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Opinião

Áudio mostra tratativas sobre data para reabrir comércio

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Um áudio publicado no Jornal do Laranjal, e que circula nas redes, mostra o presidente do Sindilojas, Renzo Antonioli, informando a colegas lojistas sobre um entendimento entre ele, como representante dos lojistas, e a prefeita Paula Mascarenhas, a respeito do retorno das atividades comerciais na cidade, em meio à pandemia de coronavírus.

O áudio foi confirmado por Renzo, agora. Procuramos por ele, que falou: “Essa mensagem foi VAZADA sem meu consentimento e de forma a PREJUDICAR a possível abertura do comércio, mesmo com todas as normas de segurança (inclusive foi sugerido por mim que o comércio forneça máscaras para todos os clientes que porventura não as tiverem, sem falar nos funcionários!!!!).

Veja abaixo o áudio que vazou. E, depois, a manifestação completa de Renzo sobre o vazamento.

Abaixo, o essencial do áudio:

“Estivemos reunidos com a prefeita, ela demonstrou muita preocupação com o tema, em parte com razão, alegando que a cidade tem poucos leitos de UTI, embora haja mais leitos de enfermaria.

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A prefeita propôs que voltássemos a trabalhar dia 4 de maio. Prontamente eu discordei. Falei: ‘Se é para voltar nesse dia, a senhora nem abra mais o comércio. Porque, se hoje temos quatro pessoas hospitalizadas, em 4 de maio serão 10 pessoas (hospitalizadas); então, não se abra mais’.

Ela disse: ‘Quem sabe a gente abre dia 27 de abril’.

Na reunião, estava Bazanella (secretário de Desenvolvimento Econômico) e mais dois colegas da Aliança Pelotas (entidade empresarial)… aí nós propusemos abrir o comércio na segunda-feira (dia 20).

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Ela falou que, como terça é feriado, ‘quem sabe abríssemos na quinta-feira (23), porque aí teria um dia após o feriado para explicar a decisão’.

Diante de uma solicitação inicial dela de abrir dia 4 de maio, nós concordamos em voltar no dia 23.

Está assegurado, acordado, que dia 23 voltamos a abrir comércio, com regras de seis horas, ou de 9h às 16 ou de 10h às 17h, com quadro reduzido de funcionários, poucos clientes, como garantia de segurança. Regras de acordo com a Fecomércio. Podem começar a se preparar. Outros setores não abrirão, nós vamos.

A intenção dela era não abrir o comércio, por causa dos poucos leitos. Pode não ser o que desejávamos, abrir mais cedo, como algumas cidades na volta estão fazendo. Assim, entendemos que foi o caminho melhor (abrir dia 23). Alguma coisa tínhamos de dar para conseguir resultado na negociação. Fiquei estimulado porque ela falou na data.

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Foi o melhor caminho, até porque há um lado do Comitê de Crise, outros tipos de profissionais, que são contra a abertura do comércio. Então, nós tínhamos que dar algo para ter resultado na negociação.

A não ser que aconteça algo grave, dia 23 abre o comércio”.

***

O Amigos de Pelotas consultou Renzo, para confirmar o áudio.

O presidente do Sindilojas se manifestou:

Essa mensagem foi gravada no grupo dos lojistas do Sindilojas, onde o informações para que todos tenham conhecimento do que está acontecendo! Muitos estão isolados, sem saber o que fazer, se voltarão e quando!!!

É uma comunicação construtiva e que tem o objetivo de levar algum alívio, se é que é possível nesse momento.

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A intenção é tentar evitar mais demissões (até sexta, eram 943 demissões), e ar informações sobre como proceder!!

Essa mensagem foi VAZADA sem meu consentimento e de forma a PREJUDICAR a possível abertura do comércio, mesmo com todas as normas de segurança (inclusive foi sugerido por mim que o comércio forneça máscaras para todos os clientes que porventura não as tiverem, sem falar nos funcionários!!!!). Funcionários em idade de risco, mães de filhos pequenos, e com problemas de saúde estarão impedidos de trabalhar!!!  O comércio será aberto por 6 horas diárias, com 40% dos funcionários e com todo rigor de ocupação dentro dos estabelecimentos!!

Foi vazada talvez para polemizar!! Pois não somos a única cidade do estado com permissão de trabalhar.

Quanto aos dados da pesquisa sobre o vírus, que está e estará fechada até dia 23/04, tem apoio do comércio!!!! Nossa regras são as mais severas impostas no comércio para proteção da contaminação!!!

