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Brasil e mundo

Decisão de Moraes de mandar tirar contas dos bolsonaristas do ar está certa? Não! Mas…

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Estou demorando a falar do assunto porque não dá pra falar de uma coisa sem falar do resto, e o resto é extraordinariamente amplo, profundo e complexo — e, decididamente, não cabe nessa retórica polarizada que parece que aprisiona tudo.

Mas aqui vai, em resumo:

1. A decisão de Alexandre de Moraes mandando tirar as contas dos bolsonaristas do ar está certa? Não. Ela suspende garantia constitucional (liberdade de expressão e de imprensa) e ainda por cima foi tomada de maneira monocrática no âmbito de um processo que tem tanto problema que nem cabe aqui. É uma decisão arbitrária e autoritária, digna de estado de exceção.

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2. O assunto se restringe a liberdade de expressão e de imprensa como quando Alexandre censurou o Antagonista e a Crusoé no ano ado? Não, aquilo foi censura pura e simples, o negócio aqui é bem mais complicado.

3. Complicado porque envolve crime? Não, se fosse só crime puro e simples, seria mais do mesmo. As redes de desinformação têm o poder de cometer crimes em escala nunca vista, facilitam o anonimato (no caso do Whastapp, garante), impedir o contraditório e o desmentido, e — usando técnicas de big data, estatística, psicologia e características específicas dos algoritmos das redes — virtualmente monopolizar o discurso e manipular o pensamento.

Soa como teoria da conspiração e conspiração é exatamente o que é. É grave assim. Essas técnicas afetaram fortemente as votações do Movimento 5 Stelle, Brexit, Trump, Orbán, Netanyahu, Bolsonaro. Todos somos manipuláveis, e os que acham que não são, são os mais vulneráveis. Quem não acredita tende a ser facilmente manipulável, e deve, com urgência, assistir a “Privacidade hackeada” e ler “Os engenheiros do caos”.

4. Qual é a solução? Ninguém sabe a resposta a isso. É um problema novo e altamente complexo. Mas que o problema existe, é indiscutível, todo mundo que acompanha o assunto está de acordo, e quem acha que isso não existe ou não é um problema grave não sabe do que está falando.

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5. E isso de o Bolsonaro usar a AGU para combater a decisão do Alexandre? Essa é fácil: é só absurda e patrimonialista, a AGU não é para isso. Bolsonaro não está defendendo a liberdade de expressão, ele é um inimigo da liberdade de expressão: persegue a livre imprensa desde que tomou posse e já recorreu à Lei de Segurança Nacional pelo menos 6 vezes para tentar calar seus adversários. Bolsonaro se apropriou da AGU não para defender a liberdade de expressão, mas para defender o “direito” de seus acólitos de continuar a cometer crimes impunemente.

6. E tem vários outros complicadores, como o fato de a PGR estar aparelhada pelo bolsonarismo.

Enfim como eu disse lá em cima, a decisão do Alexandre é indefensável, mas o assunto é muito mais complexo, e pretendo voltar a ele.

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Ricardo Rangel | Face do autor

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1 Comment

1 Comments

  1. Paulo Kelbert

    29/07/20 at 08:46

    A polarização do desrespeito atingiu o topo. Como se pode respeitar um STF, órgão máximo do cumprimento da lei quando descumpre princípios básicos da constituição. É comum ver na mídia comentários sobre os currículos de seus membros e de quem os indicou para o mais alto cargo dos defensores da Justiça.
    Quando assistimos vídeos do deputado Roberto Jefferson, aquele que detonou o mensalão, e que teve figura ímpar do Joaquim Barbosa batendo de frente com Gilmar Mendes, dizendo com todas as letras:
    -“V.Excia está destruindo a credibilidade do judiciário neste pais”
    Quem não lembra deste fato, que deveria ser repetido para ver quem realmente está desrespeitando?
    Roberto Jefferson, além de bom orador e forte argumentador, tem o dom teatral, o que torna sua fala crível com humor ácido, mas não tem caráter vingativo, aliás, foi condenado, ou por um câncer, está fisicamente diferente do tempo do mensalão. Ele fala com propriedade de quem sabe quem tem o rabo preso.
    Fechar canais pessoais de comunicação de quem denuncia ilícitos com canetadas é feio. Mas o poder criou uma nova figura de proteção:
    – o “habeas rabus”….

