Connect with us

Pelotas e RS

A safra de um enólogo como ela é

Publicado

on

Do vinhedo à cantina, do varejo ao marketing, da degustação à área comercial, 23 enólogos atuam em diversas frentes no time da Miolo, que acumula a experiência de 30 safras

A uva está madura, pronta para ser colhida. Nasce mais uma safra na história de um enólogo. São meses de muita intensidade, seja no vinhedo, seja na cantina. A atividade do enólogo vai muito além do status de degustações em taças de cristal. A profissão evoluiu, assim como os melhores vinhos, e hoje está presente não apenas no processo de elaboração, mas também no turismo, no marketing, no mercado. Entretanto, é durante a vindima que o enólogo vive sua fase mais visceral com o universo do vinho. Na Vinícola Miolo, 23 enólogos formam uma seleção liderada pelo enólogo chefe Adriano Miolo.

Mesmo à frente da gestão da empresa, Adriano Miolo mantém uma rotina disciplinar quando o assunto é vinho. Metade de sua jornada de trabalho é dedicada à cantina, onde acompanha de perto cada etapa. E o período da safra é sempre uma grande maratona, pois ele faz questão de acompanhar tudo de muito perto em cada uma das quatro unidades. “Sem matéria prima de qualidade não se faz um grande vinho. É necessário observar cada etapa do cultivo da videira. Este é nosso grande desafio. Precisamos identificar o momento exato da colheita, acompanhar a evolução da vinha, antever possíveis problemas e compreender a natureza, pois todo vinho nasce no vinhedo”, garante.

O tempo da uva é que dita a jornada de cada enólogo, embriagado pela paixão de transformar a uva em vinho. Esta idolatria é que norteia o enólogo português Miguel Ângelo Vicente Almeida, que há 15 safras se apaixonou pelo Brasil e hoje é um dos maiores defensores do vinho nacional.

Na Vinícola Seival, em Candiota, na Campanha Meridional do Rio Grande do Sul, o enólogo, também winemaker, chega a ficar 48h sem dormir durante a safra num trabalho que abraça 200 hectares de vinhedos. “Não é sacrifício ou desgosto, é sim afeto violento pelo vinho. Vivo na Adega do Seival de 3 de janeiro até o último litro de vinho ser carregado para a nossa casa mãe no Vale dos Vinhedos. São 100 dias, mais ou menos, de solidão e embrutecimento, de purificação”, conta. Para Almeida, o trabalho é a sua sombra e a dedicação e abandono a sua marca.

Não muito longe dali, na Vinícola Almadén, Campanha Central Gaúcha, o enólogo Daniel Alonso Martins, coordena o trabalho na unidade da Miolo em Santana do Livramento, que envolve 450 hectares de vinhedos. Chega a cumprir, de segunda a segunda, 16h por dia em período de safra. Há 13 anos na Miolo, acumula experiências na Matriz e no Seival. Seu dia começa organizando as tarefas, que são readas para toda a equipe do recebimento das uvas e da cantina. Também acumula a função de coordenar o grupo do laboratório, onde são analisadas amostras quase que diariamente.

“Este ano contei com a ajuda de duas enólogas que assumiram a parte burocrática com a coleta e degustação de amostras. Assim, pude me dedicar com maior liberdade à cantina, colocando, literalmente, a mão na ‘uva’, estando mais presente nos processos de vinificação”, relata Martins. O enólogo complementa dizendo que durante uma safra acontece de tudo.

“Cuido do recebimento das uvas, ajudo nas trasfegas de vinhos, vejo temperaturas dos tanques, degustações, faço análises, opero a prensa pneumática. Até empilhadeira já operei para descarregar insumos. Enfim, ser enólogo é viver intensamente cada etapa na elaboração de um vinho”, ressalta.

Publicidade

No Vale dos Vinhedos, onde fica a matriz da Miolo, está Gilberto Simonaggio e Matias Piovezani Zampiva. Simonaggio acumula a experiência de mais de 20 safras. Segundo ele, a colheita é o período crucial para um vinho. “É na safra que geramos os vinhos. Trabalhamos full time com uma carga horária que depende do fluxo de entrada da uva. Temos hora para chegar, mas não para sair.

