a inspiraram, compartilhando fatos curiosos e históricos sobre a música brasileira.

“Meu Mundo” é o primeiro de dois lançamentos projetados ainda para 2020. Curiosamente, a letra faz um paralelo não intencional com as incertezas que o mundo enfrenta atualmente.

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“Esta música hoje pode ser ouvida de diversas maneiras e o que era o nome de um clube, ‘Chove Não Molha’, pode ser visto até como uma metáfora. Prefiro até que esta música tome a sua própria vida nos ouvidos e coração de quem a escutar, pois já não pertence mais a mim e sim ao mundo. Ah! Uma coisa segue a mesma… o mundo interior e essa eterna busca por quem somos nós e nossas coisinhas mais íntimas. ‘Meu Mundo’ tem tudo a ver com tudo o que eu estou sentindo agora”, encerra a artista.

Xana Gallo fez de sua vida um livro aberto em suas mais de trezentas canções. Seu álbum mais recente, “Rota de Fuga” (2018), teve produção musical de Eduardo Neves (Elza Soares, Maria Bethânia, Zeca Pagodinho). Nos palcos, sempre esteve alinhada com o samba, a bossa nova e a recuperação da memória musical da Música Popular Brasileira. Estrelou diversos espetáculos em homenagem a Vinicius de Moraes, Cartola, Noel Rosa, Dona Ivone Lara, Elis Regina, Clara Nunes, João Nogueira e Chico Buarque

Traz em sua discografia cinco álbuns, lançados desde 2003, com repertório de MPB, bossa nova, Cartola e autorais. Mas a jornada de Xana como artista independente remete ao ano de 2006, quando começou uma carreira musical que ou por muitos palcos no sul e no Uruguai antes de chegar ao Rio. Amante e estudiosa de música desde a infância, por anos a artista dividiu a vida artística com o comércio, onde desenvolveu uma marca de doces.

Em 2014, ela rompeu com tudo para focar somente na música. Foi neste ano que, por meio da Lei de incentivo à Cultura (PROCULTURA), gravou seu disco de estreia, “Mulheres, Sons, Liberdade”.

Agora, Xana Gallo segue em frente com novas canções e olhando para o futuro – ainda que ele seja incerto. “Meu Mundo” já está disponível nas principais plataformas.

Ouça “Meu Mundo”: https://smarturl.it/XanaGalloMeuMundo

Crédito: Daniel Faviere

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Ficha técnica

Composição (letra e música): Xana Gallo 

Voz: Xana Gallo

Violão e arranjo: Eugênio Bassi

Gravado no Estúdio Tenda da Raposa (Rio de Janeiro)

Letra

Com quem que eu vou dançar agora">

Que situação corriqueira 

Não tem mais o “chove, não molha”, que desilusão! 

ageira, ando por aí, sempre por aí 

O bonde não a mais 

O Porto é o meu rapaz, a lua é meu cais 

Não chegue tão perto 

Ainda guardo recorte de artista, coleciono figura de revista 

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E guardo tudo o que você me der 

Eu lembro cada detalhe mesmo de quem não vale um sorriso meu 

E ando por aí comigo e todas ilusões 

Carrego no meu peito um mundo que sonho encontrar 

Os amigos do peito eu vi de longe, nem cheguei perto de saudar! 

Meu tempo é “não estar” 

Minha palavra é: “Busca” 

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Minha canção é: dúvida 

Meu coração é saudade… 

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A liberdade sagrada das redes

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Noutro dia escrevi um texto sobre a cisão no vínculo entre as pessoas e o meio em que vivem, responsabilizando parcialmente as novas tecnologias de comunicação. Disse: “Se por um lado as tecnologias deram voz à sociedade, por outro, nos têm distraído da concretude do mundo, de interação mais hostil, levando-nos a viver em mundos paralelos”. E: “No mundo moderno, não habitamos mais exatamente nas cidades, mas sim no mundo virtual, um refúgio, retroalimentado pelo algoritmo, onde não há frustrações, mas sim gratificações instantâneas”. Bem, esse é um lado da questão. E não é novo.