Até quarta já tínhamos informações de que 89 empresas já fecharam, algumas ainda em processo de indenização dos funcionários, outras sem essa condição!!

Sabemos que abriremos para fechar mais adiante, porém precisamos de qualquer dia trabalhado para armos talvez mais um mês fechado.

Meu trabalho, há 40 anos, sempre foi em prol de Pelotas. Poderia ficar só cuidando e ganhando dinheiro do meu negócio, mas alguma coisa sempre falou mais alto, que precisava me doar pelos comerciantes e comerciários, para termos uma cidade mais pujante.

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Brasil e mundo

A liberdade sagrada das redes

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Noutro dia escrevi um texto sobre a cisão no vínculo entre as pessoas e o meio em que vivem, responsabilizando parcialmente as novas tecnologias de comunicação. Disse: “Se por um lado as tecnologias deram voz à sociedade, por outro, nos têm distraído da concretude do mundo, de interação mais hostil, levando-nos a viver em mundos paralelos”. E: “No mundo moderno, não habitamos mais exatamente nas cidades, mas sim no mundo virtual, um refúgio, retroalimentado pelo algoritmo, onde não há frustrações, mas sim gratificações instantâneas”. Bem, esse é um lado da questão. E não é novo.

Desde Freud se sabe que, diante do trauma, a criança dissocia-se para á-lo, refugiando-se na neurose, uma estratégia de defesa. Pois, assim como a criança abalada pelo trauma, as pessoas, diante das escalabrosidades do mundo concreto, fazem igual: elas podem se retirar para o mundo virtual, guardando, daquele, uma distância.

O outro lado da questão, o reverso da moeda, é que, sem as novas tecnologias de comunicação, a voz traumatizada da sociedade permaneceria atravessada na garganta, sem chance de extravasar-se.

A possibilidade de expressão liberou uma carga de justos ressentimentos contra os limites da política, as injustiças, o teatro social. De súbito, tivemos uma ideia do tamanho da insatisfação com os sistemas de vida, ando publicamente a protestar, em alguns casos chegando à revolução, como ocorreu na Primavera Árabe, onde as redes sociais cumpriram um papel fundamental.

Pois não é por outra razão que os donos do antigo mundo estão incomodados e querem controlar a liberdade de expressão, especialmente a velha imprensa, os monopólios empresariais, os sistemas políticos totalitários. Enfim, todos aqueles para quem a internet e as redes sociais ameaçam seu poder, ao por de pernas pro ar as certezas convenientes sobre as quais se assentaram.

Fato. As inovações desarranjam os mercados e os modos de vida. Toda inovação faz isso. É o preço do progresso. Mas, assim como é impossível voltar ao tempo do telégrafo (imagine o desespero nas Bolsas de Valores), é impensável retroagir ao mundo exclusivo da prensa de Gutenberg. Porque as descobertas, afinal, permitem avançar nos arranjos produtivos: propiciam economia de tempo, dinheiro e, no caso da comunicação, ampliam a liberdade, seu bem mais precioso. Pode-se dizer que não estávamos preparados para tanta liberdade súbita, e que venhamos, neste momento, usando-a “mal”. Contudo, parece razoável dizer que, à medida que o tempo e, estaremos mais e mais preparados para lidar com a liberdade e seus efeitos.

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Com todos os defeitos que a vida tem, é preferível mil vezes, ao controle da palavra, a liberdade de dizê-la. Quem pode afirmar (ou julgar) o que é verdadeiro e o que é falso, senão as pessoas mesmas, em última análise, de acordo com suas percepções e as pedras em seus sapatos? Pois hoje, depois de provarmos a liberdade trazida pelas novas tecnologias, mais do que nunca sabemos que a imprensa, em sua mediação da realidade, é falha, e como o é!

É interessante (e triste) ver como, após a criação da internet e das redes, grande parte da imprensa, ao perder o monopólio da verdade, se vêm tornando excessivamente opinativa e crítica das novas tecnologias. Deveria, sim, era aprimorar-se no trabalho para prestá-lo melhor. Acontece que — eis o ponto — como a velha imprensa não é livre de fato, como depende do financiador, muitas vezes de governos, ela vê nas novas tecnologias de ampla liberdade uma ameaça à velha cadeia de produção acostumada a filtrar o que valia ser dito, e o que não valia, em seu óbvio interesse, hoje nu, como o rei da história.