O telefone não tem hora para tocar. Pode ser até de madrugada. Trabalhamos no limite, mas depois vem o reconhecimento com a qualidade compartilhada na taça e isso é gratificante”, revela. Simonaggio aponta que a safra é também um momento curioso, pois para pessoas de outras regiões e setores se caracteriza por viver uma época calma, de férias, praia e pouco trabalho, ao contrário do enólogo, que vive sua fase mais turbulenta no processo de elaboração.

A dupla jornada do Nordeste

Do outro lado do país, em Casanova, Bahia, a rotina da Miolo é outra. Lá, na Vinícola Terranova, a enóloga Eloiza Teixeira, têm o Velho Chico para driblar o calor do sertão nordestino. São duas safras por ano, controladas por um sistema de gotejamento que irriga os 200 hectares de vinhedos de ponta a ponta. Quando termina a colheita da uva no Sul do Brasil é hora de se preparar para a safra no nordeste.

“Aqui o que impressiona é o incessante calor. Cabras e burros na estrada, caatinga e muita seca formam um cenário desafiador. Mas sim, é possível cultivar uva e fazer vinho, graças ao Rio São Francisco que traz vida ao lugar”, garante Eloiza.

Tiago Bergonzi, que retornou ano ado para a Serra Gaúcha, viveu a experiência de uma safra no nordeste. Segundo ele, ser enólogo é ser versátil.

“Não há como prever exatamente o que vai acontecer. Dependemos do clima, dos equipamentos e das pessoas. São muitas variáveis para istrar diariamente. E no Vale do São Francisco o grande desafio é a distância do polo vitivinícola brasileiro, que é o Rio Grande do Sul. Precisamos nos programar muito para ter os insumos no tempo certo e fazer acontecer”, explica. “O clima nordestino é totalmente atípico e foge a tradicional escola de enologia brasileira. Lá é preciso brigar contra o tempo, já que num piscar de olhos a uva pode sobrematurar. É muito diferente do Sul. Não há receitas. Há que se ter feeling apurado e jogo de cintura”, assegura o enólogo, que brinda a experiência que lhe proporcionou conhecer sua futura esposa. “O vinho me fez chegar até aqui e me deu de presente um amor”.

Já Eloiza frisa que essa ideia que as pessoas têm de que um enólogo só degusta é puro engano. “Ser enólogo é cuidar do que acontece muito antes da uva ser vinho. É organizar as atividades e basicamente ouvir as leveduras trabalhando, ‘gritando’ por nutrição. Só o fato de andar por entre os tanques na cantina durante as fermentações fica mais fácil reconhecer os bons e os maus aromas. No final, tudo recompensa. A gente faz da cantina nosso segundo lar. Afinal, amos mais tempo aqui do que na nossa própria casa”, salienta Eloiza.

A Miolo é a única vinícola brasileira com vinhedos e unidades de produção em quatro diferentes regiões. Nesta megaoperação, nove enólogos atuam mais diretamente na colheita da uva e na elaboração dos vinhos. Os demais integram setores como o varejo, marketing e área comercial.

Publicidade

SELEÇÃO DE ENÓLOGOS DA MIOLO

Enólogo chefe – Adriano Miolo

Vinícola Miolo – Vale dos Vinhedos (Bento Gonçalves – RS)

  • Enólogo chefe – Adriano Miolo
  • Varejo: Cristian Corbelini e Jean Ortiz Alves
  • Cantina: Gilberto Simonaggio e Matias Piovezani Zampiva
  • Engarrafamento: Miguel Almeida e Tiago Bergonzi
  • Marketing: Álvaro Zavarise Domingues, Daniel de Siqueira Ferreira e Rodinaldo Severo Goularte
  • Comercial: Fábio Miolo, Tiago Barbieri Beloli e William Omar Rodriguez Iafelice
  • Controle de Qualidade: Leticia Fensterseifer

Vinícola Terranova – Vale do São Francisco (Casanova – BA)

  • Cantina: Eloiza Teixeira
  • Varejo: Devani Manoel dos Santos, Ernani Vitor Lima Pereli, Nadine Raissa Ferreira Gomes, Rafhael Loura Ribeiro e Tiago Vinicius da Silva
  • Laboratório: Yngrid Mendes Almeida
  • Segurança: Carlos Anailton Gomes da Silva

Vinícola Almadén – Campanha Central (Santana do Livramento – RS)

  • Cantina: Daniel Alonso Martins

Vinícola Seival Estate – Campanha Meridional (Candiota – RS)

  • Miguel Almeida

Publicidade
Clique para comentar

Brasil e mundo

Edital do Enem 2025 é publicado; veja datas e regras do exame

Publicado

on

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) publicou em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (23), o edital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025.

