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Pensando com empatia na situação da prefeita ante a ameaça da pandemia.
Deve ser complicado agir diferente do que Paula tem agido.
Uma morte que ocorresse sem a quarentena seria debitada na conta dela.
Por isso, provavelmente, ela tem sido rigorosa na quarentena. Quem teria coragem de agir diferente?
O custo da quarentena tem de superar o custo esperado das mortes por uma transmissão comunitária, quando ocorre entre nativos da cidade, sem que tenham viajado.
No momento, o custo da quarentena é invisível. Ainda não se materializou em fome, miséria, mortes, saques. Talvez não se materialize.
O custo esperado das mortes por transmissão comunitária certamente assombra a Paula.
Bolsonaro está longe desse custo. As mortes não ocorrem no Palácio. Ocorrem nos hospitais dos municípios e do estado.
Mortes não serão debitadas na conta do presidente.
O que tem a ver Bolsonaro com uma morte no RS ou em Manaus?
Mesmo o governador é assombrado.
Eduardo Leite tentou ar a responsabilidade para os prefeitos, mas voltou atrás.
Voltou atrás por pressão dos prefeitos, que devem ter sentido que ele estava largando a responsabilidade para eles.
Neste momento, o custo da quarentena parece zero.
Quando o custo aparente da quarentena começar a subir, Paula e Leite podem rever suas decisões.
Mais letal é o vírus da ideologia cega. Por Mateus Bandeira