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2020: um ano diferente também para o Dia dos Pais 65d2o

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Agência Brasil: Ser pai em 2020 é diferente. O Dia dos Pais também. Em meio ao isolamento causado pela pandemia do novo coronavírus, o amor pelo pai agora implica distância ou, no mínimo, cuidados máximos. Afinal, são esses cuidados que garantirão muitos dias dos pais a serem comemorados.

A distância da filha Natássia Miranda – hoje, uma médica veterinária de 31 anos – não é novidade para Todor Jorge de Oliveira, 49 anos. “Já amos seis anos separados por causa de eu ter ido estudar na Bulgária”, lembra o analista de projetos de Tecnologia da Informação (TI).

Amor juvenil

O retorno ao Brasil era uma certeza, mesmo com a possibilidade de desenvolver uma vida profissional na Europa, já que Todor tem também cidadania búlgara. “Eu não queria que minha filha crescesse com um pai fantasma, presente apenas na certidão. Ela foi fruto de um amor juvenil. Eu e a mãe dela tínhamos entre 16 e 17 anos quando veio a notícia da gravidez. Acabei sendo o primeiro dos meus amigos a ser pai”, acrescenta. 

Encarar a distância da filha agora, por causa da covid-19, “tem sido até fácil” para ele. “De fato, estamos nos vendo muito pouco este ano, depois que essa doença chegou. Mas temos nos falado por meio das redes sociais. Os contatos têm sido pelas vias virtuais mesmo. A gente até se encontrou em alguns aniversários da família. Mas estamos evitando. Ainda mais porque visito muito os meus pais, e eles são grupo de risco”.

Neste Dia dos Pais, a solução foi se reunirem na casa dos avós, onde há um grande quintal. O encontro será ao núcleo familiar, mantendo a distância segura e tendo todos os cuidados possíveis.

“É difícil porque a gente sempre teve eventos em família. Sempre íamos a restaurantes. Agora, tudo está pausado. Mas o mundo inteiro está assim. Então não causa nenhum grande impacto. Aliás é até mais fácil, se comparado aos tempos de Bulgária, quando os contatos eram por cartas e a telefonia era bem mais complicada”.

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Cuidados

Pais e filhos que moram juntos também tiveram as rotinas alteradas em função do novo coronavírus. A situação fica ainda mais complicada para quem não pode fazer teletrabalho. É o caso de Daniel Barbosa – pai de Fernanda, de apenas 4 meses. Ele trabalha como vigilante no Supremo Tribunal Federal (STF).

A menina nasceu no dia 16 de março, quando o comércio começou a ser fechado em Brasília. “Desde então, tudo na minha vida mudou. Tanto com a bênção que foi a chegada da Fernanda, quanto com o início dessa pandemia”, disse ele à Agência Brasil.

“Eu penso o tempo inteiro na minha família. Fiquei uma pessoa muito mais cautelosa em tudo que faço. Minhas ações todas são pensadas e repensadas porque não posso, de forma nenhuma, ser um cara inconsequente. Além disso, me apeguei ainda mais a meus pais”, acrescentou.

    Melhor momento do dia

    A maior preocupação de Daniel é com o risco de se contaminar e levar a doença para casa. “De forma nenhuma quero ser um vetor dessa doença para a minha família. Por isso, nem chego perto quando venho do trabalho. É direto ao banho, depois de colocar a roupa para lavar”.

    Fernanda foi uma filha muito planejada. O que não estava nos planos era a covid-19. Mas isso não tirou o brilho da paternidade. “É uma bênção para a minha vida. Chego em casa cansado e me deparo com aquele sorriso puro de quem, mesmo sendo tão novinha, já sabe quem é o pai. Ela já tem sentimento por mim, ela sorri. É amor!”, afirma o pai.

    “O momento em que a pego no colo após mamar é simplesmente o melhor do dia”, acrescenta.

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    Instituto Pai por Inteiro

    Pai de duas filhas – Ana Rafaela, de 7 anos, e Gabriela, de 1 ano – o educador parental Rodrigo Gaspar, 35 anos, explica que os tempos de covid-19 trouxeram “um novo ritmo” para as famílias. “Nós precisamos redefinir melhor esse novo modelo de viver em casa, de fazer o homeschooling (educação domiciliar) com as crianças, de fazer as atividades de forma dividida e separada, onde não tem um ajudando o outro, mas pai e mãe, os dois, com uma carga muito parecida para tudo”.

    Por meio do Instituto Pai por Inteiro, Rodrigo Gaspar ajuda famílias e empresas a obterem “ferramentas e conhecimentos” relacionados à paternidade. Segundo ele, a paternidade e a maternidade podem ensinar as pessoas a lidar melhor dentro de seus ambientes de trabalho e em seus lares.