Além de tudo, há essa coisa interessante: a percepção. Para alguns pensadores do novo mundo, o que chamamos de realidade é uma simulação, no que concordo. Segundo eles, cada um de nós só tem o às coisas através dos sentidos (olfato, visão, tato, audição, paladar). Porém, como cores, cheiros, paladares etc. não existem no mundo concreto (são imateriais), sendo portanto simulações percebidas pelos sentidos (pessoas veem cores em diferentes matizes, quando não divergentes, como os daltônicos), aqueles pensadores sustentam que o mundo como o percebemos seria resultado exclusivo dos nossos sentidos. Assim, a única coisa real seria a razão. É o que diz Descartes, para quem a razão é a única prova da existência. “Penso, logo existo”.

Como amos o mundo virtual pelos mesmos sentidos com que amos o mundo concreto, estando entrelaçados, não haveria diferença entre eles. Logo, não deveríamos condenar o mundo virtual, mas sim o explorarmos melhor. Eu acredito que é assim.

Uma vez provadas as inovações, não é possível retroagir. Podemos, isso sim, é refinar, em decorrência delas, o nosso comportamento.

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Brasil e mundo

Vivendo em mundos paralelos

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Algo mudou na relação entre o jornalismo e os pelotenses. Até por volta de 2015, havia um marcado interesse nos assuntos da cidade. Um mero buraco, e nem precisava ser o negro, despertava vívida atenção. Agora já ninguém dá a mínima. Nem mesmo se o buraco for um rombo fruto de corrupção numa área de vida e morte, como a de saúde. O valor da notícia sofreu uma erosão nas percepções. Não é uma situação local, mas, arrisco dizer, do mundo.

Vem ocorrendo uma cisão no vínculo entre as pessoas e o meio em que vivem. Um corte entre elas e a vida social. O espaço, que no ado era público, já hoje parece ser de ninguém.

A responsabilidade parcial disso parece, curiosamente, ser das novas tecnologias de comunicação. Se por um lado elas deram voz à sociedade como um todo, por outro, ao igualmente darem amplo o ao mundo virtual, elas nos têm distraído da concretude do mundo, de interação sempre mais hostil — distraído, enfim, da realidade mesma, propiciando que vivamos em mundos paralelos.

Outra razão é que, no essencial, nada muda em nossa realidade. Isso ficou mais evidente porque as redes sociais deram vazão, sem os filtros editoriais da imprensa, a um volume de problemas reais maior do que o que era noticiado. Se antes já havia demora nas soluções, essa percepção foi multiplicada pelo crescente número de denúncias feitas nas redes pelos próprios cidadãos. Os problemas que dizem respeito à coletividade se avolumam sem solução a contento, desconsolando e fatigando a vida.

Como a dinâmica da cidade (e da realidade) não responde como deveria, eis o ponto, estamos buscando reparações no ambiente virtual, sensitivamente mais recompensador, além de disponível na palma da mão.

No mundo moderno, não habitamos mais exatamente nas cidades. Estamos habitando no mundo virtual, onde não há frustrações, mas sim gratificação instantânea. Andamos absortos demais em nossa vida. Abduzidos por temas de exclusivo interesse pessoal, retroalimentados minuto a minuto pelo algoritmo.

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Antes vivíamos num mundo de trocas diretas entre as pessoas. Hoje habitamos numa nuvem, no cyber-espaço. Andamos parecendo cada dia mais com Thomas Anderson, protagonista do filme Matrix. Conectado por cabos a um imenso sistema de computadores do futuro, ele vive literalmente em uma realidade paralela. Isso dá

Para complicar tudo, há pensadores para quem a realidade é uma simulação.

Segundo eles, cada um de nós só tem o às coisas através dos sentidos (olfato, visão, tato, audição, paladar). Porém, como cores, cheiros etc. não existem no mundo concreto, mas são simulações percebidas pelo nosso corpo (pessoas veem as cores em diferentes tons, quando não em diferentes, como os daltônicos), aqueles pensadores sustentam que o mundo como o percebemos seria resultado dos nossos sentidos.

Assim, a única coisa real seria a razão, quer dizer, o modo como processamos aquelas percepções dos sentidos. É o que diz Descartes, para quem a razão é a única prova da existência. Como amos o mundo virtual pelos mesmos sentidos que amos o concreto, não haveria diferença entre eles.

Segundo aqueles pensadores, como o mundo virtual está entrelaçado com o mundo concreto, não deveríamos condenar o mundo virtual, mas sim o explorarmos melhor.

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