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Conforme a fase 1 de um estudo coordenado pela UFPel, sobre a incidência do coronavírus no estado, o momento não é ideal para relaxar as medidas de isolamento. Concluiu, por ora, o estudo:
“As principais conclusões dessa primeira fase são: (1) a pesquisa começou na hora certa, quando a pandemia está em estágios muito iniciais no Estado, de forma que esse primeiro resultado servirá de linha de base para comparações futuras; (2) a tendência é que os números aumentem nas próximas fases, mas a velocidade desse aumento depende das medidas de distanciamento social a serem implementadas. Com base nas melhores evidências científicas disponíveis, é recomendado que as medidas de distanciamento social vigentes no Estado devem ser mantidas“.
Essas conclusões, apresentadas ao governador Eduardo Leite, não serviram para que ele mantivesse inflexível o decreto. Pró-forma, manteve. Na prática, não manteve, já que transferiu à maioria dos prefeitos a decisão de abrir o comércio ou não, abrindo margem para o relaxamento. O lógico seria o governador ter concluído que as medidas de isolamento estão tendo sucesso no estado e, assim, mantido o decreto. Em vez disso, ou o bastão aos prefeitos, que poderão acelerar a pandemia, caso decidam, todos ou grande parte, relaxar as medidas de isolamento ao ponto do descontrole.
Com base nas melhores evidências científicas disponíveis, é recomendado que as medidas de distanciamento social vigentes no Estado devem ser mantidas”
Sem querer mostrar, o estudo mostra que o governador e a prefeita Paula enfrentam um problema temporal. Decretaram isolamento social e fechamento do comércio não essencial ainda numa fase inicial da epidemia. Isso foi bom por um lado, já que o distanciamento social ajudou a segurar a evolução do contágio, ajudando também a manter o sistema de saúde desafogado, enquanto procuram fortalecê-lo. Por outro lado, como a pandemia está na fase inicial (ainda não começou a subir com força no estado e em Pelotas), o fechamento do comércio, decidido numa fase ainda inicial da pandemia, projeta muito tempo de portas fechadas, penalizando comerciantes por “um período extenso demais”.
Os decretos de isolamento, decretados cedo, prenderam os gestores numa sinuca. Relaxar as medidas agora não faz sentido lógico, já que elas vêm sendo úteis. O problema é o custo econômico de um longo período de estabelecimentos com portas cerradas. Pressionado pelo fator econômico, Leite cedeu sem ceder, ando a decisão à maioria dos prefeitos, que agora estão com uma batata quente nas mãos.
A palavra está com Paula, que amanhã, às 10h, anunciará sua decisão.
O que será que Paula está pensando?
Paula anunciará nesta 5ª se vai abrir ou não comércio
Covid-19: Estudo coordenado pela UFPel não deve ser interpretado como incentivo ao fim do isolamento