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Brasil e mundo

O GRANDE ERRO DE MARX

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A pandemia faz a gente matutar sobre os efeitos das chamadas disrupturas. No final do post, tem dois links para essas estranhas ideias.

O grande erro de Marx foi acreditar que o crescimento constante da mais valia (o excedente de produção) geraria uma crise de demanda crônica que terminaria com o capitalismo.

Isso porque só os trabalhadores gastam tudo que ganham. Os capitalistas nem sempre encontram onde gastar o excedente.

Marx não previu as ideias de Keynes de que o governo tomaria esse excedente e gastaria. Nem que o governo pegaria o excedente e o transferiria aos trabalhadores (leis de salário minimo), aposentados, pensionistas, funcionários públicos.

Também não previu que a concorrência capitalista geraria o nível de inovação e novas tecnologias que acabassem por eliminar progressivamente a necessidade de mão de obra.

O proletariado não move mais a produção nem precisa ser explorado para que exista produção e mais valia (excedente).

O proletariado foi se tornando supérfluo, um exército que não serve pra nada.

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O capital acumulado e a produtividade das máquinas chegou a níveis inimagináveis para Marx. Ele era fruto de outro tempo.

Viveu na época da máquina a vapor. Dos teares mecânicos, o máximo de mecanização na época. Toda a produção era feita por mão de obra.

Ele não imaginou a inovação, o progresso tecnológico, a onipresença da máquina produzindo sem mão de obra.

Não precisa mais do Chaplin trabalhando no ritmo da máquina da linha de produção.

Marx não conheceu nem a linha de produção de Ford, no início do século 20.

O arroz, por exemplo.

Faz tempo que entra de um lado e sai ensacado de outro sem interferência do trabalhador. Ficam só dando manutenção e supervisionando.

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Por volta de 1995, li uma reportagem sobre uma fábrica de papel em Mogi Mirim.

A árvore era erguida por um guindaste dentro de uma trituradora.

A partir dali, por centenas de metros, seguia a linha de produção, sem ninguém tocar em nada. Só supervisores em salas envidraçadas observando em computadores o PH, a espessura, a temperatura etc. do papel sendo produzido em diferentes fases, em caldeiras que se sucediam.

Adiante, havia o acréscimo de substâncias químicas automaticamente.

Depois de umas três quadras de processos sucessivos, o papel saía pronto e era enrolado em bobinas gigantescas.

Ninguém tocava no papel desde que entrava como um tronco de arvore até sair como uma bobina gigantesca de papel.

1995…

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Na época falaram que a empresa, que era uma multinacional americana, tinha terras no Mato Grosso para construir uma fábrica que produziria o papel mais barato do mundo, mas que os americanos não deixavam porque obrigaria o fechamento de fábricas obsoletas nos EUA.

A fábrica foi construída anos atras, é super moderna.

Eldorado Celulose, em Três Lagoas, Mato Grosso.

Jornalista e escritor. Editor do Amigos de Pelotas. Ex Senado, MEC e Correio Braziliense. Foi editor-executivo da Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi). Atuou como consultor da Unesco e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Uma vez ganhador do Prêmio Esso de Jornalismo, é autor dos livros Onde tudo isso vai parar e O fator animal, publicados pela Editora Lumina, de Porto Alegre. Em São Paulo, foi editor free-lancer na Editora Abril.

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1 Comment

1 Comments

  1. josefrade

    17/06/20 at 18:46

    Bem, meu caro Rubens. O exemplo da tecnologia da fábrica de celulose não quer dizer que não há aí produção de mais-valia. As inovações tecnológicas são produto da criatividade do conhecimento, qualidades detidas por homens de carne e osso. A história está cheia de exemplos de inventores que foram roubados e morreram na miséria. O seu trabalho criativo foi-lhes espoliado. Foi-lhes expropriada essa mais-valia. Por outro lado, é falacioso dar a entender que apenas os operários manuais produzem. Nestes tempos de teletrabalho forçado, não são os produtores que aram a trabalhar nas suas casas que recebem as poupanças que as empresas fazem quando fecham instalações, deixando de pagar aluguer, limpeza, eletricidade, etc….

Brasil e mundo

CCJ do Senado aprova fim da reeleição para cargos do Executivo

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A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com a reeleição no Brasil para presidente, governadores e prefeitos foi aprovada, nesta quarta-feira (21), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. A PEC 12/2002 ainda aumenta os mandatos do Executivo, dos deputados e dos vereadores para cinco anos. Agora, o texto segue para análise do plenário do Senado.

A PEC previa o aumento do mandato dos senadores de oito para dez anos, mas a CCJ decidiu reduzir o tempo para cinco anos, igual período dos demais cargos. A proposta ainda unifica as eleições no Brasil para que todos os cargos sejam disputados de uma única vez, a partir de 2034, acabando com eleições a cada dois anos, como ocorre hoje.

A proposta prevê um período de transição para o fim da reeleição. Em 2026, as regras continuam as mesmas de hoje. Em 2028, os prefeitos candidatos poderão se reeleger pela última vez e os vencedores terão mandato estendido de seis anos. Isso para que todos os cargos coincidam na eleição de 2034.

Em 2030, será a última eleição com possibilidade de reeleição para os governadores eleitos em 2026. Em 2034, não será mais permitida qualquer reeleição e os mandatos arão a ser de cinco anos.  

Após críticas, o relator Marcelo Castro (MDB-PI) acatou a mudança sugerida para reduzir o mandato dos senadores.

“A única coisa que mudou no meu relatório foi em relação ao mandato de senadores que estava com dez anos. Eu estava seguindo um padrão internacional, já que o mandato de senador sempre é mais extenso do que o mandato de deputado. Mas senti que a CCJ estava formando maioria para mandatos de cinco anos, então me rendi a isso”, explicou o parlamentar.

Com isso, os senadores eleitos em 2030 terão mandato de nove anos para que, a partir de 2039, todos sejam eleitos para mandatos de cinco anos. A mudança também obriga os eleitores a elegerem os três senadores por estado de uma única vez. Atualmente, se elegem dois senadores em uma eleição e um senador no pleito seguinte.

Os parlamentares argumentaram que a reeleição não tem feito bem ao Brasil, assim como votações a cada dois anos. Nenhum senador se manifestou contra o fim da reeleição.

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O relator Marcelo Castro argumentou que o prefeito, governador ou presidente no cargo tem mais condições de concorrer, o que desequilibraria a disputa.

A possibilidade de reeleição foi incluída no país no primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso, em 1997, mudança que permitiu a reeleição do político em 1998.

“Foi um malefício à istração pública do Brasil a introdução da reeleição, completamente contrária a toda a nossa tradição republicana. Acho que está mais do que na hora de colocarmos fim a esse mal”, argumentou Castro.

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Um homem coerente

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Eis um homem que irei pela absoluta coerência entre o que pensava e o modo como viveu. Um homem de esquerda que me fazia parar para ouvi-lo, porque o que dizia tinha solidez e fazia pensar.

Não precisava concordar com ele para irá-lo. E sim: um homem de esquerda que nunca roubou. Foi uma pessoa rara. Eu diria, única.

Vivia num sítio, dele de fato, com o essencial. Na companhia da mulher e de cachorros. Só tinha um defeito: andava em má companhia internacional. Talvez por um motivo humano. Para se sentir menos sozinho do que era. Menos prisioneiro de suas convicções.

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