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Abaixo, trecho de artigo do reitor Pedro Hallal sobre os reflexos dos cortes na cidade:
Impacto na cidade 1e1n41
Hallal diz que é preciso deixar claro que, caso os cortes sejam confirmados, os estudantes da UFPEL serão afetados diretamente. Ele explica que a verba de custeio da universidade é usada, por exemplo, para o subsídio das refeições feitas no restaurante universitário, bem como o pagamento da empresa prestadora de serviço. Da mesma forma, este recurso é utilizado para o custeio das residências estudantis, que abrigam cerca de 300 estudantes. “Uma falácia que vem sendo dita, uma informação equivocada que vem sendo ada, é de que os cortes não afetam os estudantes, isso é uma mentira muito grande”, afirma.
Para além disso, a realização das aulas seria diretamente impactada pela incapacidade da universidade em honrar seus compromissos com demais prestadores e fornecedores de serviços a partir do segundo semestre de 2019. Segundo o reitor, cerca de 500 pessoas trabalham na prestação de serviços terceirizados para a UFPEL.
“Os nossos vigilantes, o pessoal da limpeza, o pessoal da portaria, o pessoal dos serviços gerais, todos eles correm o risco, inclusive, de perderem o emprego em decorrência dessa medida, que é muito mais política do que econômica, adotada pelo governo federal”, diz.
Contudo, Hallal destaca que não é só o funcionamento da universidade que está ameaçado, e sim uma série de serviços prestados para a o população que dependem da existência da UFPEL. Um exemplo disso é a saúde municipal.
“O único hospital 100% SUS da cidade é nosso, é o hospital escola da UFPEL. Tem 180 leitos SUS em Pelotas que são sustentados pela universidade. Depois tem quatro unidades básicas de saúde, que a população chama de postinhos, que são totalmente sustentados e organizados pela UFPEL. Tratamento do HIV, do câncer, das crianças com autismo. Tudo isso a hoje diretamente pela UFPEL. Se a UFPEL para, param esses atividades”, diz.
Hallal destaca que os cortes também devem trazer prejuízos para diversos setores econômicos da cidade, visto que ela conta com uma comunidade formada por aproximadamente 20 mil alunos, sendo cerca de 17 mil de graduação e cerca de 3 mil de pós-graduação, fora os professores, técnicos e terceirizados, que movimentam a economia local.
“Vamos pegar o ramo das imobiliárias. As imobiliárias aqui da cidade lidam anualmente com milhares de estudantes que vêm de fora para alugar apartamento, para morar em Pelotas. Imagina o que aconteceria caso a universidade não estivesse aqui, certamente que o mercado imobiliário da cidade entraria numa grande recessão e vários negócios seriam encerrados. Depois a gente pode entrar no setor do comércio, a universidade despeja em Pelotas, através do salário dos nossos professores e técnicos, R$ 720 milhões por ano. Esse dinheiro é diretamente consumido na economia local. Imagina o impacto na economia de uma cidade cujo orçamento é um pouco maior do que isso, a gente representa quase que um segundo orçamento na cidade de Pelotas. Todo o setor econômico da cidade seria muito prejudicado. No setor cultural nem se fala, existe um imbricamento muito grande entra o que é a cultura do município e o que é a cultura proporcionada pela universidade. Os museus da cidade são nossos, o festival de música que nós temos todo janeiro, a maior parte dos eventos culturais, eventos esportivos, o time de futsal que está disputando a Sério Ouro [primeira divisão do campeonato gaúcho de futsal], todos eles têm vínculo com a universidade. A UFPEL movimenta a cidade de Pelotas”, afirma.