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Cultura e entretenimento

Obras emergenciais buscam salvar Igreja do Porto de desabamento

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A Igreja Matriz do Sagrado Coração de Jesus, popularmente conhecida como Igreja do Porto, ará, a partir da próxima semana, por intervenções para impedir que sua estrutura venha a sucumbir.

A deterioração do templo foi agravada por efeito dos ventos causados pelo ciclone-bomba ocorrido no final do mês de junho deste ano e foi percebida após a queda de um dos capitéis, mas que também causou fissuras, rachaduras e deformação das paredes.

A intervenção será realizada em etapas. Em um primeiro momento, será realizado um escoramento emergencial, que buscará desacelerar o processo de degradação, enquanto é elaborado o plano de salvamento definitivo.

Nessa fase inicial, também será realizada a guarda de elementos decorativos, como o para-vento, no qual está instalado o vitral da aparição do Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Alacoque, os capitéis de estuque, os mármores e os vitrais.

Após o desenvolvimento do laudo e do plano, será feito um segundo escoramento, dessa vez estrutural, este sim permitindo um salvamento definitivo da estrutura, que trará condições para a recolocação do telhado original, de telhas sas em cerâmica sustentado por estrutura de madeira, e a execução do projeto elétrico final.

As duas fases de escoramento, considerando também o laudo e o plano de intervenção, estão orçados no valor de R$ 180 mil. O prazo para realização é de quatro meses. O trabalho será realizado pela Simone Neutzling Arquitetura, empresa especializada em obras de restauro e autora do projeto de restauro da Igreja, aprovado desde 2014.

Enquanto durar este esforço para salvar a estrutura da edificação, o o ao local estará interditado, sendo permitido apenas à equipe de trabalho e à comissão técnica que coordena a obra. “Mas isso não significa que a paróquia esteja fechada”, destaca o pároco, padre Wilson Fernandes. Nesse período, as celebrações serão realizadas no Salão Paroquial.

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Patrimônio da cidade

A Igreja Matriz foi declarada patrimônio histórico e cultural de Pelotas no ano de 2019, após decreto assinado pela prefeita Paula Mascarenhas. A paróquia foi fundada em novembro de 1912, e a construção do templo se deu em duas fases, concluídas ao longo de dez anos, aproximadamente: primeiramente, o corpo da igreja, com fachada para a rua Gomes Carneiro, e depois o que hoje constitui a fachada principal, com a torre, voltada para a rua Alberto Rosa.

Apesar da aparente solidez, devido à ausência de componentes metálicos e até mesmo de cimento, a edificação se mantinha graças a um delicado equilíbrio entre suas estruturas, sendo o telhado original um dos elementos que mantinha uma amarração entre todos.

Quando este foi retirado, no início da década de 2010, tirou a estabilidade do prédio. A promessa de retorno da cobertura original foi um dos compromissos assumidos pela istração paroquial para que fosse concedido o tombamento.

Graças a esse status, a paróquia pode pleitear recursos junto à órgãos públicos ou propor projetos de captação de recursos que sejam voltados para o patrimônio histórico e cultural.

No entanto, esse tipo de ação será reservado para as fases futuras do projeto de restauro, pois não é possível esperar pela liberação das verbas ou pelos trâmites necessários para a atual intervenção: “Não temos tempo hábil”, afirma Fernandes.

Por isso, o sacerdote conclama a comunidade pelotense, não apenas a ligada à fé católica, mas a todos que têm em seus afetos um espaço para essa edificação-símbolo da região portuária de Pelotas a unir esforços pelo salvamento.

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Nas próximas semanas, diversas ações serão realizadas para arrecadar recursos para o salvamento do templo. No dia 12 de outubro, após missa solene pelo dia de Nossa Senhora Aparecida, ocorrerá o primeiro almoço em prol da obra, no sistema drive-thru; os ingressos estarão disponíveis na secretaria paroquial, pelo telefone (53) 3222-3678 ou pelo WhatsApp (53) 99703-3999. Outras formas de doação serão apresentadas em breve.

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Cultura e entretenimento

O esquema fenício, novo filme de Wes Anderson

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O diretor e roteirista Wes Anderson é conhecido pelo seu estilo único e marcante, com imagens perfeitamente simétricas, personagens estranhos e um humor bem peculiar. Talvez a grande crítica às suas produções seja exatamente essa, de seu estilo ser sempre o mesmo, como se o cineasta não se renovasse. Porém, entre seus trabalhos mais recentes, nenhum tem tanto estilo quanto O Esquema Fenício.

