Connect with us

Opinião 4d6u6w

Millenium: a garota na teia de aranha 2s1867

Publicado

on

Criada pelo sueco Stieg Larsson (falecido em 2004), a saga de livros “Millenium” é um sucesso internacional de público e de crítica. A trilogia original rendeu uma série de filmes na Suécia: A Menina que Brincava com Fogo, A Rainha do Castelo de Ar e Os Homens que Não Amavam as Mulheres, que lançaram a atriz Noomi Rapace.

Este último ganhou um remake hollywoodiano em 2011, dirigido por David Fincher e estrelado por Rooney Mara e Daniel Craig.

De forma brilhante, Larsson conseguiu aliar dois protagonistas carismáticos, a hacker Lisbeth Salander e o jornalista Mikael Blomkvist, em um thriller de mistério e uma trama de suspense investigativo que explorava problemas sociais na Suécia. Adaptação do quarto livro da saga, A Garota na Teia de Aranha é baseado no livro homônimo escrito por David Lagercrantz.

Graças às matérias escritas por Mikael Blomkvist (Sverrir Gudnason) para a revista Millennium, Lisbeth Salander (Claire Foy) chamou a atenção da mídia por seus ataques contra homens que agridem mulheres. Levando uma vida às escondidas, Lisbeth é contratada por Frans Balder (Stephen Merchant) para recuperar um programa de computador chamado Firefall, que dá ao usuário o aos códigos das armas nucleares de todo mundo.

Balder criou o programa para o governo dos Estados Unidos, mas agora deseja deletá-lo por considerá-lo perigoso. Lisbeth aceita a tarefa de roubá-lo da Agência de Segurança Nacional, mas não esperava que outro grupo, os Aranhas, também estivesse interessado nele.

O competente diretor Fede Alvarez, de A Morte do Demônio e O Homem nas Trevas, escreveu o roteiro ao lado de Jay Basu e Steven Knight e resolveu focar em um caminho até então pouco explorado: o ado de Lisbeth Salander. Complexa, ela assume um papel de vigilante na gélida Estocolmo, mais uma vez essencial para a fotografia, afinal, basta reparar no contraste da neve com o figurino preto da protagonista.

Publicidade

A narrativa opta por investir na ação, deixando o mistério e o tom investigativo de lado, deixando de desenvolver personagens importantes da trama, especialmente Mikael Blomkvist. Aqui, sua relação com Salander é superficial, graças à fraca atuação de Sverrir Gudnason, assumindo um papel que foram de Michael Nyqvist e Daniel Craig.

Mantendo o tom sombrio característico de Lisbeth Salander, mas com um visual menos chamativo, a ótima Claire Foy entrega uma personagem que também se emociona, em parte por remexer em feridas do ado. Em momentos de pura tensão, Foy é impecável, como na sequência em que foge sob o efeito de drogas, com a câmera trêmula remetendo à sua desorientação, e na angustiante cena em que é embalada a vácuo.

Em comparação com Noomi Rapace e Rooney Mara, vemos uma composição mais melancólica, porém mais madura. No elenco coadjuvante, temos bons nomes como a holandesa Sylvia Hoeks, que vive Camilla Salander, e Lakeith Stanfield, totalmente desnecessário como o agente Needham.

Sem a força do original, A Garota na Teia de Aranha cumpre sua função de seguir adiante com a saga de Lisbeth Salander.

Publicidade

Déborah Schmidt é servidora pública formada em istração/UFPel, amante da sétima arte e da boa música.

Publicidade
Clique para comentar

Cancelar resposta 3f472d

Brasil e mundo 3m3y11

Antes de Gaga, Madonna já havia aprontado no Rio b4o68

Publicado

on

Em seu show no Rio, em maio de 2024, Madonna exibiu numa tela ao fundo do palco imagens de ícones culturais, entre eles Che Guevara e Frida Kahlo. Foi surpreendente que o tenha feito, afinal, ela se apresenta como defensora dos direitos das minorias, inclusive da Queer, como faz Gaga, minoria que se fez maioria em ambos os shows.

Na ocasião, Madonna soou mais inconsequente que Gaga com seu “Manifesto do Caos”.

Os livros contam que o governo cubano, do qual Che fez parte, perseguia homossexuais, chegando a fuzilá-los por isso. Por quê? Porque os considerava hedonistas — indivíduos de natureza subversiva ao regime de exceção. Por serem, para eles, incapazes de controlar seus ardores sensuais e, por conseguinte, de se enquadrar em um regime em que a liberdade não tinha lugar, muito menos de fala.

Já Frida foi amante de Trotsky. E, depois deste ser assassinado no exílio a mando de Stálin, a artista ainda teve a pachorra de pintar um quadro com o rosto de Stálin, exposto até hoje em sua casa-museu, para iração de boquiabertos turistas bem informados sobre os fatos.

