Amigos de Pelotas

Nada contra, mas… 25624s

5ae5d

Meio-dia. Mesa posta para o almoço em família. Talheres, pratos, copos, recipientes com a comida preparada pela cozinheira que assumiu suas funções há dois meses. Há, esqueci de dizer que desliguei o Wi-fi, ficando, portanto, sem o à Internet no âmbito da casa.

O pessoal sentou, imediatamente os celulares foram colocados junto aos pratos e os dedos começaram a dedilhar, mas… nada aconteceu! Baixou o pânico, gritos, suspiros, grunhidos, e agora? O que fazer neste “silêncio” eletrônico?

Após se acalmarem, pedi que todos sentassem, cruzassem os braços e escutassem:

“Hora do almoço agora é sem celular. Sem discussão.”

ados alguns minutos de “ruidoso silêncio”, começaram a se olhar com certa estranheza.

A Zuquinha, 13 anos, vendo seu irmãozinho de 3 anos perguntando o que tinha para beber, exclamou:

”O Zezinho já fala!”

Publicidade

“Há um ano!”, respondi.

“Meu Deus, papai, você tirou a barba!”

Comentou Luís: “Desde maio do ano ado, meu filho”.

Neste meio tempo, Dona Mércia, a cozinheira, entra com uma a fumegante, feijão com carne de porco preparado magnificamente. Luís e Zuquinha olharam a cozinheira e, surpresos, perguntaram?

“Quem é essa mulher? Onde está a mamãe?”

“Esta é a cozinheira e a mãe de vocês foi visitar vovó, desde a semana ada, mas como vocês só conversam por via eletrônico, perderam o contato com a realidade, conhecem um mundo virtual e se perderam do mundo real, resolvi dar um choque de realidade. Simples assim.”

O almoço se prolongou por quase duas horas. Lentamente os assuntos foram surgindo. O cotidiano foi ado a limpo, problemas caseiros foram discutidos. Risos e conversas cruzadas recolocaram vida na casa. Olho no olho, mãos nervosas, livres dos teclados, acompanhavam a fala, como há muito não acontecia naquela casa.

Publicidade

O mundo lá fora continuou a existir, não desapareceu, bastou retornar a funcionar o wi-fi, mas dentro de casa fez toda a diferença, pois a casa voltou a ser um lar…

Sair da versão mobile