Na trama, o excêntrico magnata Zsa-Zsa Korda (Benicio Del Toro) já sobreviveu a sucessivas tentativas de assassinato e é pai de nove filhos homens e uma única menina, a freira Liesl (Mia Threapleton). Ele determina que ela seja a única herdeira de seu patrimônio, mas antes, pede a ajuda da filha para garantir que seu projeto de vida finalmente saia do papel. Agora, eles precisarão viajar pelo mundo, acompanhados pelo tutor Bjorn (Michael Cera), a fim de negociar pessoalmente com seus parceiros investidores.

O longa é a sexta parceria entre Wes Anderson e o roteirista Roman Coppola, que iniciou em Viagem a Darjeeling (2007). Vale lembrar que 2023 foi um dos anos mais produtivos de Wes Anderson, que além de lançar Asteroid City nos cinemas, fez um projeto de quatro curtas-metragens com a Netflix, adaptando contos do autor Roald Dahl. Todos são imperdíveis, em especial A Incrível História de Henry Sugar,que rendeu a Anderson o primeiro Oscar de sua carreira.

Mesmo sem a profundidade narrativa de seus outros filmes, o diretor consegue, graças a química entre Benicio Del Toro e Mia Threapleton, explorar um relacionamento genuíno entre pai e filha. Além do ótimo trio principal, vemos participações de luxo de habituais colaboradores do diretor, como Willem Dafoe, Tom Hanks, Bryan Cranston, Jeffrey Wright, Bill Murray, Scarlett Johansson e Benedict Cumberbatch.

Trabalhando pela primeira vez com Wes Anderson, a fotografia de Bruno Delbonnel é fantástica, abrangendo toda a cenografia do filme, que tem locações de encher os olhos, e que já encantam logo na sequência inicial. Destaque para as belíssimas sequências em preto e branco, que mostram o mundo onírico do protagonista. Além disso, a trilha sonora é do lendário compositor Alexandre Desplat, parceiro de Anderson desde O Fantástico Senhor Raposo (2009), e vencedor do Oscar com O Grande Hotel Budapeste (2014).

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Para os que acompanham a carreira do diretor, e fãs como eu, os temas comuns de sua filmografia estão presentes aqui: relações familiares, natureza humana e humor improvável. No entanto, o filme traz dois novos elementos, incomuns em seu universo, o suspense e a ação. Reafirmando sua identidade, embora sem o brilho de produções anteriores, Wes Anderson prova com o visualmente ambicioso O Esquema Fenício que ainda é capaz de entregar boas histórias.

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Brasil e mundo

Antes de Gaga, Madonna já havia aprontado no Rio

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Em seu show no Rio, em maio de 2024, Madonna exibiu numa tela ao fundo do palco imagens de ícones culturais, entre eles Che Guevara e Frida Kahlo. Foi surpreendente que o tenha feito, afinal, ela se apresenta como defensora dos direitos das minorias, inclusive da Queer, como faz Gaga, minoria que se fez maioria em ambos os shows.

Na ocasião, Madonna soou mais inconsequente que Gaga com seu “Manifesto do Caos”.

Os livros contam que o governo cubano, do qual Che fez parte, perseguia homossexuais, chegando a fuzilá-los por isso. Por quê? Porque os considerava hedonistas — indivíduos de natureza subversiva ao regime de exceção. Por serem, para eles, incapazes de controlar seus ardores sensuais e, por conseguinte, de se enquadrar em um regime em que a liberdade não tinha lugar, muito menos de fala.

Já Frida foi amante de Trotsky. E, depois deste ser assassinado no exílio a mando de Stálin, a artista ainda teve a pachorra de pintar um quadro com o rosto de Stálin, exposto até hoje em sua casa-museu, para iração de boquiabertos turistas bem informados sobre os fatos.

Madonna levou R$ 17 milhões do sistema capitalista por um show de um par de horas em que, literalmente, performou. Sem esforço, fingiu que cantava. Playback.

Dizem que artistas, por natureza, são “ingovernáveis”. A visão que eles teriam de vida seria mais importante do que a vida, do que a matéria. Pois há artistas e artistas.

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Madonna é dessas sumidades que a gente não sabe, de fato, o que pensa. Apenas intui, por projeção. Tente lembrar de alguma fala substancial dela. Não lembramos, porque vive da imagem que criou. Vende uma imagem que, no fundo, talvez nem corresponda ao que ela é de verdade.

No fim da trajetória, depois de ganhar a vida, artistas costumam surpreender o público, mostrando sua verdadeira face em biografias. Pelo desconforto de partir com uma máscara mortuária falsa.

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