Brasil e mundo

Vivendo em mundos paralelos

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Algo mudou na relação entre o jornalismo e os pelotenses. Até por volta de 2015, havia um marcado interesse nos assuntos da cidade. A mera notícia de um buraco, e nem precisava ser o negro, despertava vívida atenção. Agora já ninguém dá a mínima, nem mesmo se o buraco for um rombo fruto de corrupção na área sensível da saúde. O valor da notícia sofreu uma erosão na percepção humana.

Não é uma situação local, mas, arrisco dizer, do mundo. Nós apenas sentimos seus efeitos de forma drástica, por razões de ordem econômica e social. E também dimensionais.

Como a cidade não é grande, os problemas são ainda mais visíveis. Topamos com eles no cotidiano. Acontece que os buracos reais e metafóricos, ainda que denunciados, inclusive pelo cidadão que vai às redes sociais reclamar, avolumam-se sem solução que satisfaça, levando a outro problema, este de ordem comportamental.

Vem ocorrendo uma cisão no vínculo entre as pessoas e o meio em que vivem. Um corte entre elas e a vida social. O espaço, que no ado era público, já hoje parece ser de ninguém.

A responsabilidade parcial disso parece, curiosamente, ser das novas tecnologias de comunicação. Se por um lado elas deram voz à sociedade como um todo, por outro, ao igualmente darem amplo o ao mundo virtual, elas nos têm distraído da concretude do mundo, de interação sempre mais hostil — distraído, enfim, da realidade mesma, propiciando que vivamos em mundos paralelos.

Outra razão é que, ao menos no essencial, nada muda em nossa realidade. Os problemas que dizem respeito à coletividade se repetem sem solução, fatigando a vida, pulverizando a mobilização.

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Como a dinâmica da cidade (e da realidade) não responde como deveria, eis o ponto, estamos buscando reparações no ambiente virtual, sensitivamente mais recompensador, além de disponível na palma da mão.

No mundo moderno, não habitamos mais exatamente nas cidades. Estamos habitando no mundo virtual, onde não há frustrações, mas sim gratificação instantânea. Andamos absortos demais em nossa vida. Abduzidos por temas de exclusivo interesse pessoal, retroalimentados minuto a minuto pelo algoritmo.

Antes vivíamos num mundo de trocas diretas entre as pessoas. Hoje habitamos numa nuvem, no cyber-espaço. Andamos parecendo cada dia mais com Thomas Anderson, protagonista do filme Matrix. Conectado por cabos a um imenso sistema de computadores do futuro, ele vive literalmente em uma realidade paralela. Isso dá

Para complicar tudo, há pensadores para quem a realidade é uma simulação.

Segundo eles, cada um de nós só tem o às coisas através dos sentidos (olfato, visão, tato, audição, paladar). Porém, como cores, cheiros etc. não existem no mundo concreto, mas são simulações percebidas pelo nosso corpo (pessoas veem as cores em diferentes tons, quando não em diferentes, como os daltônicos), aqueles pensadores sustentam que o mundo como o percebemos seria resultado dos nossos sentidos.

Assim, a única coisa real seria a razão, quer dizer, o modo como processamos aquelas percepções dos sentidos. É o que diz Descartes, para quem a razão é a única prova da existência. Como amos o mundo virtual pelos mesmos sentidos que amos o concreto, não haveria diferença entre eles.

