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Opinião

Governo Paula reentra em campo com ‘camiseta dos docinhos’

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    Paula no Sítio Floresta. Foto: Gustavo Vara

A gente continua olhando fotos com lupa.

Nesta, feita pelo fotógrafo Gustavo Vara, da prefeitura, deu pra ver que os docinhos voltaram.

Os docinhos… da campanha publicitária por uma cidade limpa, bem cuidada, que, por serem doces, também comunicam uma ideia de paz.

Sobre a superfície do tecido que dá corpo às camisetas celestes, confeccionadas pela oficialidade, os docinhos parecem se anunciar como no paraíso, posicionados para uma foto contra o azul.

Embora se possa não perceber à primeira vista, há uma notícia na camiseta.

Nos registros oficiais do Paço, fornecidos à imprensa, a camiseta com os docinhos torna a aparecer como indumentária das autoridades, depois de sumidas por um tempo.

A gente não acredita muito em coincidência, embora, muitas vezes, elas pareçam existir.

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Outro dia, como primeira notícia do rearranjo de cargos no primeiro escalão, publicada em primeira mão pelo Amigos, a prefeitura anunciou a substituição do secretário de Serviços Urbanos.

As reclamações de má prestação dos serviços se acumulavam, motivo de reuniões com vereadores, numa área sensível em todos os sentidos, inclusive eleitoralmente.

PRIMEIRA MÃO: Paula define novo secretário de Serviços Urbanos

Aparentemente, a volta do uso da indumentária com docinhos é um sinal de que a istração começa uma reação, buscando sair das ‘cordas’, onde está vários meses, sem conseguir respirar.

Paula perdeu apoio na Câmara no final do ano ado. Ficou claro quando o governo perdeu a votação para criar uma taxa sobre o recolhimento do lixo, que lhe daria folga aos cofres municipais, mas não deu.

A prefeita tenta recuperar apoio perdido não só com a campanha, mas com uma reforma istrativa, a ser anunciada nos próximos dias. Uma reforma que, na verdade e na prática, trata-se da distribuição de cargos entre partidos, conforme a conveniência política.

Pois é nesse esforço de recuperação, parece, que devemos entender o reaparecimento das camisetas azuis com os docinhos, utilizadas como peças de uma campanha publicitária do começo do governo, no ado, o que pode ser interpretado ainda como uma tentativa de ressuscitar um momento bom que já não anda tão bom, com os cofres da prefeitura tão raspados que Paula precisou pedir R$ 10 milhões emprestados à Câmara de Vereadores.

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MP analisa empréstimo de R$ 10 milhões da Câmara à prefeitura

Tb não é coincidência, evidentemente, que o Executivo tenha anunciado nesta segunda-feira (1) a reedição do evento Bairro da Gente, onde autoridades e funcionários, literalmente, vestirão a camiseta para prestar serviços bem pertinho da comunidade mais carente, no seio dela, como se vê abaixo, e, embora não se diga, com evidente reforço da segurança pessoal.

Prefeitura levará ao Sítio Floresta uma edição de O Bairro da Gente

Talvez não seja por acaso tb a inauguração do escritório para a Zona Sul, do deputado federal Daniel Trzeciak, um casarão histórico na Gonçalves Chaves.

Daniel Trzeciak abre escritório para Zona Sul em casarão histórico

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Brasil e mundo

Vivendo em mundos paralelos

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Algo mudou na relação entre o jornalismo e os pelotenses. Até por volta de 2015, havia um marcado interesse nos assuntos da cidade. Um mero buraco, e nem precisava ser o negro, despertava vívida atenção. Agora já ninguém dá a mínima. Nem mesmo se o buraco for um rombo fruto de corrupção numa área de vida e morte, como a de saúde. O valor da notícia sofreu uma erosão nas percepções.

Não é uma situação local, mas, arrisco dizer, do mundo. Nós apenas sentimos seus efeitos de forma drástica, por razões de ordem econômica e social. E também dimensionais.

Como a cidade não é grande, os problemas são ainda mais visíveis. Topamos com eles no cotidiano. Acontece que os buracos reais e metafóricos, ainda que denunciados, inclusive pelo cidadão que vai às redes sociais reclamar, avolumam-se sem solução que satisfaça, levando a outro problema, este de ordem comportamental.

Vem ocorrendo uma cisão no vínculo entre as pessoas e o meio em que vivem. Um corte entre elas e a vida social. O espaço, que no ado era público, já hoje parece ser de ninguém.

