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Atualizado às 11h17 de 26/02
Chegam a ser engraçados alguns pré-candidatos a vereador. Acompanho pelas redes, com olhar curioso.
Alguns (por ora sem partido) se declaram de centro-esquerda, acentuam este aspecto em suas pré-campanhas, mas ao mesmo tempo postam fotos de si mesmos conversando com lideranças de partidos de direita, dando a entender que são cortejados por todos os lados.
Há outros, até ontem lideranças radicais do MBL, que agora pretendem concorrer ao legislativo pelo PSDB, partido de centro-esquerda.
Para disfarçar a própria inconsistência, usam argumentos destinados a iludir o eleitor, que só podem considerar parvos. Argumentos de uma elasticidade intelectual que faz lembrar os contorcionistas.
A impressão que fica é de “insegurança” do postulante. E de “cálculo”. Em contradição com seus princípios ideológicos (se é que os possuem), ficam calculando como podem se dar melhor para vencer a eleição, com isso desfigurando-se.
Primeira coisa para ser um político sério é ter uma identidade predominante e não ceder à pressão da comunidade, porque, ao buscar ser aceito amplamente, a por uma metamorfose que consiste em querer agradar a todos, dizendo o que imagina que todos querem ouvir. Quando chega neste ponto, perdeu-se.
O que mais nauseia na política é justamente isso.
Além do mais, esse caminho é um equívoco prático, uma vez que vereador não se elege agradando a todos, mas a um nicho.
Pode mudar de ideia? Pode, claro. Mas a mudança precisa fazer sentido, seguir uma narrativa plausível, sob pena de o postulante se estrepar.
Pré-candidatos a vereador. ‘Era uma vez na Câmara’