Segundo aqueles pensadores, como o mundo virtual está entrelaçado com o mundo concreto, não deveríamos condenar o mundo virtual, mas sim o explorarmos melhor.

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Edital do Enem 2025 é publicado; veja datas e regras do exame

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O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) publicou em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (23), o edital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025.

O período de inscrições será de 26 de maio a 6 de junho. Os interessados deverão se inscrever na Página do Participante do exame, no site do Inep.

Conforme adiantado pelo ministro da Educação, Camilo Santana, participantes do Enem com mais de 18 anos, que ainda não concluíram a educação básica, voltarão a obter a certificação no ensino médio para quem conquistar pelo menos 450 pontos em cada uma das áreas de conhecimento das provas e nota acima de 500 pontos na redação.

Provas

O Enem 2025 será aplicado nos dias 9 e 16 de novembro, em todo o Brasil.

São quatro provas objetivas e uma redação em língua portuguesa. Cada prova objetiva terá 45 questões de múltipla escolha.

No primeiro dia do exame, serão aplicadas as provas de redação e as objetivas de língua portuguesa, língua estrangeira (inglês ou espanhol), história, geografia, filosofia e sociologia. A aplicação terá 5 horas e 30 minutos de duração.

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No segundo dia do Exame, serão aplicadas as provas de matemática, Química, Física e Biologia. Nesta data, a aplicação terá 5 horas de duração.

Os portões de o aos locais de provas serão abertos às 12h e fechados às 13h (horário de Brasília). O início será às 13h30.

No primeiro dia, as provas irão terminar às 19h. No segundo dia, o término é às 18h30

“Excepcionalmente, considerando a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – COP 30, que será realizada em Belém-PA, a aplicação do Enem 2025 para o participante que indicar os municípios de Belém-PA, Ananindeua-PA ou Marituba-PA como município de aplicação no ato da inscrição será realizada em 30 de novembro de 2025 e 7 de dezembro de 2025”, diz o edital.

No ato de inscrição, os candidatos podem requerer o tratamento pelo nome social, que é destinado à pessoa que se identifica e quer ser reconhecida socialmente, conforme sua identidade de gênero. 

Serão usados dados da Receita Federal, por isso o participante deverá cadastrar o nome social na Receita FederalTravestis, transexuais ou transgêneros receberão esse tratamento automaticamente, de acordo com os dados cadastrados na Receita.

O candidato não precisa enviar documentos comprobatórios.

ibilidade

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O participante que necessitar de atendimento especializado deverá, no ato da inscrição, solicitá-lo.

O candidato deve informar as condições que motivaram a solicitação, como baixa visão, cegueira, visão monocular, deficiência física, auditiva, intelectual e surdez, surdocegueira, dislexia, discalculia, déficit de atenção, Transtorno do Espectro Autista (TEA), gestantes, lactantes, diabéticos, idosos e estudantes em classe hospitalar ou com outra condição específica. 

Os recursos de ibilidade disponibilizados aos candidatos estão descritos no edital.

Taxa de inscrição

taxa de inscrição do Enem é no valor de R$ 85 e pode ser paga por boleto (gerado na Página do Participante), pix, cartão de crédito, débito em conta corrente ou poupança (a depender do banco). O prazo para fazer o pagamento vai até 11 de junho. Não haverá prorrogação do prazo para pagamento da taxa.

Para pagar por Pix, basta ar o QR code que constará no boleto.

De acordo com o edital, não serão gerados boletos para participante que informar na inscrição que usará os resultados do Enem 2025 para pleitear o certificado de conclusão do ensino médio ou declaração parcial de proficiência e que esteja inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) concluinte do ensino médio (no ano de 2025), mesmo que ainda não tenha solicitado isenção da taxa

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Reaplicação

De acordo com o edital, as provas serão reaplicadas nos dias 16 e 17 de dezembro para os participantes que faltaram por problemas logísticos ou doenças infectocontagiosas.

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