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Opinião

“CARTA ABERTA AOS PROGRESSISTAS”. Por Paulo Grigoletti Gastal

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Paulo Francisco Grigoletti Gastal, Advogado – Secretário Geral e integrante do Diretório Municipal do Progressistas

A tarefa de conduzir um partido político a uma eleição é ato propositivo. A construção do processo e do trâmite interno requer disciplina, método, capacidade interminável para dialogar, rever posições e avançar quando necessário. Quem estuda e vive a política, percebe logo essas nuances.

O Partido Progressista, hoje Progressistas, sempre manteve uma base sólida na nossa cidade, obviamente fruto de seu tamanho e participação na vida política do Rio Grande do Sul. Porém vivíamos uma situação contraditória, pois, mesmo sendo “grande”, “jogávamos como time pequeno”.

Com a ajuda e participação ativa da maioria dos integrantes dos filiados, do diretório, dos pré-candidatos a vereador e da base partidária – juntos começamos a reconstrução de um ideário que sempre existiu, mas estava adormecido: o de ser protagonista.

Pois bem: chegamos à ante-véspera da eleição municipal com um debate interno, depois externo e por fim ganhando o interesse da mídia, e ocupamos espaços de maneira mais ampla do que qualquer outra agremiação partidária até o momento. Para uns bom, para outros ruim.

Nota-se nitidamente que esse elemento é fruto de uma construção de todos nós e essa deve ser a missão de cada um dos integrantes do Progressistas: elevar a sua sigla para que a negociação política, fruto do processo democrático, se dê em igualdade de condições com qualquer que seja o interlocutor.

E mais: percebe-se neste momento que o partido não se apequenou, não fugiu dos seus propósitos e orgulha-se de uma nominata sem igual para concorrer ao legislativo municipal e também buscando o seu espaço de direito na tentativa de indicar seu candidato à majoritária e oferecer à cidade de Pelotas um debate que possa fazer com que a população escolha a melhor opção.

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O Progressistas forte de novo é fruto dessa construção! Me orgulho de participar dessa construção, sendo ela realizada com a participação de todos, independente de posições e lados. De qualquer maneira, crescemos e voltamos ao patamar de direito.

Ao fim da jornada – que é o processo eleitoral – sairemos vitoriosos independente do resultado do pleito, pois os objetivos (fruto de nosso trabalho conjunto) serão alcançados.

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    Brasil e mundo

    Vivendo em mundos paralelos

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    Algo mudou na relação entre o jornalismo e os pelotenses. Até por volta de 2015, havia um marcado interesse nos assuntos da cidade. Um mero buraco, e nem precisava ser o negro, despertava vívida atenção. Agora já ninguém dá a mínima. Nem mesmo se o buraco for um rombo fruto de corrupção numa área de vida e morte, como a de saúde. O valor da notícia sofreu uma erosão nas percepções.

    Não é uma situação local, mas, arrisco dizer, do mundo. Nós apenas sentimos seus efeitos de forma drástica, por razões de ordem econômica e social. E também dimensionais.

    Como a cidade não é grande, os problemas são ainda mais visíveis. Topamos com eles no cotidiano. Acontece que os buracos reais e metafóricos, ainda que denunciados, inclusive pelo cidadão que vai às redes sociais reclamar, avolumam-se sem solução que satisfaça, levando a outro problema, este de ordem comportamental.

    Vem ocorrendo uma cisão no vínculo entre as pessoas e o meio em que vivem. Um corte entre elas e a vida social. O espaço, que no ado era público, já hoje parece ser de ninguém.

    A responsabilidade parcial disso parece, curiosamente, ser das novas tecnologias de comunicação. Se por um lado elas deram voz à sociedade como um todo, por outro, ao igualmente darem amplo o ao mundo virtual, elas nos têm distraído da concretude do mundo, de interação sempre mais hostil — distraído, enfim, da realidade mesma, propiciando que vivamos em mundos paralelos.