Desde Freud se sabe que, diante do trauma, a criança dissocia-se para á-lo, refugiando-se na neurose, uma estratégia de defesa. Pois, assim como a criança abalada pelo trauma, as pessoas, diante das escalabrosidades do mundo concreto, fazem igual: elas podem se retirar para o mundo virtual, guardando, daquele, uma distância.

O outro lado da questão, o reverso da moeda, é que, sem as novas tecnologias de comunicação, a voz traumatizada da sociedade permaneceria atravessada na garganta, sem chance de extravasar-se.

A possibilidade de expressão liberou uma carga de justos ressentimentos contra os limites da política, as injustiças, o teatro social. De súbito, tivemos uma ideia do tamanho da insatisfação com os sistemas de vida, ando publicamente a protestar, em alguns casos chegando à revolução, como ocorreu na Primavera Árabe, onde as redes sociais cumpriram um papel fundamental.

Pois não é por outra razão que os donos do antigo mundo estão incomodados e querem controlar a liberdade de expressão, especialmente a velha imprensa, os monopólios empresariais, os sistemas políticos totalitários. Enfim, todos aqueles para quem a internet e as redes sociais ameaçam seu poder, ao por de pernas pro ar as certezas convenientes sobre as quais se assentaram.

Fato. As inovações desarranjam os mercados e os modos de vida. Toda inovação faz isso. É o preço do progresso. Mas, assim como é impossível voltar ao tempo do telégrafo (imagine o desespero nas Bolsas de Valores), é impensável retroagir ao mundo exclusivo da prensa de Gutenberg. Porque as descobertas, afinal, permitem avançar nos arranjos produtivos: propiciam economia de tempo, dinheiro e, no caso da comunicação, ampliam a liberdade, seu bem mais precioso. Pode-se dizer que não estávamos preparados para tanta liberdade súbita, e que venhamos, neste momento, usando-a “mal”. Contudo, parece razoável dizer que, à medida que o tempo e, estaremos mais e mais preparados para lidar com a liberdade e seus efeitos.

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Com todos os defeitos que a vida tem, é preferível mil vezes, ao controle da palavra, a liberdade de dizê-la. Quem pode afirmar (ou julgar) o que é verdadeiro e o que é falso, senão as pessoas mesmas, em última análise, de acordo com suas percepções e as pedras em seus sapatos? Pois hoje, depois de provarmos a liberdade trazida pelas novas tecnologias, mais do que nunca sabemos que a imprensa, em sua mediação da realidade, é falha, e como o é!

É interessante (e triste) ver como, após a criação da internet e das redes, grande parte da imprensa, ao perder o monopólio da verdade, se vêm tornando excessivamente opinativa e crítica das novas tecnologias. Deveria, sim, era aprimorar-se no trabalho para prestá-lo melhor. Acontece que — eis o ponto — como a velha imprensa não é livre de fato, como depende do financiador, muitas vezes de governos, ela vê nas novas tecnologias de ampla liberdade uma ameaça à velha cadeia de produção acostumada a filtrar o que valia ser dito, e o que não valia, em seu óbvio interesse, hoje nu, como o rei da história.

Além de tudo, há essa coisa interessante: a percepção. Para alguns pensadores do novo mundo, o que chamamos de realidade é uma simulação, no que concordo. Segundo eles, cada um de nós só tem o às coisas através dos sentidos (olfato, visão, tato, audição, paladar). Porém, como cores, cheiros, paladares etc. não existem no mundo concreto (são imateriais), sendo portanto simulações percebidas pelos sentidos (pessoas veem cores em diferentes matizes, quando não divergentes, como os daltônicos), aqueles pensadores sustentam que o mundo como o percebemos seria resultado exclusivo dos nossos sentidos. Assim, a única coisa real seria a razão. É o que diz Descartes, para quem a razão é a única prova da existência. “Penso, logo existo”.

