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Marco Marchand, empresário e professor |
Devemos nos esforçar para enxergar os problemas de forma antecipatória, por isso dirijo-me a você no sentido de compartilhar a minha preocupação com o momento grave que estamos atravessando, cujas consequências apontam para o esgarçamento das estruturas sociais, impondo aos governos ações imediatas no sentido de atenuar as aflições pessoais e econômicas que atingem (em graus diferentes) toda a população.
Lembremos que o Brasil é uma nação muito desigual, o que impõe sofrimentos diferentes ao seu povo, crescendo a importância de iniciativas públicas que visem garantir o mínimo de segurança e dignidade às pessoas em estado de maior vulnerabilidade.
Entretanto, a população mais vulnerável, que no caso brasileiro alcança quase a metade de seu contingente, carece de garantia financeira mínima, ou complementar (imediatas) dos governos, para que possa se adequar e subsistir com a dignidade que tem direito.
Os movimentos entre o Congresso Nacional e Governo Federal precisam dar mais celeridade, diante da necessidade urgente da população, que não enxerga saída de sobrevivência senão por conta da solidariedade advinda da transferência de renda. Simples assim, não há outra saída no curto prazo.
Então por compreender que a política é instrumento indispensável e sério aos destinos da nação (esta realidade fica mais visível em tempos de calamidades como a que estamos atravessando), dirijo-me à população em geral e à classe política em particular, ponderando a necessidade de adiamento do certame das eleições municipais de outubro próximo, pois eleições agora poderão vir a beneficiar quem está no poder, que (em tese) poderá capitalizar ao seu favor a comoção do momento.
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Não haverá eleições reais e democráticas sem debate, sem ruas (corpo a corpo), sem embate popular e sem amadurecimento de ideias. Já estamos ingressando no mês de abril, e, por razões óbvias, foram proscritas as agendas/pautas políticas que já estavam em andamento a pleno.
Penso que deveríamos encaminhar ao Congresso Nacional proposta de ampliação dos atuais mandatos, e respectivo adiamento das eleições de outubro para algo ao redor de um semestre à frente.
O nosso calendário Gregoriano está sendo empurrado, inevitavelmente, para frente, não por nossas escolhas pessoais, mas por imposição da dura realidade.
A política é essencial aos destinos de um município, de um estado, enfim da nação, de seu povo. Então, entendo que é nosso dever alertar para o perigo da realização de eleições de faz de conta, sob pena de legitimarmos um processo sem nenhum valor, haja vista que não haverá tempo hábil para lidar com os grandes temas, considerando-se que, naturalmente, todas as energias estão sendo voltadas para o combate à pandemia.
A nossa responsabilidade e respeito pela política consequente indicam que não devemos legitimar processos apressados, que deixem de alcançar aos maiores interessados o conhecimento e compreensão do novo pacto, que significa uma eleição para um governo de quatro anos.
Este é o pensamento que me invade agora em meio a inescapável preocupação com a saúde e subsistência de todos, mas também antevendo o compromisso com uma campanha politica de qualidade e educadora (que crie valor) e que dela sai das urnas a legitimação das melhores propostas (bem compreendidas) pela população.
Nossa vida continua com várias pautas e desafios, precisamos nos superar para atravessar e descolar da pandemia, para que voltemos ao normal, condições necessárias para o grande momento cívico que representa o debate de idéias inerentes a um processo eleitoral sério e consequente (respeitoso e sem radicalidades), que irá decidir parte de nossas vidas nos próximos anos.
Seguirei construindo a boa política com o dom do diálogo, respeitando todos os pensamentos, buscando sempre a deliberação técnica junto a experiência.