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Prefeita Paula me pareceu segura no pronunciamento em live de há pouco, sobre o coronavírus e as medidas que vem tomando.
Espremida entre a posição científica, que detecta a evolução do contágio, e o segmento produtivo, que fez pressão legítima pelo retorno das atividades, ficou evidente, para mim, que tem decidido com equilíbrio, balanceando as variáveis sem descuidar do essencial, a vida.
Paula disse que o estudo da UFPel pressupõe que Pelotas tenha hoje entre 100 e 520 pessoas contaminadas. Isso não quer dizer que todas adoecerão ou que exigirão internação em leitos de enfermaria e UTI.
Pelotas tem hoje quatro pessoas internadas, número pequeno perto da quantidade de leitos (com respiradores) em enfermaria e UTI que ela diz ter disponíveis no momento, 58 e 31, respectivamente. Ou seja, trabalha com “folga”, margem de manobra.
Paula foi muito criticada quando anunciou a reabertura de grande parte do comércio não essencial, no dia 23 de abril. Compreensíveis as reações, pelo temor de uma doença mortal causada por um vírus de alta transmissibilidade. Ainda não sabemos o suficiente sobre o vírus.
Na ocasião, porém, ressalvou: poderia voltar atrás nas medidas, caso a situação ameaçasse sair do controle. Hoje alertou de novo, daí ter insistido que a população continue se cuidando.
Uma semana depois, por causa dos números, se pode dizer que ela acertou ao reabrir o comércio fazendo mais rigorosas as medidas de proteção, como a obrigatoriedade do uso de máscaras aos clientes que frequentam o comércio, assim como aos funcionários dos estabelecimentos.
A combinação de abertura e maior rigor nos cuidados, mais o reforço da vigilância e fiscalização, mesmo sem campanha na mídia, garantiu um nível de segurança responsável na flexibilização. A população, com medo, captou.
Hoje ela anunciou nova medida protetiva, que, como as outras, sendo respeitada, contribuirá mais para manter a curva do contágio achatada. A obrigatoriedade do uso de máscara para quem utilizar ônibus. Comerciários, pessoas que mais aram a circular, usam muito ônibus.
Os fatos têm mostrado que a prefeita vem adotando medidas no tempo correto, sem margem ao azar.
Apesar de uma falha na transmissão da live, que atrasou em alguns minutos, e deve ter provocado alguma ansiedade, talvez tenha servido para afiar os sentidos.
Paula começou na hora errada. Mas se retirou na hora certa, depois de dizer o essencial, como quem sai após falar algo a quem duvidou dela.
Foi muito bem.
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Rubens Spanier Amador, editor| Facebook do autor
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