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‘A Tarifa Marchezan vai sair do teu bolso’. Por Mateus Bandeira 5e6f6h

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A proposta do prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan, para tentar equacionar o déficit do sistema de transporte coletivo da capital é anacrônica, eleitoreira e não vai resolver os entraves à mobilidade urbana. Talvez, o único ponto positivo seja o de trazer à baila o debate sobre os subsídios.

Subsídios são uma forma de criar um problema sem resolver outro. Em vez de encarar que um setor ou sistema é disfuncional – portanto, é necessário consertá-lo ou desativá-lo -, o governante cria uma carga pecuniária para outro setor.

Problema duplo, pois não conserta o sistema disfuncional e onera um setor eficiente que nada tem a ver com o primeiro. Ou seja, premia a ineficiência e penaliza a eficiência.

Depois de quase quatro anos de mandato sem nada fazer para solucionar o déficit no sistema de transporte coletivo municipal, o prefeito traz uma solução aparentemente inovadora, aparentemente justa, aparentemente mágica. Na verdade, é apenas um truque eleitoral para tentar produzir manchetes positivas de queda artificial do preço das agens.

A Taxa de Mobilidade Urbana (TMU) não é inovadora. Inovar é renovar, que significa alterar ou mudar para melhor, na definição do Aurélio e do Houaiss.

Tarifa Marchezan

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A Tarifa Marchezan vai deteriorar o que está funcionando e perpetuar o que está dando errado.

A revolução – esta merece este nome – do transporte por aplicativos foi uma novidade que brotou genuinamente da sociedade. Tem a vantagem de, sem a ingerência do Estado, permitir que os cidadãos adiram espontaneamente ao sistema.

O mercado se ajusta conforme as conveniências e interesses de cada um. As leis universais da livre concorrência e da livre iniciativa moldam o sistema.

Taxar os aplicativos é injusto, pois vai onerar uma alternativa àqueles que não usam o transporte coletivo. Provavelmente, não haveria estes aplicativos se o sistema convencional de transporte funcionasse adequadamente.

A Tarifa Marchezan, se aprovada, vai taxar a eficiência e estimular a ineficiência. O oposto do que o edil prometeu nas eleições, quando defendeu modernidade istrativa, privatizações e concessões.

No cargo, adota o mesmo modelo socialista de aumentar a ingerência do Estado sobre o cidadão. Converte-se, assim, em um genérico do PT e seus satélites.

Não à toa, PT e PSDB têm origem no mesmo berço socialista, que deveria estar sepultado pelo Muro de Berlim. A TMU constitui-se, assim, num truque de um modelo mofado. No máximo, pode ser chamado de socialismo do século 21, o que apenas reforça seu anacronismo.

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Mais burocracia, mais fraudes

Taxar veículos emplacados fora de POA que adentram a capital converte-se em igual ou maior injustiça. Por que aqueles que moram na Região Metropolitana e vêm à capital, quase sempre para trabalhar, têm que subsidiar quem se locomove pelo transporte coletivo dentro Porto Alegre?

Igualmente disfuncional isentar os trabalhadores formais do pagamento da agem, enquanto os informais, microempreendedores e desempregados pagariam pelo deslocamento na capital. A proposta do prefeito irá onerar justamente quem menos tem.

Portanto, a Tarifa Marchezan, além de não ser inovadora, também não é justa. Desfaz-se, assim, a magia de uma tarifa que cairia de R$ 4,70 para R$ 2,00 (ageiros em geral), R$ 1,00 (estudantes) ou zero (trabalhadores com carteira assinada). Na verdade, é um falso coelho sacado da cartola às vésperas da eleição com o intuito de iludir os cidadãos.

Ao mesmo tempo que é injusta e regressiva, a TMU provocará o oposto do que ensina a economia liberal, motor do crescimento de todas as economias desenvolvidas. Como em todo modelo socialista, as novas taxações (sobre os aplicativos de transporte e sobre os veículos emplacados fora da capital) exigirão um enorme aparato burocrático para cobrança e fiscalização.