    “Os ensinamentos que vêm dessa biblioteca são únicos e muito proveitosos”, acrescenta ao afirmar que vê também na paternidade uma possibilidade de “entender que os filhos, de modo geral, sempre serão eternos mestres aprendizes”, e que esses tempos de isolamento – onde núcleos familiares acabam compartilhando de forma muito mais intensa a rotina – podem ser uma oportunidade para tirar o que há de melhor no convívio familiar.

    “Eles podem representar oportunidades porque a relação com o filho enriquece na dedicação a buscar alternativas para brincadeiras novas e para novos desafios. A pandemia fez com que tudo fosse reconfigurado. Não é uma situação fácil em 100% do tempo, como não é fácil também na paternidade. Mas aqui em casa estamos vencendo bem a pandemia e tendo momentos de muita qualidade em nossas vidas”.

    Para este Dia dos Pais, o educador parental pretende reunir a família na casa dos avós, que são “praticamente os únicos” com quem tem se encontrado durante os últimos meses. “Claro que tomaremos todos os cuidados. Mas vamos, sim, fazer uma grande celebração de como a paternidade pode, sempre, fazer com que cresçamos juntos”.

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    A liberdade sagrada das redes 3f2n1p

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    Noutro dia escrevi um texto sobre a cisão no vínculo entre as pessoas e o meio em que vivem, responsabilizando parcialmente as novas tecnologias de comunicação. Disse: “Se por um lado as tecnologias deram voz à sociedade, por outro, nos têm distraído da concretude do mundo, de interação mais hostil, levando-nos a viver em mundos paralelos”. E: “No mundo moderno, não habitamos mais exatamente nas cidades, mas sim no mundo virtual, um refúgio, retroalimentado pelo algoritmo, onde não há frustrações, mas sim gratificações instantâneas”. Bem, esse é um lado da questão. E não é novo.

    Desde Freud se sabe que, diante do trauma, a criança dissocia-se para á-lo, refugiando-se na neurose, uma estratégia de defesa. Pois, assim como a criança abalada pelo trauma, as pessoas, diante das escalabrosidades do mundo concreto, fazem igual: elas podem se retirar para o mundo virtual, guardando, daquele, uma distância.

    O outro lado da questão, o reverso da moeda, é que, sem as novas tecnologias de comunicação, a voz traumatizada da sociedade permaneceria atravessada na garganta, sem chance de extravasar-se.

    A possibilidade de expressão liberou uma carga de justos ressentimentos contra os limites da política, as injustiças, o teatro social. De súbito, tivemos uma ideia do tamanho da insatisfação com os sistemas de vida, ando publicamente a protestar, em alguns casos chegando à revolução, como ocorreu na Primavera Árabe, onde as redes sociais cumpriram um papel fundamental.

    Pois não é por outra razão que os donos do antigo mundo estão incomodados e querem controlar a liberdade de expressão, especialmente a velha imprensa, os monopólios empresariais, os sistemas políticos totalitários. Enfim, todos aqueles para quem a internet e as redes sociais ameaçam seu poder, ao por de pernas pro ar as certezas convenientes sobre as quais se assentaram.

    Fato. As inovações desarranjam os mercados e os modos de vida. Toda inovação faz isso. É o preço do progresso. Mas, assim como é impossível voltar ao tempo do telégrafo (imagine o desespero nas Bolsas de Valores), é impensável retroagir ao mundo exclusivo da prensa de Gutenberg. Porque as descobertas, afinal, permitem avançar nos arranjos produtivos: propiciam economia de tempo, dinheiro e, no caso da comunicação, ampliam a liberdade, seu bem mais precioso. Pode-se dizer que não estávamos preparados para tanta liberdade súbita, e que venhamos, neste momento, usando-a “mal”. Contudo, parece razoável dizer que, à medida que o tempo e, estaremos mais e mais preparados para lidar com a liberdade e seus efeitos.

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    Com todos os defeitos que a vida tem, é preferível mil vezes, ao controle da palavra, a liberdade de dizê-la. Quem pode afirmar (ou julgar) o que é verdadeiro e o que é falso, senão as pessoas mesmas, em última análise, de acordo com suas percepções e as pedras em seus sapatos? Pois hoje, depois de provarmos a liberdade trazida pelas novas tecnologias, mais do que nunca sabemos que a imprensa, em sua mediação da realidade, é falha, e como o é!

    É interessante (e triste) ver como, após a criação da internet e das redes, grande parte da imprensa, ao perder o monopólio da verdade, se vêm tornando excessivamente opinativa e crítica das novas tecnologias. Deveria, sim, era aprimorar-se no trabalho para prestá-lo melhor. Acontece que — eis o ponto — como a velha imprensa não é livre de fato, como depende do financiador, muitas vezes de governos, ela vê nas novas tecnologias de ampla liberdade uma ameaça à velha cadeia de produção acostumada a filtrar o que valia ser dito, e o que não valia, em seu óbvio interesse, hoje nu, como o rei da história.