Como amos o mundo virtual pelos mesmos sentidos com que amos o mundo concreto, estando entrelaçados, não haveria diferença entre eles. Logo, não deveríamos condenar o mundo virtual, mas sim o explorarmos melhor. Eu acredito que é assim.

Uma vez provadas as inovações, não é possível retroagir. Podemos, isso sim, é refinar, em decorrência delas, o nosso comportamento.

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Vivendo em mundos paralelos

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Algo mudou na relação entre o jornalismo e os pelotenses. Até por volta de 2015, havia um marcado interesse nos assuntos da cidade. Um mero buraco, e nem precisava ser o negro, despertava vívida atenção. Agora já ninguém dá a mínima. Nem mesmo se o buraco for um rombo fruto de corrupção numa área de vida e morte, como a de saúde. O valor da notícia sofreu uma erosão nas percepções. Não é uma situação local, mas, arrisco dizer, do mundo.

Vem ocorrendo uma cisão no vínculo entre as pessoas e o meio em que vivem. Um corte entre elas e a vida social. O espaço, que no ado era público, já hoje parece ser de ninguém.

A responsabilidade parcial disso parece, curiosamente, ser das novas tecnologias de comunicação. Se por um lado elas deram voz à sociedade como um todo, por outro, ao igualmente darem amplo o ao mundo virtual, elas nos têm distraído da concretude do mundo, de interação sempre mais hostil — distraído, enfim, da realidade mesma, propiciando que vivamos em mundos paralelos.

Outra razão é que, no essencial, nada muda em nossa realidade. Isso ficou mais evidente porque as redes sociais deram vazão, sem os filtros editoriais da imprensa, a um volume de problemas reais maior do que o que era noticiado. Se antes já havia demora nas soluções, essa percepção foi multiplicada pelo crescente número de denúncias feitas nas redes pelos próprios cidadãos. Os problemas que dizem respeito à coletividade se avolumam sem solução a contento, desconsolando e fatigando a vida.

Como a dinâmica da cidade (e da realidade) não responde como deveria, eis o ponto, estamos buscando reparações no ambiente virtual, sensitivamente mais recompensador, além de disponível na palma da mão.

No mundo moderno, não habitamos mais exatamente nas cidades. Estamos habitando no mundo virtual, onde não há frustrações, mas sim gratificação instantânea. Andamos absortos demais em nossa vida. Abduzidos por temas de exclusivo interesse pessoal, retroalimentados minuto a minuto pelo algoritmo.

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Antes vivíamos num mundo de trocas diretas entre as pessoas. Hoje habitamos numa nuvem, no cyber-espaço. Andamos parecendo cada dia mais com Thomas Anderson, protagonista do filme Matrix. Conectado por cabos a um imenso sistema de computadores do futuro, ele vive literalmente em uma realidade paralela. Isso dá

Para complicar tudo, há pensadores para quem a realidade é uma simulação.

Segundo eles, cada um de nós só tem o às coisas através dos sentidos (olfato, visão, tato, audição, paladar). Porém, como cores, cheiros etc. não existem no mundo concreto, mas são simulações percebidas pelo nosso corpo (pessoas veem as cores em diferentes tons, quando não em diferentes, como os daltônicos), aqueles pensadores sustentam que o mundo como o percebemos seria resultado dos nossos sentidos.

Assim, a única coisa real seria a razão, quer dizer, o modo como processamos aquelas percepções dos sentidos. É o que diz Descartes, para quem a razão é a única prova da existência. Como amos o mundo virtual pelos mesmos sentidos que amos o concreto, não haveria diferença entre eles.

Segundo aqueles pensadores, como o mundo virtual está entrelaçado com o mundo concreto, não deveríamos condenar o mundo virtual, mas sim o explorarmos melhor.

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