“Os fascistas do futuro chamarão a si mesmos de antifascistas”. Foi com essa frase que Winston Churchill sentenciou a humanidade ao destino inevitável de sua estupidez.
Bem sabia o visionário que ditador algum seria capaz de recrutar um exército voluntário de idiotas intolerantes. Foram discursos, cartazes, palestras e até mesmo eleições destinadas a vomitar regras sobre as cabeças de seus pares. Ainda assim, sob o pretexto de combater o ódio, o “imbecil coletivo” atingiu façanha tal a ponto de incorrer no que ele próprio acreditava abominar.
Foi-se o tempo em que represálias, sanções e censuras, todas graves, eram causa da instabilidade democrática. São agora as palavras, as opiniões e as visões, todas elas conquistadas, que os intelectuais tentam silenciar.
Eles dizem ter lutado, ter suado, ter sangrado e conquistado as liberdades de expressão e manifestação. Não disseram, é claro, que o seu conceito de liberdade jamais teve uma mão dupla. São hoje os primeiros a excluir, segregar e acusar aqueles que discordam minimamente do discurso autoritário, mascarado de bom mocismo.
Sábio que era, Churchill entendia que toda democracia tem um preço altíssimo. Ele recai, necessariamente, sobre todos os cidadãos: ouvir o adversário e conviver com a divergência. Teve sorte o desgraçado de partir antes mesmo de viver o que previu.
*Este texto não se refere aos que rejeitam ou têm medo da candidatura do Bolsonaro. Não é o uso de uma hashtag que identifica o sujeito aqui retratado, mas sim a desqualificação do próximo pelo simples fato de pensar diferente..