    Além de tudo, há essa coisa interessante: a percepção. Para alguns pensadores do novo mundo, o que chamamos de realidade é uma simulação, no que concordo. Segundo eles, cada um de nós só tem o às coisas através dos sentidos (olfato, visão, tato, audição, paladar). Porém, como cores, cheiros, paladares etc. não existem no mundo concreto (são imateriais), sendo portanto simulações percebidas pelos sentidos (pessoas veem cores em diferentes matizes, quando não divergentes, como os daltônicos), aqueles pensadores sustentam que o mundo como o percebemos seria resultado exclusivo dos nossos sentidos. Assim, a única coisa real seria a razão. É o que diz Descartes, para quem a razão é a única prova da existência. “Penso, logo existo”.

    Como amos o mundo virtual pelos mesmos sentidos com que amos o mundo concreto, estando entrelaçados, não haveria diferença entre eles. Logo, não deveríamos condenar o mundo virtual, mas sim o explorarmos melhor. Eu acredito que é assim.

    Uma vez provadas as inovações, não é possível retroagir. Podemos, isso sim, é refinar, em decorrência delas, o nosso comportamento.

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    Vivendo em mundos paralelos 5z181m

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    Algo mudou na relação entre o jornalismo e os pelotenses. Até por volta de 2015, havia um marcado interesse nos assuntos da cidade. Um mero buraco, e nem precisava ser o negro, despertava vívida atenção. Agora já ninguém dá a mínima. Nem mesmo se o buraco for um rombo fruto de corrupção numa área de vida e morte, como a de saúde. O valor da notícia sofreu uma erosão nas percepções. Não é uma situação local, mas, arrisco dizer, do mundo.

    Vem ocorrendo uma cisão no vínculo entre as pessoas e o meio em que vivem. Um corte entre elas e a vida social. O espaço, que no ado era público, já hoje parece ser de ninguém.

    A responsabilidade parcial disso parece, curiosamente, ser das novas tecnologias de comunicação. Se por um lado elas deram voz à sociedade como um todo, por outro, ao igualmente darem amplo o ao mundo virtual, elas nos têm distraído da concretude do mundo, de interação sempre mais hostil — distraído, enfim, da realidade mesma, propiciando que vivamos em mundos paralelos.

    Outra razão é que, no essencial, nada muda em nossa realidade. Isso ficou mais evidente porque as redes sociais deram vazão, sem os filtros editoriais da imprensa, a um volume de problemas reais maior do que o que era noticiado. Se antes já havia demora nas soluções, essa percepção foi multiplicada pelo crescente número de denúncias feitas nas redes pelos próprios cidadãos. Os problemas que dizem respeito à coletividade se avolumam sem solução a contento, desconsolando e fatigando a vida.

    Como a dinâmica da cidade (e da realidade) não responde como deveria, eis o ponto, estamos buscando reparações no ambiente virtual, sensitivamente mais recompensador, além de disponível na palma da mão.

    No mundo moderno, não habitamos mais exatamente nas cidades. Estamos habitando no mundo virtual, onde não há frustrações, mas sim gratificação instantânea. Andamos absortos demais em nossa vida. Abduzidos por temas de exclusivo interesse pessoal, retroalimentados minuto a minuto pelo algoritmo.

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    Antes vivíamos num mundo de trocas diretas entre as pessoas. Hoje habitamos numa nuvem, no cyber-espaço. Andamos parecendo cada dia mais com Thomas Anderson, protagonista do filme Matrix. Conectado por cabos a um imenso sistema de computadores do futuro, ele vive literalmente em uma realidade paralela. Isso dá

    Para complicar tudo, há pensadores para quem a realidade é uma simulação.

    Segundo eles, cada um de nós só tem o às coisas através dos sentidos (olfato, visão, tato, audição, paladar). Porém, como cores, cheiros etc. não existem no mundo concreto, mas são simulações percebidas pelo nosso corpo (pessoas veem as cores em diferentes tons, quando não em diferentes, como os daltônicos), aqueles pensadores sustentam que o mundo como o percebemos seria resultado dos nossos sentidos.

    Assim, a única coisa real seria a razão, quer dizer, o modo como processamos aquelas percepções dos sentidos. É o que diz Descartes, para quem a razão é a única prova da existência. Como amos o mundo virtual pelos mesmos sentidos que amos o concreto, não haveria diferença entre eles.

    Segundo aqueles pensadores, como o mundo virtual está entrelaçado com o mundo concreto, não deveríamos condenar o mundo virtual, mas sim o explorarmos melhor.

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