A responsabilidade parcial disso parece, curiosamente, ser das novas tecnologias de comunicação. Se por um lado elas deram voz à sociedade como um todo, por outro, ao igualmente darem amplo o ao mundo virtual, elas nos têm distraído da concretude do mundo, de interação sempre mais hostil — distraído, enfim, da realidade mesma, propiciando que vivamos em mundos paralelos.

Outra razão é que, no essencial, nada muda em nossa realidade. Isso ficou mais evidente porque as redes sociais deram vazão, sem os filtros editoriais da imprensa, a um volume de problemas reais maior do que o que era noticiado. Se antes já havia demora nas soluções, essa percepção foi multiplicada pelo crescente número de denúncias feitas nas redes pelos próprios cidadãos. Os problemas que dizem respeito à coletividade se avolumam sem solução a contento, desconsolando e fatigando a vida.

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Como a dinâmica da cidade (e da realidade) não responde como deveria, eis o ponto, estamos buscando reparações no ambiente virtual, sensitivamente mais recompensador, além de disponível na palma da mão.

No mundo moderno, não habitamos mais exatamente nas cidades. Estamos habitando no mundo virtual, onde não há frustrações, mas sim gratificação instantânea. Andamos absortos demais em nossa vida. Abduzidos por temas de exclusivo interesse pessoal, retroalimentados minuto a minuto pelo algoritmo.

Antes vivíamos num mundo de trocas diretas entre as pessoas. Hoje habitamos numa nuvem, no cyber-espaço. Andamos parecendo cada dia mais com Thomas Anderson, protagonista do filme Matrix. Conectado por cabos a um imenso sistema de computadores do futuro, ele vive literalmente em uma realidade paralela. Isso dá

Para complicar tudo, há pensadores para quem a realidade é uma simulação.

Segundo eles, cada um de nós só tem o às coisas através dos sentidos (olfato, visão, tato, audição, paladar). Porém, como cores, cheiros etc. não existem no mundo concreto, mas são simulações percebidas pelo nosso corpo (pessoas veem as cores em diferentes tons, quando não em diferentes, como os daltônicos), aqueles pensadores sustentam que o mundo como o percebemos seria resultado dos nossos sentidos.

Assim, a única coisa real seria a razão, quer dizer, o modo como processamos aquelas percepções dos sentidos. É o que diz Descartes, para quem a razão é a única prova da existência. Como amos o mundo virtual pelos mesmos sentidos que amos o concreto, não haveria diferença entre eles.

Segundo aqueles pensadores, como o mundo virtual está entrelaçado com o mundo concreto, não deveríamos condenar o mundo virtual, mas sim o explorarmos melhor.

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Brasil e mundo

Antes de Gaga, Madonna já havia aprontado no Rio

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Em seu show no Rio, em maio de 2024, Madonna exibiu numa tela ao fundo do palco imagens de ícones culturais, entre eles Che Guevara e Frida Kahlo. Foi surpreendente que o tenha feito, afinal, ela se apresenta como defensora dos direitos das minorias, inclusive da Queer, como faz Gaga, minoria que se fez maioria em ambos os shows.

Na ocasião, Madonna soou mais inconsequente que Gaga com seu “Manifesto do Caos”.

Os livros contam que o governo cubano, do qual Che fez parte, perseguia homossexuais, chegando a fuzilá-los por isso. Por quê? Porque os considerava hedonistas — indivíduos de natureza subversiva ao regime de exceção. Por serem, para eles, incapazes de controlar seus ardores sensuais e, por conseguinte, de se enquadrar em um regime em que a liberdade não tinha lugar, muito menos de fala.

Já Frida foi amante de Trotsky. E, depois deste ser assassinado no exílio a mando de Stálin, a artista ainda teve a pachorra de pintar um quadro com o rosto de Stálin, exposto até hoje em sua casa-museu, para iração de boquiabertos turistas bem informados sobre os fatos.

Madonna levou R$ 17 milhões do sistema capitalista por um show de um par de horas em que, literalmente, performou. Sem esforço, fingiu que cantava. Playback.

Dizem que artistas, por natureza, são “ingovernáveis”. A visão que eles teriam de vida seria mais importante do que a vida, do que a matéria. Pois há artistas e artistas.

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Madonna é dessas sumidades que a gente não sabe, de fato, o que pensa. Apenas intui, por projeção. Tente lembrar de alguma fala substancial dela. Não lembramos, porque vive da imagem que criou. Vende uma imagem que, no fundo, talvez nem corresponda ao que ela é de verdade.

No fim da trajetória, depois de ganhar a vida, artistas costumam surpreender o público, mostrando sua verdadeira face em biografias. Pelo desconforto de partir com uma máscara mortuária falsa.

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