Sempre que o aparato estatal cresce, o cidadão sente a mão invasiva do Estado no seu bolso. Ora, um sistema complexo de tarifas (R$ 2,00, R$ 1,00 e zero) é porta aberta para fraudes e venda de facilidades por parte de agentes públicos desonestos. Atrás do aumento da burocracia, quase sempre vem a corrupção, como ficou claramente exposto nos governos do PT que, agora, o PSDB do prefeito da capital procura imitar.

A Tarifa Marchezan vem na esteira de outras ações tipicamente antiliberais, como o aumento abusivo do IPTU. Este empurra os trabalhadores para as periferias em busca de um metro quadrado mais barato.

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Em consequência, os deslocamentos ficam cada vez mais dispendiosos e insalubres, dada a precária qualidade dos coletivos. O prefeito, que se elegeu como moderno, repete a fórmula falida dos companheiros do PT – a de jogar para a patuleia os custos do Estado ineficiente e perdulário.

Socialismo do século 21

A pseudorevolução do prefeito é uma forma de não encarar as soluções difíceis, mas realmente transformadoras. Demitir quem não trabalha, adotar a meritocracia, peitar os inissíveis privilégios da alta burocracia estatal, liberar os serviços públicos para a iniciativa privada, além de privatizar empresas estatais e autarquias deficitárias, hospitais ineficientes e escolas precárias.

“O grande problema dos subsídios indiretos”, descreveu Kleber Boelter, “é o desequilíbrio que eles causam na economia, na medida em que mascaram custos e ineficiências da cadeia produtiva e prejudicam o sistema de preços, principal responsável pela alocação de recursos de forma eficaz nos complexos sistemas da economia”.

Os ventos que sopraram nas eleições de 2018 indicaram que o Brasil quer se livrar do ado arcaico, cujas soluções adotadas por socialistas e populistas travaram o país. Hoje, o Rio Grande é palco de uma luta entre os que perseveram em agigantar o Estado já mastodôntico (PT e PSDB) e os que propugnam uma economia liberal.

Estes últimos entendem que o Estado não deve ser maior do que a sociedade. A Tarifa Marchezan vai de encontro à modernidade almejada para o século 21, portanto deve ser rejeitada.

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Mateus Bandeira é conselheiro de istração e consultor de empresas. Foi CEO da Falconi, presidente do Banrisul e secretário de Planejamento e Gestão do Rio Grande do Sul.

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Brasil e mundo 3m3y11

Vivendo em mundos paralelos 5z181m

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Algo mudou na relação entre o jornalismo e os pelotenses. Até por volta de 2015, havia um marcado interesse nos assuntos da cidade. Um mero buraco, e nem precisava ser o negro, despertava vívida atenção. Agora já ninguém dá a mínima. Nem mesmo se o buraco for um rombo fruto de corrupção numa área de vida e morte, como a de saúde. O valor da notícia sofreu uma erosão nas percepções.

Não é uma situação local, mas, arrisco dizer, do mundo. Nós apenas sentimos seus efeitos de forma drástica, por razões de ordem econômica e social. E também dimensionais.

Como a cidade não é grande, os problemas são ainda mais visíveis. Topamos com eles no cotidiano. Acontece que os buracos reais e metafóricos, ainda que denunciados, inclusive pelo cidadão que vai às redes sociais reclamar, avolumam-se sem solução que satisfaça, levando a outro problema, este de ordem comportamental.

Vem ocorrendo uma cisão no vínculo entre as pessoas e o meio em que vivem. Um corte entre elas e a vida social. O espaço, que no ado era público, já hoje parece ser de ninguém.

A responsabilidade parcial disso parece, curiosamente, ser das novas tecnologias de comunicação. Se por um lado elas deram voz à sociedade como um todo, por outro, ao igualmente darem amplo o ao mundo virtual, elas nos têm distraído da concretude do mundo, de interação sempre mais hostil — distraído, enfim, da realidade mesma, propiciando que vivamos em mundos paralelos.

Outra razão é que, no essencial, nada muda em nossa realidade. Isso ficou mais evidente porque as redes sociais deram vazão, sem os filtros editoriais da imprensa, a um volume de problemas reais maior do que o que era noticiado. Se antes já havia demora nas soluções, essa percepção foi multiplicada pelo crescente número de denúncias feitas nas redes pelos próprios cidadãos. Os problemas que dizem respeito à coletividade se avolumam sem solução a contento, desconsolando e fatigando a vida.

