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Eduardo Leite tem reagido ao coronavírus com inconstância. Começou adotando medidas brandas de isolamento social. Depois, cutucado pelo Ministério Público, baixou um decreto lacrando todo o comércio, menos o essencial. Depois, relaxou as medidas um pouco, tornando a permitir a abertura de restaurantes, lanchonetes, salões de beleza e lojas de chocolate, inicialmente fechados.
Há alguns dias o governador vinha sentindo a pressão de lideranças empresariais do estado, incomodadas com o decreto e preocupadas com a situação da economia gaúcha. O áudio da presidente da Federasul, Simone Leite, talvez resuma o sentimento que tomou conta do setor produtivo.
Na sequência de algumas dessas manifestações, duras inclusive, como a de Simone, o governador encontrou a solução final: ou para a maioria dos prefeitos gaúchos a decisão sobre abrir o comércio ou não, conforme cada prefeito achar correto, desde que sigam os termos genéricos de segurança sanitária do decreto. Leite manteve controle decisório, sob decreto, apenas sobre as regiões metropolitanas da capital e da serra gaúcha, 48 dos 407 municípios gaúchos, que concentram focos mais intensos de contaminados por covid-19.
A prefeita Paula não tem sofrido pressão das entidades empresariais, que, ao menos em público, não protestam contra o isolamento social e o fechamento do comércio. Paula diz que vai respeitar a ciência, mas que só vai decidir o que fazer depois de discutir a questão com o comitê de crise, que reuniu, além de membros do governo, gente da academia, profissionais de saúde e líderes empresariais, no fim da tarde, começo da noite, de hoje.
Deve ir dormir com a decisão tomada, a ser anunciada às 10h desta quinta-feira, pela internet. Outro dia, a prefeita fez um pronunciamento muito forte a favor do isolamento social, ao justificar a manutenção da medida. Ela diz que sempre vai se basear na ciência. Resta saber, amanhã de manhã, como ela está interpretando, agora, as evidências científicas.
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