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Na eleição municipal ada, Pelotas não teve um candidato da direita clássica. O caminho ficou fácil para Paula Mascarenhas.
Como a tucana se situa politicamente no espectro de centro-esquerda, todos os votos da direita foram para ela, que já somava os de centro e uma parte dos votos da esquerda desiludida. Acabou levando no primeiro turno, como o jornal antecipou.
Para que naquela ocasião houvesse um segundo turno, faltou por exemplo um Matteo Chiarelli pelo DEM, um Fetter Jr. pelo PP. O DEM não teve candidato. O PP se dividiu, chegando a lançar, na última hora, um candidato, mas um candidato a vice, e vice à esquerda, de Anselmo Rodrigues, do PDT, um nome gasto.
A direita deixou um vácuo em 2016. De lá para cá, porém, o ideário liberal ganhou corpo, assim como o conservadorismo nos costumes, o que leva a um ambiente propício para a volta de candidaturas próprias à direita. Ao menos o Novo, quem sabe, pode vir a lançar candidato próprio.
Se o Novo tiver um candidato bom, e se DEM e PP fizerem o mesmo, juntos, e ainda se a esquerda conseguir um nome forte (não desgastado) como, digamos, o reitor da UFPel Pedro Hallal, a próxima eleição certamente voltará a ter segundo turno.
O problema neste momento é que a direita pelotense antiga continua sem acreditar nela mesma, preferindo aderir ao centro e aos cargos municipais que o centro, que é governo, oferece. A direita anda com a preguiça do Garfield. Já a esquerda continua, para variar, desunida.
Os conceitos de direita, centro e esquerda, embora se confundam no Brasil, foram considerados para fins de alguma clareza.