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Como a dinâmica da cidade (e da realidade) não responde como deveria, eis o ponto, estamos buscando reparações no ambiente virtual, sensitivamente mais recompensador, além de disponível na palma da mão.

No mundo moderno, não habitamos mais exatamente nas cidades. Estamos habitando no mundo virtual, onde não há frustrações, mas sim gratificação instantânea. Andamos absortos demais em nossa vida. Abduzidos por temas de exclusivo interesse pessoal, retroalimentados minuto a minuto pelo algoritmo.

Antes vivíamos num mundo de trocas diretas entre as pessoas. Hoje habitamos numa nuvem, no cyber-espaço. Andamos parecendo cada dia mais com Thomas Anderson, protagonista do filme Matrix. Conectado por cabos a um imenso sistema de computadores do futuro, ele vive literalmente em uma realidade paralela. Isso dá

Para complicar tudo, há pensadores para quem a realidade é uma simulação.

Segundo eles, cada um de nós só tem o às coisas através dos sentidos (olfato, visão, tato, audição, paladar). Porém, como cores, cheiros etc. não existem no mundo concreto, mas são simulações percebidas pelo nosso corpo (pessoas veem as cores em diferentes tons, quando não em diferentes, como os daltônicos), aqueles pensadores sustentam que o mundo como o percebemos seria resultado dos nossos sentidos.

Assim, a única coisa real seria a razão, quer dizer, o modo como processamos aquelas percepções dos sentidos. É o que diz Descartes, para quem a razão é a única prova da existência. Como amos o mundo virtual pelos mesmos sentidos que amos o concreto, não haveria diferença entre eles.

Segundo aqueles pensadores, como o mundo virtual está entrelaçado com o mundo concreto, não deveríamos condenar o mundo virtual, mas sim o explorarmos melhor.

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Brasil e mundo 3m3y11

Antes de Gaga, Madonna já havia aprontado no Rio b4o68

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Em seu show no Rio, em maio de 2024, Madonna exibiu numa tela ao fundo do palco imagens de ícones culturais, entre eles Che Guevara e Frida Kahlo. Foi surpreendente que o tenha feito, afinal, ela se apresenta como defensora dos direitos das minorias, inclusive da Queer, como faz Gaga, minoria que se fez maioria em ambos os shows.

Na ocasião, Madonna soou mais inconsequente que Gaga com seu “Manifesto do Caos”.

Os livros contam que o governo cubano, do qual Che fez parte, perseguia homossexuais, chegando a fuzilá-los por isso. Por quê? Porque os considerava hedonistas — indivíduos de natureza subversiva ao regime de exceção. Por serem, para eles, incapazes de controlar seus ardores sensuais e, por conseguinte, de se enquadrar em um regime em que a liberdade não tinha lugar, muito menos de fala.

Já Frida foi amante de Trotsky. E, depois deste ser assassinado no exílio a mando de Stálin, a artista ainda teve a pachorra de pintar um quadro com o rosto de Stálin, exposto até hoje em sua casa-museu, para iração de boquiabertos turistas bem informados sobre os fatos.

Madonna levou R$ 17 milhões do sistema capitalista por um show de um par de horas em que, literalmente, performou. Sem esforço, fingiu que cantava. Playback.

Dizem que artistas, por natureza, são “ingovernáveis”. A visão que eles teriam de vida seria mais importante do que a vida, do que a matéria. Pois há artistas e artistas.

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Madonna é dessas sumidades que a gente não sabe, de fato, o que pensa. Apenas intui, por projeção. Tente lembrar de alguma fala substancial dela. Não lembramos, porque vive da imagem que criou. Vende uma imagem que, no fundo, talvez nem corresponda ao que ela é de verdade.

No fim da trajetória, depois de ganhar a vida, artistas costumam surpreender o público, mostrando sua verdadeira face em biografias. Pelo desconforto de partir com uma máscara mortuária falsa.

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