Última atualização: 16h09 de 29/07 |
⭐⭐⭐⭐⭐ Avaliação: 5 de 5.
O Instituto Pesquisas de Opinião (IPO) recebeu do PSDB a incumbência de “testar as possibilidades de desempenho e aceitação” dos seguintes postulantes a vice na chapa da tucana Paula Mascarenhas à reeleição:
Uma comissão/comitê, que os postulantes dizem desconhecer, fará a avaliação.
Impressão do Amigos de Pelotas:
O mais bem avaliado no teste acima marcará pontos, só não será, por esse motivo, escolhido para vice.
A definição depende de fatores mais decisivos, como, por exemplo, tempo de propaganda e fundo partidário eleitoral.
A seletiva parece ter como objetivo plasmar a ideia de que os tucanos conduzem a escolha sem preconceitos partidários, agregadores, delicados ao incluir a todos os pretendentes no processo, democraticamente.
Na verdade, quem ganha mais pontos é o PSDB.
Parece óbvio que o objetivo é não “ficar mal” com nenhuma agremiação aliada e inibir a possibilidade de alguma ruptura (de um partido, descontente, deixar a canoa governista, trocando-a por outra, de oposição).
O único com motivos para torcer o nariz é Idemar Barz (PTB). Mesmo sendo o atual vice-prefeito, viu-se constrangido a descer alguns degraus até o nível de postulante de novo. Talvez pessoalmente não se incomode. Mas o fato, desprestigiante para sua imagem pública, emite uma primeira mensagem definidora: o governo está disposto a abrir mão dele, embora não do PTB, tanto que o partido é o único com dois postulantes à vaga de vice (o outro, já citado, é Alexandre Garcia, que largou a direção do Sanep, com a expectativa de ser o escolhido para vice).
A presença de Garcia na seletiva é solar no sentido de que Barz está fora dos planos do próprio PTB. Game over para ele, parece.
Mais jovem, Garcia parece ser a aposta do PTB para o futuro, quem sabe a prefeito daqui quatro anos. O problema, pelo histórico, é que os tucanos não demonstram disposição de fortalecer pessoas de fora do núcleo mais afinado e próximo politicamente, quesito em que Henrique Pires, do PSL, leva vantagem sobre os demais (ele é do time original que desaguou no grupo tucano que governa a cidade, time que se formou em torno do ex-prefeito Bernardo de Souza). Pires é aliado ancestral de Paula Mascarenhas e Eduardo Leite. Certamente por isso, e não por acaso, de repente, após deixar o cargo de secretário de Cultura do governo Bolsonaro, ele ressurgiu no cenário político local, primeiro no cargo de assessor especial da prefeita Paula e, concomitante, no posto de presidente do PSL, com a impressão de movimento calculado pelo tucanato central em Porto Alegre, e um indicador forte de que é o nome preferido para ser vice de Paula. Pode até ser que no final não seja Pires o vice, mas o que carrega com ele (o maior tempo de propaganda e o maior fundo eleitoral) o qualifica com destaque sobre os demais, no mínimo faz os demais partidos duvidarem, mesmo contrariados, se vale a pena abandonar o apoio à chapa governista.
Com relação a Roger Ney, do PP, embora não impossível, parece difícil que consiga a indicação para vice, pelas mesmas razões que os tucanos supostamente rejeitariam Garcia – a preocupação de não fortalecer um partidário fora do grupo político original. Garcia, na hipótese de se tornar vice eleito com Paula, por marca de personalidade, teria um comportamento menos apagado do que Barz teve como vice-prefeito. O fato de Barz, em certo ponto do mandato, ter emulado a tucana, ando a calçar tênis All Star, o preferido dela, parece um sinal no rumo de aplacar aquela preocupação, dizer que, embora não próximo do núcleo tucano, é fiel a ele até os pés. Difícil imaginar gesto igual em Garcia. Já Ney é visto pelos tucanos como mais preocupante até que Garcia, porque é considerado uma pessoa de temperamento mercurial, capaz de tornar-se uma convivência difícil já durante um hipotético novo mandato de Paula. Apesar disso, Roger Ney teria alguma chance, talvez, se os tucanos entenderem como perigosos os ensaios atuais do PP por lançar candidato próprio a prefeito (Adolfo Antonio Fetter Jr., ex-prefeito). Nesse caso, escolheriam Ney para anular Fetter.
Fábio Tedesco, do PL, não é um quadro de grande destaque na política, apesar de envolvido com ela há muitos anos. Concorreu a prefeito da cidade, pouco mais de 2 mil votos em 2016. O PL tem algum peso no tempo de propaganda e no fundo partidário. Nada que o distingua, mas, soma para o bolo.
A presença de Antônio Brod na seletiva surpreende um pouco, mas não de todo. Afinal, é um gestor conhecido, moderador, com trânsito livre em todos os partidos. Talvez tenham pensado no ex-reitor do IFSul como hipótese de fazer frente a uma possível candidatura a prefeito de Pedro Hallal, atual reitor da UFPel. Com Brod de vice, Paula teria, igualmente, um reitor na chapa. Mas isso, embora soe razoável, não tenderia a ser decisivo, inclusive porque Hallal, aos quatro ventos, e em grupos privados de whatsapp, já declarou, em longos textos de tom emocional e verdadeiro, que em hipótese alguma concorrerá a prefeito, nem mesmo à reeleição de reitor, quer voltar à sala de aula.
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