Madonna levou R$ 17 milhões do sistema capitalista por um show de um par de horas em que, literalmente, performou. Sem esforço, fingiu que cantava. Playback.

Dizem que artistas, por natureza, são “ingovernáveis”. A visão que eles teriam de vida seria mais importante do que a vida, do que a matéria. Pois há artistas e artistas.

Publicidade

Madonna é dessas sumidades que a gente não sabe, de fato, o que pensa. Apenas intui, por projeção. Tente lembrar de alguma fala substancial dela. Não lembramos, porque vive da imagem que criou. Vende uma imagem que, no fundo, talvez nem corresponda ao que ela é de verdade.

No fim da trajetória, depois de ganhar a vida, artistas costumam surpreender o público, mostrando sua verdadeira face em biografias. Pelo desconforto de partir com uma máscara mortuária falsa.

Continue Reading

Cultura e entretenimento 1f3218

O perigo das Gagas da vida 1n4w28

Publicado

on

Ajoelhado na calçada, à moda dos muçulmanos voltados para Meca, porém usando minissaia e rumorosos saltos vermelhos, um homem vestido de mulher berrava com desespero, na tarde de sexta 2, para uma janela vazia do Copacabana Palace, no Rio. Esgarçando-se na reiteração, expelia em golfos: “Aparece, Gagaaa. Gaaaagaaaaa”. Projetava-se à frente ao gritar, recuava em busca de fôlego e voltava a projetar-se.

Como a cantora não deu os ares à janela do hotel, o rapaz, tal qual uma atriz de novela mexicana, a sombra e o rímel escorrendo pelas bochechas, chorou o que pode. Estava cercado por uma multidão que, assim como ele, queria porque queria fincar os olhos na mutante Lady Gaga, uma mistura de mil faces a partir da fusão de Madonna com Maria Alcina, antes de seu show. No país que ama debochar, a cena viralizou.

Multidão muito maior ironizou o drama. Memes correram por todo lado para denunciar o grande número de desempregados no Brasil. Gente com tempo de sobra para chorar, porém pelas razões erradas.

Ocorre que muitos dos presentes à manifestação, como o atormentado rapaz, veem em Gaga um ícone Queer. Uma rainha da comunidade LGBTQIA+, representante global das causas do amor sem distinção, como a pop estimula em seu “Manifesto do Caos”, lido por ela no show. Nele, Gaga prega a “importância da expressão inabalável da própria identidade, mesmo que isso signifique viver em estado de caos interno”. Um manifesto assim, mais do que inconsequente, é temerário.

Como assim caos interior?

Tomado ao pé da letra por destinatários confusos, um manifesto desses pode ser mortificante. Afinal, viver a própria identidade não significa viver sem freios, mas sim encontrar um meio termo entre o desejo e a realidade. Justamente para evitar o caos. Logo, o manifesto é, isso sim, assustador — por haver (sempre há) tantas pessoas suscetíveis de embarcar nessas canoas de alto risco, cheias de remendos destinados a cobrir furos da embarcação. Pobres dos ageiros que, cegos por influência de ídolos de ocasião, avançam pelo lago em condições tão incertas.

Publicidade

A idolatria… ela é mais antiga do que fazer pipi pra frente e, ao menos no caso dos homens, ainda de pé. Ultimamente as coisas andam um tanto confusas nesse quesito, mas ao menos a adoração se mantém intacta, assim como a veneta dos gozadores, para quem o humor repõe as coisas em proporção, ou seja, em seu devido lugar.

Todos temos cotas de iração por artistas, mas à veneração, eis a questão, se entregam os vulneráveis. O que esses buscam, mais do que a própria vida, é um reflexo (uma sombra?) de suas identidades. Uma projeção material da pessoa que gostariam de ser, não fossem o que são. É aí que mora, num duplex de cobertura, o perigo. O rapaz pensa que Gaga é como ele, só que não.

Não lembro quem disse que aqui é um vale de lágrimas. Mas o é de fato, bem como é um fato que artistas, como políticos, são depositários das nossas esperanças, mesmo que atuem na mais antiga das profissões, anterior à prostituição — a representação —, o primeiro requisito para sobreviver em sociedade, quando não ficar rico, e sem necessariamente excluir, ainda que camuflada, a segunda profissão.

É de se imaginar o rapaz voltando para casa frustrado. É de presumi-lo no sofá, fazendo um minuto de silêncio.

Mas depois se reerguendo.

Não há de ser nada. Amanhã Gaga vai arrasaaar.

Gagaaaaaa.

Publicidade

Continue Reading

Em alta 43506z

Copyright © 2008 Amigos de Pelotas.

Descubra mais sobre Amigos de Pelotas 164y3d

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter o ao arquivo completo.

Continue reading