Na entrevista desta quarta-feira (9), em que anunciou cinco medidas para conter despesas da prefeitura, que atravessa uma crise financeira, a prefeita Paula disse que as recentes demissões de 33 servidores em cargos de confiança não tiveram relação com o fato de vereadores da base de apoio ao governo terem votado contra o projeto do Executivo que propunha a criação de uma taxa pela iluminação pública.
“As demissões ocorreram em decorrência da política de cortes, para economizar”, falou a prefeita.
Não é o que pensam vereadores da base de apoio ao governo que votaram contra a taxa. A maioria acredita que os servidores foram demitidos como retaliação por seus posicionamentos. A maioria dos demitidos era indicada dos vereadores e/ou de seus partidos para ocupar ccs na prefeitura.
O vereador Reinaldo Elias, do PTB, conhecido como Belezinha, resumiu a situação: “Sei que ela (prefeita) está colocando todo mundo na rua” – disse ele ao Diário Popular.
Acrescentou: “Estou aguardando os próximos capítulos; o que tinha eram duas indicações de ccs, mas nem eram minhas e sim do partido”.
Elias foi constrangido pelo PTB a votar a favor da taxa, mas se negou.
O caso em questão chega a ser histórico: nunca se falou tão abertamente – como algo natural – sobre o sabido mas escamoteado toma-lá-da-cá entre Legislativo e Executivo. Ou seja, ficou claro que os dois lados praticam a velha política, sem cerimônia.
A julgar pelos relatos acima, vale registrar também que o governo tem um comportamento “frio”, pragmático, na hora de enfrentar ameaças à perda de espaços políticos. Vereador que não vota a favor, perde vaga no governo e fim.
Dedução: caso os vereadores tivessem votado a favor, as demissões não teriam ocorrido.
Não é exatamente uma relação republicana.