    Outra razão é que, no essencial, nada muda em nossa realidade. Isso ficou mais evidente porque as redes sociais deram vazão, sem os filtros editoriais da imprensa, a um volume de problemas reais maior do que o que era noticiado. Se antes já havia demora nas soluções, essa percepção foi multiplicada pelo crescente número de denúncias feitas nas redes pelos próprios cidadãos. Os problemas que dizem respeito à coletividade se avolumam sem solução a contento, desconsolando e fatigando a vida.

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    Como a dinâmica da cidade (e da realidade) não responde como deveria, eis o ponto, estamos buscando reparações no ambiente virtual, sensitivamente mais recompensador, além de disponível na palma da mão.

    No mundo moderno, não habitamos mais exatamente nas cidades. Estamos habitando no mundo virtual, onde não há frustrações, mas sim gratificação instantânea. Andamos absortos demais em nossa vida. Abduzidos por temas de exclusivo interesse pessoal, retroalimentados minuto a minuto pelo algoritmo.

    Antes vivíamos num mundo de trocas diretas entre as pessoas. Hoje habitamos numa nuvem, no cyber-espaço. Andamos parecendo cada dia mais com Thomas Anderson, protagonista do filme Matrix. Conectado por cabos a um imenso sistema de computadores do futuro, ele vive literalmente em uma realidade paralela. Isso dá

    Para complicar tudo, há pensadores para quem a realidade é uma simulação.

    Segundo eles, cada um de nós só tem o às coisas através dos sentidos (olfato, visão, tato, audição, paladar). Porém, como cores, cheiros etc. não existem no mundo concreto, mas são simulações percebidas pelo nosso corpo (pessoas veem as cores em diferentes tons, quando não em diferentes, como os daltônicos), aqueles pensadores sustentam que o mundo como o percebemos seria resultado dos nossos sentidos.

    Assim, a única coisa real seria a razão, quer dizer, o modo como processamos aquelas percepções dos sentidos. É o que diz Descartes, para quem a razão é a única prova da existência. Como amos o mundo virtual pelos mesmos sentidos que amos o concreto, não haveria diferença entre eles.

    Segundo aqueles pensadores, como o mundo virtual está entrelaçado com o mundo concreto, não deveríamos condenar o mundo virtual, mas sim o explorarmos melhor.

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    Brasil e mundo

    Antes de Gaga, Madonna já havia aprontado no Rio

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    Em seu show no Rio, em maio de 2024, Madonna exibiu numa tela ao fundo do palco imagens de ícones culturais, entre eles Che Guevara e Frida Kahlo. Foi surpreendente que o tenha feito, afinal, ela se apresenta como defensora dos direitos das minorias, inclusive da Queer, como faz Gaga, minoria que se fez maioria em ambos os shows.

    Na ocasião, Madonna soou mais inconsequente que Gaga com seu “Manifesto do Caos”.

    Os livros contam que o governo cubano, do qual Che fez parte, perseguia homossexuais, chegando a fuzilá-los por isso. Por quê? Porque os considerava hedonistas — indivíduos de natureza subversiva ao regime de exceção. Por serem, para eles, incapazes de controlar seus ardores sensuais e, por conseguinte, de se enquadrar em um regime em que a liberdade não tinha lugar, muito menos de fala.

    Já Frida foi amante de Trotsky. E, depois deste ser assassinado no exílio a mando de Stálin, a artista ainda teve a pachorra de pintar um quadro com o rosto de Stálin, exposto até hoje em sua casa-museu, para iração de boquiabertos turistas bem informados sobre os fatos.

    Madonna levou R$ 17 milhões do sistema capitalista por um show de um par de horas em que, literalmente, performou. Sem esforço, fingiu que cantava. Playback.

    Dizem que artistas, por natureza, são “ingovernáveis”. A visão que eles teriam de vida seria mais importante do que a vida, do que a matéria. Pois há artistas e artistas.

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    Madonna é dessas sumidades que a gente não sabe, de fato, o que pensa. Apenas intui, por projeção. Tente lembrar de alguma fala substancial dela. Não lembramos, porque vive da imagem que criou. Vende uma imagem que, no fundo, talvez nem corresponda ao que ela é de verdade.

    No fim da trajetória, depois de ganhar a vida, artistas costumam surpreender o público, mostrando sua verdadeira face em biografias. Pelo desconforto de partir com uma máscara mortuária falsa.

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