O período de inscrições será de 26 de maio a 6 de junho. Os interessados deverão se inscrever na Página do Participante do exame, no site do Inep.

Conforme adiantado pelo ministro da Educação, Camilo Santana, participantes do Enem com mais de 18 anos, que ainda não concluíram a educação básica, voltarão a obter a certificação no ensino médio para quem conquistar pelo menos 450 pontos em cada uma das áreas de conhecimento das provas e nota acima de 500 pontos na redação.

Provas

O Enem 2025 será aplicado nos dias 9 e 16 de novembro, em todo o Brasil.

São quatro provas objetivas e uma redação em língua portuguesa. Cada prova objetiva terá 45 questões de múltipla escolha.

No primeiro dia do exame, serão aplicadas as provas de redação e as objetivas de língua portuguesa, língua estrangeira (inglês ou espanhol), história, geografia, filosofia e sociologia. A aplicação terá 5 horas e 30 minutos de duração.

Publicidade

No segundo dia do Exame, serão aplicadas as provas de matemática, Química, Física e Biologia. Nesta data, a aplicação terá 5 horas de duração.

Os portões de o aos locais de provas serão abertos às 12h e fechados às 13h (horário de Brasília). O início será às 13h30.

No primeiro dia, as provas irão terminar às 19h. No segundo dia, o término é às 18h30

“Excepcionalmente, considerando a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – COP 30, que será realizada em Belém-PA, a aplicação do Enem 2025 para o participante que indicar os municípios de Belém-PA, Ananindeua-PA ou Marituba-PA como município de aplicação no ato da inscrição será realizada em 30 de novembro de 2025 e 7 de dezembro de 2025”, diz o edital.

No ato de inscrição, os candidatos podem requerer o tratamento pelo nome social, que é destinado à pessoa que se identifica e quer ser reconhecida socialmente, conforme sua identidade de gênero. 

Serão usados dados da Receita Federal, por isso o participante deverá cadastrar o nome social na Receita FederalTravestis, transexuais ou transgêneros receberão esse tratamento automaticamente, de acordo com os dados cadastrados na Receita.

O candidato não precisa enviar documentos comprobatórios.

ibilidade

Publicidade

O participante que necessitar de atendimento especializado deverá, no ato da inscrição, solicitá-lo.

O candidato deve informar as condições que motivaram a solicitação, como baixa visão, cegueira, visão monocular, deficiência física, auditiva, intelectual e surdez, surdocegueira, dislexia, discalculia, déficit de atenção, Transtorno do Espectro Autista (TEA), gestantes, lactantes, diabéticos, idosos e estudantes em classe hospitalar ou com outra condição específica. 

Os recursos de ibilidade disponibilizados aos candidatos estão descritos no edital.

Taxa de inscrição

taxa de inscrição do Enem é no valor de R$ 85 e pode ser paga por boleto (gerado na Página do Participante), pix, cartão de crédito, débito em conta corrente ou poupança (a depender do banco). O prazo para fazer o pagamento vai até 11 de junho. Não haverá prorrogação do prazo para pagamento da taxa.

Para pagar por Pix, basta ar o QR code que constará no boleto.

De acordo com o edital, não serão gerados boletos para participante que informar na inscrição que usará os resultados do Enem 2025 para pleitear o certificado de conclusão do ensino médio ou declaração parcial de proficiência e que esteja inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) concluinte do ensino médio (no ano de 2025), mesmo que ainda não tenha solicitado isenção da taxa

Publicidade

Reaplicação

De acordo com o edital, as provas serão reaplicadas nos dias 16 e 17 de dezembro para os participantes que faltaram por problemas logísticos ou doenças infectocontagiosas.

Continue Reading

Pelotas e RS

Vídeo: PT pede ao MP providências contra Eduardo Leite, por documentário de “autopromoção”

Publicado

on

Continue Reading

Em alta

Copyright © 2008 Amigos de Pelotas.

Descubra mais sobre Amigos de Pelotas

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter o ao arquivo completo.

Continue reading